QUEM FALA MUITO DÁ BOM DIA A CAVALO.
Falta de memória é um problema que se resolve através de um upgrade de memória, que é tido e havido como o mais fácil de implementar e que mais benefícios proporciona — desde que o gargalo seja causado realmente por insuficiência de memória.
Por outro lado, para além do preço (que anda pela hora da morte), há que observar as limitações impostas pela placa-mãe e pelo próprio sistema operacional. Mesmo que haja slots vagos para acomodar mais módulos, ultrapassar a quantidade suportada pela placa é jogar dinheiro fora.
Quanto ao sistema, começo por relembrar que o Windows “nasceu” em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, que, por sua vez, era um sistema monousuário e monotarefa de 16 bits. Depois de ser promovido a sistema operacional autônomo (com o Win95) e até 2005, o Windows era oferecido exclusivamente na versão de 32 bits. Quando a AMD anunciou o lançamento do Athlon 64 — primeiro processador de 64 bits compatível com Windows —, a Microsoft criou o WinXP 64-bit Edition. A partir de então e até o Win10, lançado em 2015, o sistema foi servido nos sabores x86 (de 32bits) e x64 (de 64 bits). Aliás, a Apple foi pioneira no uso da arquitetura 64-bit em smartphones, mas isso é outra conversa.
Computadores utilizam o código binário para processar informações, até porque é mais fácil (para eles) trabalhar com dois símbolos do que com dez, já que 0 (zero) e 1 (um) bastam para representar um circuito aberto ou fechado. O bit (de binary digit) corresponde à menor unidade de informação que o processador é capaz de manipular. No âmbito da programação, o “valor” do bit zero corresponde a false (falso), e o do bit um, a true (verdadeiro).
Ao contrário dos processadores x64, chips x86 rodam somente sistemas e aplicativos de 32 bits — a arquitetura recebeu essa denominação porque, antes de lançar o Pentium, a Intel identificava os chips por números terminados em “86” (8086, 80186, 80286, 80386 e 80486). As principais diferenças entre as duas arquiteturas x86 e x64 são o “comprimento da palavra” (sequência de bits de tamanho fixo que o chip é capaz de processar) e o “tamanho dos registradores” (memória temporária usada no processamento das instruções).
Observação: Chips de 16 bits (que não são mais fabricados) operam com 65.539 números diferentes (216). Como todos esses endereços apontam para a RAM, processadores dessa arquitetura só endereçavam 64 megabytes de memória. Chips de 32 bits operam com 4.294.967.295 números diferentes (232), e os de 64 bits, com 18.446.744.073.309.551.616 (264), o que lhes permite endereçar muito mais memória.
A quantidade de RAM suportada pelo computador depende tanto do processador quanto do sistema operacional. A título de ilustração, o Win10 Home x86 endereça 4GB de RAM, enquanto a edição x64 endereça 128GB. Assim, instalar mais de 4GB de memória no aparelho que roda um sistema de 32-bit é gastar boa vela com mau defunto.
Observação: Para saber se seu Windows é de 32 bits ou de 64 bits, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Sobre e, em Especificações do Windows, veja o que consta em Tipo de Sistema (para obter informações adicionais sobre o processador e a configuração de hardware, experimente o freeware CpuZ).
Sistemas x86 rodam melhor com processadores de arquitetura parelha, embora sejam compatíveis com chips de 64-bit. Já as edições x64 do Windows (e aplicativos baseados nessa arquitetura) exigem processadores de 64 bits. Em meados de 2020, a Microsoft anunciou que passaria a fornecer somente a edição 64-bit do Win10, e o Win11, que foi lançado em outubro do ano passado, só é disponibilizado em edição x64.
Em termos de arquitetura de computadores, a expressão “64 bits” é usada para descrever endereços de memória ou qualquer outro tipo de dado cujo tamanho seja 64 bits, bem como arquiteturas de CPU e ALU baseadas em registradores, barramentos de dados e endereços de 64 bits — o que não significa necessariamente que o chip não suporte barramentos de tamanhos maiores ou menores.
Continua...