Bolsonaro se elegeu com a promessa de combater duramente a corrupção e acabar com a reeleição. Para obter o apoio da classe média, o deputado que pertenceu a oito partidos diferentes, todos de aluguel, e sempre foi adepto das práticas da baixa política e amigo de milicianos, foi buscar Sergio Moro, que embarcou em uma canoa que deveria saber furada, da qual desembarcou tardiamente, em abril de 2020.
Ao longo de sua desastrosa gestão, Bolsonaro abrilhantou seu péssimo currículo com meia dúzia de inquéritos e mais de 140 pedidos de impeachment. Em outubro de 2020, afirmou candidamente que “acabou com a Lava-Jato porque não tem mais corrupção no governo”. Sua péssima performance no enfrentamento da pandemia motivou a instalação de uma CPI, cujo relatório final lhe atribuiu mais 9 crimes (entre comuns e de responsabilidade).
Não houve na história deste país um governo mais desastroso que o atual. Mesmo assim, há chances reais de o mandatário Bolsonaro continuar destruindo o país por mais quatro anos. Lula, que agora ostenta a suprema láurea de “ex-corrupto”, também tem chances de voltar à cena do crime, digo, ao Palácio do Planalto. E Moro corre o risco de ir parar na cadeia. Triste Brasil!
Com o ex-juiz impedido de entrar em campo e o ex-governador de São Paulo expulso, Simone Tebet começa a taxiar na pista da terceira via. Mas precisa se tornar conhecida nacionalmente e, ao mesmo tempo, evitar que isso implique maior rejeição a seu nome. De acordo com o Datafolha, a segunda opção dos entrevistados é Ciro Gomes, mas a senadora emedebista já aparece com 3% das intenções de voto.
Nossa experiência com uma mulher na Presidência foi pavorosa, mas Simone Tebet não é Dilma Rousseff. Demais disso, uma parcela considerável dos brasileiros votaria no próprio Belzebu para evitar o retorno do lulopetismo corrupto e mais quatro anos de bolsonarismo boçal a desserviço do Brasil.
Como dizia o saudoso maestro Tom Jobim, o Brasil não é para principiantes. E vou encerrando por aqui, que hoje é domingo e eu não quero estragar o churrasco de quem ainda consegue bancar uma picanha na brasa.