sexta-feira, 8 de abril de 2022

SOBRE A TERCEIRA VIA, AS MENTIRAS DE LULA E A DEMISSÃO DE SILVA E LUNA


 

Mais espantoso que os sucessivos cavalos de pau de João Doria e Sergio Moro foi Bolsonaro celebrar os 58 anos do golpe de 1964 dizendo que os governos militares evitaram que o Brasil “virasse uma republiqueta”, além de voltar a atacar o STF a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas. "Se não tem ideias, cale a boca! Bota a tua toga e fica aí sem encher o saco dos outros!” Sobrou até para assessores presidenciais: "Não pode ter conselheiros ao teu lado dizendo o tempo todo: ´Calma, calma, espera o momento oportuno´. Calma é o cacete, pô!"


Na primeira fila de convidados da cerimônia de troca de ministros estava o nobre deputado Daniel Silveira, cujo nome dispensa apresentações. E sem tornozeleira. Pena a oposição estar ocupada demais para aproveitar essa deixa, uns defendendo-se de eternas acusações — caso do PT —, outros remoendo divisões internas — caso do MDB —, ou dedicando-se à autofagia — caso do PSDB —, ou insistindo em sair no “Bloco do Eu Sozinho” — como o PDT. Com a distância entre o sociopata e o petralha diminuindo, pode ser difícil evitar uma debandada do centro para o bolsonarismo. 


Com a busca de Moro por “novos caminhos” e o encurtamento da distância entre o “mito” dos bolsomínions e o ex-presidiário de Curitiba, o tempo urge. A terceira via depende do PSDB, mas resta saber o que é o PSDB, quem os tucanos representam e qual será o candidato pelo partido. Por enquanto, ninguém sabe. Triste Brasil!

 

Discursando para para uma claque de sindicalistas da Frente Única dos Petroleiros no Rio, Lula teve o desplante de atribuir a Moro e à Lava-Jato o que os petistas fizeram com a Petrobras durante 13 anos e meio. Como de costume, o demiurgo aposta na memória curta do brasileiro e na indignação do cidadão com os altos preços dos combustíveis para espalhar mentiras convenientes e prometer a mesma solução que quase destruiu a Petrobras no passado. 


Segundo o petralha, foram os procuradores da força-tarefa, não um Conselho de Administração cheio de petistas graúdos — como Palocci, Wagner e Dilma —, que tomaram a desastrosa decisão de adquirir uma refinaria em Pasadena, no Texas, por meio de um contrato mal redigido, com cláusulas claramente prejudiciais à Petrobras. 


Foi Sergio Moro, e não o próprio Lula, quem sugeriu a Evo Morales se apossar de unidades da Petrobras na Bolívia e acertou com o ditador Hugo Chávez a construção da refinaria Abreu e Lima, que acabou custando muito mais que o previsto, e o calote venezuelano deixou todo o preço da camaradagem ideológica nas costas dos brasileiros. 

 

Foram os desembargadores do TRF-4, e não Graça Foster e os diretores a ela subordinados, que represaram artificialmente o preço dos combustíveis em 2014 para não prejudicar a reeleição de Dilma Poste Rousseff, e com isso fizeram da Petrobras a petrolífera mais endividada do mundo. Isso sem falar do gigantesco esquema de corrupção organizado pelo petismo, com o apoio de partidos da base aliada e de empreiteiras, para sangrar a Petrobras e outras estatais em nome do projeto de poder da legenda. 


Em suma: foi o lulopetismo que “crucificou” a Petrobras, e a Operação Lava-Jato que “ressuscitou” a estatal. Afinal, quem recuperou bilhões de reais desviados pela corrupção e devolvidos à Petrobras: o PT ou a Lava-Jato? 

 

Falando na Petrobras, o presidente demissionário da empresa concedeu uma entrevista bastante esclarecedora à Revista Veja (vale a pena conferir). Entre outras coisas, ele disse que sua reputação foi colocada em xeque, que foi demitido da presidência da empresa pelo ministro de Minas e Energia, numa conversa que “não durou mais do que 20 minutos”, e que continua “fiel” a Bolsonaro.


Observação: Os relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico do executivo Rodolfo Landim e do consultor Adriano Pires assustaram o ministro Bento Albuquerque e técnicos da CGU. Segundo a coluna de Malu Gaspar em O Globo, ambos teriam dificuldades em passar pelos critérios do comitê interno que avalia se os candidatos têm ou não condições de ocupar os postos para os quais foram indicados


Segundo aliados, Silva e Luna mal fala com Bolsonaro. A relação vinha se desgastando desde janeiro, com o aumento sucessivo do preço dos combustíveis. O afastamento definitivo se concretizou em março. Na audiência, com a presença de Paulo Guedes e Ciro Nogueira, o general alertou para o risco de desabastecimento caso os preços não fossem reajustados. Sua saída é mais uma demonstração de fortalecimento de Bento Albuquerque na Esplanada. 


Em fevereiro do ano passado, ao ser convidado para Petrobras, Silva e Lula condicionou sua saída à possibilidade de escolher seu sucessor em Itaipu. Em janeiro, Bolsonaro nomeou um indicado de Albuquerque para o comando da binacional. Com a troca do comando da petrolífera, o ministro das Minas e Energia indicou militares da Marinha para o conselho da empresa. Nós já vimos esse filme e sabemos como ele termina.

 

Mais curto do que a matéria de Veja, mas nem por isso menos esclarecer, é o vídeo publicado no site da CNN (que você pode acessar clicando aqui).