terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

VPN — EM RIO QUE TEM PIRANHA JACARÉ NADA DE COSTAS (PARTE V)

VISÃO SEM AÇÃO NÃO PASSA DE SONHO; AÇÃO SEM VISÃO É SÓ PASSATEMPO; VISÃO COM AÇÃO PODE MUDAR O MUNDO.

Para concluir esta sequência, resta dizer que usar um VPN em computadores de mesa ou portáteis (Windows ou Mac), smartphones e tablets (Android ou iOS) e roteadores (Linux) é muito simples. Na maioria dos casos, basta instalar o software e seguir as instruções — que podem ser extremamente detalhadas, embora tudo que você precise fazer após instalar o aplicativo seja digitar seu nome de usuário e senha e selecionar um servidor.

Há quem relute em usar VPNs por achar que elas degradam (ainda mais) a velocidade de uma conexão chinfrim. É fato que uma pequena desaceleração pode ocorrer, mas ela costuma ser quase imperceptível para quem dispõe de um aparelho de configuração de hardware aceitável e utiliza um serviço de boa qualidade. A lentidão, quando ocorre, se deve principalmente à criptografia dos dados, que exige muito do processador. Por óbvio, quanto maior for a frequência de operação da CPU, mais rápida será a criptografia e menor o impacto na velocidade de conexão.

A despeito de parecer contraditório, a VPN acarretar efeitos benéficos a  uma conexão varia muito, mas desde que o usuário escolha um serviço de primeira linha, que conte com redes bem estruturadas e provedores de largura de banda de qualidade superior. Ainda assim, é preciso levar em conta que a redução da velocidade será tanto maior quanto mais distante estiver o servidor ao qual você se conectar. Vale destacar também, por oportuno, que usar uma VPN no celular não impede os aplicativos aos quais você concedeu permissões de acesso invasivas de coletar e enviar dados aos respectivos desenvolvedores.

Existe uma miríade de VPN disponíveis, tanto pagas quanto gratuitas. Muitas são fornecidas por empresas de segurança digital — como F-Secure, Kaspersky, Avira etc. Se você fizer uma busca no Google por “ofertas de VPN”, não só encontrará dúzias de opções como também passará a ser bombardeado por outras tantas toda vez que abrir seu navegador. No entanto, tenha em mente que serviços gratuitos de VPN estabelecem limites de dados pra lá de miseráveis, já que se destinam a estimular o usuário a migrar para um plano pago. Alguns deles podem inclusive esconder armadilhas: o portal TheBestVPN, que reúne reviews de usuários, testou centenas de serviços de VPNs e constatou que boa parte deles não cumpria o que prometia em suas políticas de privacidade — caso do PureVPNHideMyAssHotSpot ShieldVPN Unlimited e VyprVPN (clique aqui para acessar a lista completa).

Nem tudo que é caro é melhor, mas o que é melhor geralmente custar mais caro. No geral, quando mais caro for o plano que você contratar, melhor será o serviço prestado. Algumas VPNs têm interfaces tão ruins que é quase impossível as utilizar — portanto, não contrate um plano de três anos de olho no desconto sem antes ter certeza de que o serviço é adequado a seu perfil de usuário. Lembre-se de que, quanto mais locais de servidor o provedor tiver, mais opções você terá e maior será a probabilidade de sua conexão ser rápida e estável. E se sua intenção for contornar restrições geográficas — para acessar o conteúdo da Netflix dos EUA, por exemplo —, de nada adianta você economizar alguns trocados contratando um provedor de VPN que não disponha de servidores nos EUA ou não lhe ofereça a possibilidade de escolher a localização dos servidores. Demais disso, se sua preocupação é com segurança, vale a pena investir um pouco mais num serviço que não grave logs de navegação dos usuários. Provedores de VPN que mantêm registros podem se transformar facilmente em bombas de efeito retardado.

Conclui no próximo capítulo.