sexta-feira, 5 de novembro de 2021

AINDA SOBRE RELÓGIOS, PULSEIRAS E QUE TAIS — QUARTA PARTE

A POLÍTICA NÃO É CORRUPTA, OS POLÍTICOS É QUE O SÃO.

Os relógios com mecanismos híbridos combinam a o movimento automático com a tecnologia a quartzo, mas, ao invés de serem alimentados por uma bateria (como a da ilustração), armazenam em um capacitor ou célula de bateria a energia gerada pelo rotor. Seu funcionamento é similar ao dos solares, inclusive no tocante à captação de energia luminosa. No mais, eles tendem a ser mais leves, "ecológicos" e duráveis que as versões a quartzo convencionais (a maioria deles funciona ininterruptamente por mais de dez anos antes), mas somente a linha Seiko Kinetic e alguns modelos da Orient são baseados nessa tecnologia. 

Observação: Entre um relógio híbrido e um solar, eu ficaria com o solar. Guardo boas lembranças de um modelo da Cassio que me prestou bons serviços do início dos anos 1980 até por volta de 1998. Isso apesar de eu jamais tirá-lo pulso para tomar banho de chuveiro, de piscina ou de mar. Atualmente, nenhuma versão solar integra atualmente a minha modesta coleção. Mas o Natal está aí... vai que alguém se habilita...   

Quanto o assunto é precisão, mecanismos movidos a corda (manual ou automática) ou quartzo ficam anos-luz distantes dos relógios atômicos — tecnologia foi desenvolvida pelo físico Isidor Rabi e aprimorada pelo National Institute of Standards and Technology (NIST). A título de curiosidade, um “segundo-atômico” é oficialmente definido como 9.192.631.770 oscilações de um átomo de césio 133. Guardadas as devidas proporções, relógios atômicos estão para seu segmento de mercado como os computadores quânticos para o universo da TI.

Embora o funcionamento dos relógios atômicos seja similar ao dos modelos a quartzo, sua precisão fica na casa dos segundos/milhão de anos, podendo alcançar a inacreditável marca de 1 segundo por 15 bilhões de anos numa engenhoca desenvolvida pelo NIST. Já as versões de pulso dessa maravilha da tecnologia são como cabeça de bacalhau: a gente sabe que existe, mas ver, que é bom... Fala-se que o Cesium 133, da Bathyis Hawai, foi o primeiro relógio atômico de pulso do mundo, mas alguém já viu um troço desses ao vivo e em cores?

Os smartwatches "pegaram carona" na popularidade dos onipresentes smartphones, mas não são exatamente uma novidade: os "relógios-calculadora", que fizeram sucesso nos anos 1980 a despeito de ser quase impossível manipular suas teclas minúsculas sem um palito de dente ou outro objeto similar, são ilustres membros dessa seleta confraria. 

Com um smartwatch no pulso, você pode deixar o celular no bolso ou na mochila e receber notificações de suas redes sociais, ler mensagens de texto e até atender ligações. Alguns modelos oferecem contador de passos, monitor cardíacos e até câmera, enquanto outros abrem emails e enviam mensagens por comandos de voz. Há até versões providas de sistema operacional — como o Android Wear (desenvolvido pelo Google e baseado no Android) e o Tizen (exclusivo da Samsung, que funciona em celulares, tablets e nas Smart TVs da marca sul-coreana).

Resumo da ópera: relógios de corda manual ou automática dispensam bateria, mas param de trabalhar se não forem movimentados ou não receberem corda manual regularmente. Também são mais pesados, menos precisos e mais caros que os modelos a quartzo e solares de entrada de linha. No que tange ao preço, nem tudo que custa caro é bom, mas tudo que é bom geralmente custa mais caro. Como dito e repetido várias vezes ao longo desta sequência, há modelos para todos os gostos e bolsos, mas não espere milagres. Modelos de grifes renomadas (RolexOmegaTissot, Breitling etc.) anunciados na Web por cerca de R$ 1 mil são réplicas. É fato que algumas delas são tão fiéis aos modelos originais que a gente só consegue separar o joio do trigo se remover a tampa da caixa e examinar o mecanismo. Cuidado, portanto, para não levar gato por lebre. 

Continua...