quarta-feira, 11 de maio de 2022

A FESTA DA DEMOCRACIA (CONTINUAÇÃO)


No último sábado, o ex-presidiário Lula da Silva lançou sua pré-candidatura em ato político realizado em São Paulo. Como aprendeu a ler durante os 580 dias em Curitiba, o petralha se ateve ao discurso escrito pelos marqueteiros, evitando, assim, falar mais bobagens do que as habituais. Se tivesse ficado em cana por mais tempo, talvez ele aprendesse também a escrever, mas isso é outra conversa. 
Com a voz roufenha e o dedo em riste, o abantesma vermelho exaltou o “legado petista”, mas tomando o cuidado de não mencionar os mais de R$ 40 bilhões roubados da Petrobras (parte dos quais foram recuperados pela Lava-Jato, mas isso é outra conversa). 

O deus pai da Petelândia voltou a dizer que foi vítima de uma implacável perseguição político-jurídica — aleivosia que ganhou corpo com a estapafúrdia decisão do comitê de Direitos Humanos da ONU, exarada depois que o plenário do STF avalizou uma decisão monocrática do ministro Luís Edson Fachin, segundo a qual os processos contra o ex-presidente ex-presidiário não deveriam ter sido julgados pela 13ª Vara Federal Criminal de CuritibaNa mesma solenidade, Geraldo Alckmin, o eterno picolé de chuchu, que se sujeitou a ser vice na chapa do molusco, jurou lealdade e disse que “Lula vai bem com chuchu”. Patético.

Aos trancos e barrancos, Bolsonaro — que é alvo de quase 150 pedidos de impeachment, só não foi defenestrado porque aparelhou as instituições e é considerado pela maioria da população minimamente pensante o pior mandatário desde Tomé de Souza — se aproxima da linha de largada com cerca de 1/3 de aprovação (não confundir com o bom/ótimo). Traçando um paralelo com o cenário de 2014, Dilma tinha cerca de 1/3 de ótimo/bom, ou seja, metade do ruim/péssimo que o atual mandatário tem hoje. Contribuiu decisivamente para a reeleição da gerentona (com uma vantagem de 3,5 milhões de votos num eleitorado de mais de 140 milhões de potenciais votantes) uma campanha duríssima para elevar a rejeição dos adversários.

Um candidato pode se reeleger mesmo com aprovação abaixo de 50%, desde que os índices de rejeição dos concorrentes sejam maiores que o seu. Se Bolsonaro conseguir migrar uma quantidade razoável de eleitores do ruim/péssimo para o regular, a disputa poderá ser decidida voto a voto. Com 35% de aprovação (não confundir com o bom/ótimo), as chances de Bolsonaro são de 36%; se o índice crescer mais 5 pontos, as chances aumentarão para 58%; se chegar a 45%, o sociopata terá 78% de chances de continuar enterrando o Brasil.

Que Deus se apiede desta banânia e ilumine a récua de muares votantes.