quinta-feira, 30 de junho de 2022

ÓCULOS DE TRADUÇÃO EM TEMPO REAL

UM COMEÇO AUSPICIOSO É MEIO CAMINHO ANDADO.

Em abril de 2013, o Google colocou à venda o protótipo de um produto que ficaria conhecido como “Google Glass” e seria lançado comercialmente no ano seguinte. 


O sistema Glass OS contava com 2 GB de RAM, 16 GB de memória flash e câmera de 5 megapixels, capaz de gravar vídeos em HD. O hardware pesava apenas 36 gramas, mas oferecia conectividade Wi-Fi, Bluetooth e microUSB, e transmitia o som por meio de condução óssea, permitindo ao usuário ouvir os conteúdos sem fones de ouvido 

 

Apesar de todo o burburinho que causou, o produto foi descontinuado em 2015. A armação excessivamente chamativa dava às pessoas uma aparência de ciborgue, o que tornava seu uso socialmente inaceitável. Isso sem falar no preço (US$ 1,5 mil), na baixa autonomia proporcionada pela bateria fraca, nos erros de software e nas inúmeras questões levantadas acerca da privacidade de terceiros, que também contribuíram para que a produção fosse descontinuada.


No mês passado, o Google fez um teaser com óculos de tradução. Ao contrário do antecessor, o modelo em desenvolvimento permite ao usuário conversar com alguém em um idioma estrangeiro e ler tradução simultânea nas lentes. A empresa demonstrou em um vídeo que a tradução não é meramente um “closed captioning”, mas, sim, um texto que soletra em tempo real o que o interlocutor está dizendo — de e para inglês e mandarim ou espanhol.


Nos óculos antigos, uma tela de heads-up baseada na localização fornecia lembretes e/ou instruções passo a passo, mas não repassava dados visuais e/ou de áudio ao usuário. O novo modelo capta os sons, envia-os para a nuvem e exibe em formato de texto a tradução que lhe e retornada. Além disso, ele têm a aparência de óculos comuns, até porque não tem câmera e o texto exibido não é visualizado pelo interlocutor (o que favorece o contato visual, com você pode conferir neste vídeo).

 

Com recursos de realidade aumentada, a novidade poderá enviar qualquer ruído e exibir qualquer texto retornado do aplicativo remoto — como informações sobre uma determinada peça em um museu ou um produto específico numa loja, por exemplo. 

 

O Google não anunciou quando — ou se — os óculos de tradução serão comercializados. Caso a empresa não os lance no mercado, o simples fato de a tecnologia “ser possível” certamente levará a concorrência a disponibilizar algo parecido. 


A ver (sem trocadilho).