No que tange à memória RAM, 8 GB é a quantidade recomendável para PCs que rodam as versões as versões 10 e 11 do Windows e para smartphones Android. Como a maioria dos aparelhos vem com míseros 4 GB, o upgrade é uma solução, mas somente em desktops e notebooks. Na maioria dos smartphones Android é possível expandir o armazenamento interno com cartões MicroSD, mas o upgrade de memória física requer a troca o aparelho.
Agora o pulo do gato: se há espaço sobrando no armazenamento (nativo ou expandido) e falta RAM, por que não recorrer à memória virtual para suprir essa carência também nos ultraportáteis? A obviedade da resposta a essa pergunta levou os fabricantes a desenvolver versões dessa tecnologia (que, como dissemos, trata-se de um paliativo, mas é sempre melhor pingar do que secar) para smartphones Android.
Com o recurso ativado, obtém-se uma melhora no desempenho do aparelho, notadamente quando você utiliza diversos aplicativos ao mesmo tempo. Por outro lado, o desempenho da memória flash utilizada como armazenamento interno não é o mesmo da RAM, e como as velocidades de leitura e gravação são menores que as da memória física, há uma diminuição considerável na performance geral do sistema. Isso sem falar que o espaço alocado no armazenamento pode fazer falta em aparelhos de configuração espartana (com menos de 64 GB de memória interna).
Na prática, a coisa funciona assim: se seu aparelho dispõe de 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento (configuração que eu considero adequada à luz do custo/benefício), ativar a memória virtual fará com que o sistema aloque uma parte do espaço (o limite gira entre 3 GB e 5 GB), de modo a expandir a RAM até 13 GB de memória RAM.
Ainda que não seja a melhor maneira de otimizar o desempenho do celular, fabricantes chinesas como Xiaomi e Realme vêm apostando nesse recurso há algum tempo, a exemplo da coreana Samsung, que, no final do ano passado, lançou o Galaxy A52s 5G, que dispõe dessa função. Geralmente, smartphones que oferecem RAM virtual integram pelo menos 6 GB de RAM física, que o acréscimo de 3 GB virtuais perfaz um total de 9 GB de RAM, o que pode ser sopa no mel para determinados tipos de uso, a despeito de o desempenho não ser equivalente ao de um aparelho com 8 GB de RAM física.
Em última análise, o recurso é útil — talvez mais útil do que na plataforma PC, já que, como se viu, o upgrade de RAM nos moldes tradicionais costuma ser tecnicamente possível e, na maioria dos casos, economicamente viável.