quinta-feira, 6 de junho de 2019

SOBRE SMARTPHONES, MEMÓRIA INTERNA E CARTÕES SD — PARTE 3

IN MEDIO STAT VIRTUS

Mesmo com um smartphone dotado de 32 GB ou 64 GB de memória interna, alguns usuários tendem a ficar rapidamente sem espaço. É certo que existem versões com 128 GB e 1 TB, mas o preço costuma ser castigante. No geral, um modelo com sistema Android de 16 GB ou 32 GB pode ser mais que suficiente para a maioria dos usuários "comuns", desde que possua um slot para cartão e que suporte até 64 GB.

Cartões de 128 GB — capazes de armazenar até 16 horas de vídeos em Full HD, 7.500 músicas, 3.200 fotos e mais de 125 aplicativos — e superiores são caros e difíceis de encontrar, e podem não funcionar no seu aparelho (consulte o manual do proprietário para saber até onde é possível ir). Às vezes eles até funcionam, mas o mais provável é que não sejam reconhecidos, ou apresentarem erros de leitura e gravação. Nenhum iPhone suporta cartão, a exemplo do que ocorre com alguns modelos top de linha da Samsung e da Motorola. Portanto, se você não abre mão da excelência e do status associados à marca da maçã e não tem cacife para bancar um iPhone XS MAX de 512 GB, vai ter de recorrer à nuvem ou transferir para o computador de casa tudo que não for absolutamente necessário manter na memória interna do telefoninho.

Após essa breve introdução, cumpre salientar que os cartões de memória diferem pelo formato (o micro SD é atualmente o mais popular) e são divididos em categorias, conforme o tamanho (quantidade de espaço) e a velocidade (taxa de transferência de dados). A classificação segundo o tamanho já foi explicada no capítulo anterior; quanto à velocidade, as classes são 2, 4, 6, 10 e UHS 1 e 3 (confira na tabelinha que ilustra esta postagem as respectivas velocidades mínimas e aplicações recomendadas).

A SanDisk lançou recentemente um micro SD de 1 TB, leitura sequencial de 90 MB/s, escrita de 60 MB/s e suporte para gravação em Full HD4K Ultra HD, mas ao preço de US$ 499,99 — o que corresponde a cerca de R$ 2 mil pela cotação atual da moeda norte-americana. Por esse valor, dá para comprar um Samsung Galaxy A9 Dual Chip Android 8.0, que oferece tela de 6.3", processador Octa-Core a 2.2GHz, 128 GB de memória interna (expansível via nano SD), 6GB de RAM e câmera de 24 MP, dentre outros atrativos. E ainda sobra troco para o estacionamento do shopping.

Evita cartões de fabricantes desconhecidos. Prefira os produtos da SanDisk, Kingston ou Samsung e atente para a capacidade e a velocidade, que devem ser adequadas aos seus propósitos. A velocidade corresponde às taxas de transferência na escrita e leitura dos dados, e pode não fazer muita diferença se você usar o dispositivo para salvar fotos, músicas e documentos, mas se a ideia for expandir a memória interna do telefone (fazer com que o sistema “enxergue” o espaço da memória e do cartão como uma coisa só), aí a coisa muda de figura.

Os cartões são mais lentos que a memória nativa, mas um modelo de classe 6 ou superior agiliza a execução de tarefas que dependem dos dados nele armazenados (como abrir fotos, músicas e vídeos ou carregar apps). Já um cartão mais lento ou falsificado prejudica a performance, pois faz com que o processador desperdice ciclos preciosos enquanto aguarda a transferência dos dados, além de acarretar travamentos e, em casos extremos, perda de fotos, vídeos etc.

Se seu aparelho e a versão do Android que ele roda forem antigos, talvez não seja possível fundir o espaço do cartão com o da memória nativa — ou mesmo mover aplicativos ou instalá-los diretamente no cartão. Nesse caso, mesmo contando com vários gigabytes ociosos na memória “externa”, você só conseguirá instalar novos apps depois de desinstalar outros que não sejam exatamente indispensáveis.

Amanhã terminamos esta sequência.