quarta-feira, 6 de abril de 2022

MAIS SOBRE O SALSEIRO DA TERCEIRA VIA E O GOVERNO IMPOLUTO DO CAPITÃO


O famigerado bloqueio criativo — que transforma a tela em branco com o cursor piscante no maior pesadelo de quem escreve — vem perdendo espaço para ansiedade produzida pela enxurrada de descalabros que os noticiários estampam um dia sim e no outro também. 


A péssima escolha que fizemos em 2018 (por absoluta falta de opção) para exorcizar o lulopetismo corrupto foi, em grande medida, o estopim dessa tragédia, mas é preciso lembrar que, noves foram os devotos da seita do inferno, ninguém imaginava que o bolsonarismo boçal poderia ser tão nefasto.

 

Torno a relembrar que maus agentes públicos não brotam em seus gabinetes por geração espontânea; só foram parar lá porque contaram como o aval do eleitorado. Vale conferir o que disseram Pelé —o eterno Rei do Futebol — e Figueiredo — o general-presidente que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo — sobre o risco de misturar brasileiros e urnas em pleitos presidenciais. 


Churchill disse que a democracia é a pior forma de governo à exceção de todas as outras, mas anotou que o melhor argumento contra a democracia é uma conversa de cinco minutos com um eleitor mediano. 

 

A novela a que vimos assistindo desde meados da semana passada está assim: Sergio Moro e João Doria desistiram de disputar a Presidência e, ato contínuo, desistiram de desistir. Moro e Eduardo Leite tentam emplacar seus nomes para representar a terceira via liderando uma chapa presidencial que envolve o MDB, PSDB e União Brasil. Faltou combinar com Doria, mas tudo bem. 

 

Por enquanto, apenas Moro se pronunciou sobre o encontro — por meio de nota, ele disse que conversou com Leite sobre a "necessidade de união do centro”, que está sendo liderada no União Brasil por Luciano Bivar, presidente nacional da sigla. Ciro Gomes se recusa a participar dessas articulações; se não desistir no meio do caminho, o político cearense nascido em Pindamonhangaba (SP) disputará a Presidência pela quarta vez. 


A conferir.