segunda-feira, 4 de julho de 2022

A IRRITANTE DEMORA NA INICIALIZAÇÃO DO PC

O PODER ATRAI O PIOR E CORROMPE O MELHOR.

Os PCs evoluíram muito desde os anos 1970, mas ainda não “ligam” tão rapidamente quanto uma lâmpada. A energia elétrica é fundamental em ambos os casos, mas, no caso do computador, o boot e a inicialização do sistema vão muito além de simplesmente incandescer um filamento. 

 

Os PCs são formados por dois subsistemas distintos, mas complementares. No pré-história da computação pessoal, definia-se o hardware como aquilo que o usuário podia chutar, e o software, como o que ele só podia xingar.

 

O tempo que a máquina leva para inicializar depende de diversos fatores. Depois de migrar para o Win11, meu Dell Inspiron passou demorar mais de 1 minuto para exibir a tela de boas-vindas e outros 4 ou 5 minutos para me deixar começar a trabalhar. No meu Mac Pro, a tela inicial surge em poucos segundos e basta eu digitar a senha para ter total controle sobre o sistema e os aplicativos. 


Observação: O “problema” do portátil é o jurássico HDD (de 2 TB e 5400 RPM), muito mais lento que o SSD PCI Express com NVMe do Mac.

 

A demora na inicialização do Windows sempre me incomodou. A Microsoft prometia maior agilidade toda santa vez que lançava uma nova versão, mas o software foi se agigantando e uma configuração de hardware responsável custa os olhos da cara (rodar o Win11 sem SSD e pelo menos 6 GB de RAM é uma teste de paciência).

 

Muita coisa acontece do momento em que ligamos o computador até o instante o software se torna “operável”. Nesses preciosos segundos (ou longos minutos, conforme o caso), o BIOS (ou o UEFI, também conforme o caso) realiza um autoteste de inicialização (POST, de Power On Self Test), busca os arquivos de inicialização (respeitando a sequência declarada no CMOS Setup), e “carrega” na RAM os drivers, as DLLs e outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador, bem como o sistema na RAM (não integralmente, ou não haveria memória que bastasse). 


O BIOS (de Basic Input/Output System) é primeira camada de software do computador. Trata-se de um programinha de “baixo nível” gravado pelo fabricante num chip de memória não volátil, que depois é integrado à placa-mãe. O UEFI (de Unified Extensible Firmware Interface) faz basicamente a mesma coisa, mas muito mais rapidamente. Já o CMOS (de Complementary Metal Oxide Semiconductor) é componente de hardware composto por um relógio permanente, uma pequena porção de memória volátil e uma bateria — que mantém essa memória energizada para que as informações não se percam quando desligamos o computador.

 

O “boot” é o processo mediante o qual o BIOS checa as informações armazenadas no CMOS, realiza o POST e, se tudo estiver nos conformes, carrega o Windows e sai de cena, permitindo que o sistema assuma o comando da máquina e o usuário, o comando do sistema. Numa tradução direta do inglês, boot significa bota ou botina, mas seu uso no âmbito da informática remete à expressão “pulling oneself up by his own bootstraps”, que podemos traduzir por “içar a si mesmo pelas alças das botinas” e, por extensão, por “fazer sozinho algo impossível de ser feito sem ajuda externa”. 

 

Observação: Fazer o Setup” consiste em oferecer respostas a uma sequência de perguntas (do tipo múltipla escolha) que permitem ao BIOS reconhecer e gerenciar o hardware, “dar o boot” e realizar outras tarefas básicas inerentes ao funcionamento do computador.


Continua...