O que foi dito até aqui nos permite tirar duas conclusões: 1) viajar no tempo, sobretudo para o futuro, é uma possibilidade; 2) estamos anos-luz distantes da tecnologia que viabilizaria esse prodígio.
Em que pesem os paradoxos e outras questões que que "impedem" a volta ao passado, um avião da Hawaiian Airlines decolou de Auckland, na Nova Zelândia, às 00h05 (hora local) de 1º de janeiro de 2018, e aterrissou nove horas e 10 minutos depois em Honolulu, no Havaí, às 10h15 (hora local) de 31 de dezembro de 2017. Claro que isso se deveu aos diferentes fusos horários — o Havaí está dez horas atrás do UTC (horário de referência, a partir do qual se calculam todas as outras zonas horárias do mundo), enquanto a Nova Zelândia está 13 horas à frente —, mas não muda o fato de os passageiros terem chegado a seu destino no dia anterior ao da partida.
O filósofo grego Demócrito (546-460 a.C.) batizou de “átomo” o que, segundo ele, era a menor partícula da matéria e, portanto, seria indivisível. Em 1917, o químico Ernest Rutherford descobriu que o núcleo do átomo é formado por prótons e nêutrons e rodeado por elétrons. Mais adiante, descobriu-se que os próprios prótons, nêutrons e elétrons são formados por partículas ainda menores — os quarks, no caso dos dois primeiros, e os léptons, no caso dos elétrons. Hoje, acredita-se que os seis tipos diferentes de quarks e os seis tipos diferentes de léptons sejam as partículas fundamentais da matéria, embora não seja possível observá-los, já que eles não aparecem livres na natureza.
Einstein morreu sem equacionar uma “Teoria de Tudo”, que explicasse todos os enigmas do universo, mas os físicos John Schwarz, Michael Greene e Yoichiro Nambu desenvolveram a Teoria das Cordas, que combina a relatividade geral com a mecânica quântica. Segundo esse modelo matemático, todas as coisas do Universo são compostas por filamentos de energia (as tais “cordas”), que seriam ainda menores do que os quarks e os léptons. Cada vibração dessas cordinhas unidimensionais formaria uma coisa diferente na natureza, e o Universo seria uma grande sinfonia gerada a partir de sua vibração.
O filósofo grego Demócrito (546-460 a.C.) batizou de “átomo” o que, segundo ele, era a menor partícula da matéria e, portanto, seria indivisível. Em 1917, o químico Ernest Rutherford descobriu que o núcleo do átomo é formado por prótons e nêutrons e rodeado por elétrons. Mais adiante, descobriu-se que os próprios prótons, nêutrons e elétrons são formados por partículas ainda menores — os quarks, no caso dos dois primeiros, e os léptons, no caso dos elétrons. Hoje, acredita-se que os seis tipos diferentes de quarks e os seis tipos diferentes de léptons sejam as partículas fundamentais da matéria, embora não seja possível observá-los, já que eles não aparecem livres na natureza.
Einstein morreu sem equacionar uma “Teoria de Tudo”, que explicasse todos os enigmas do universo, mas os físicos John Schwarz, Michael Greene e Yoichiro Nambu desenvolveram a Teoria das Cordas, que combina a relatividade geral com a mecânica quântica. Segundo esse modelo matemático, todas as coisas do Universo são compostas por filamentos de energia (as tais “cordas”), que seriam ainda menores do que os quarks e os léptons. Cada vibração dessas cordinhas unidimensionais formaria uma coisa diferente na natureza, e o Universo seria uma grande sinfonia gerada a partir de sua vibração.
Diferentemente do que Einstein imaginava, essa teoria não vê o Universo como um espaço-tempo de quatro dimensões (altura, profundidade, largura e tempo), mas, sim, de onze dimensões, sete das quais nós não conseguimos enxergar, mas que nem por isso deixam de existir. O problema é que os conceitos da relatividade geral não se aplicam ao mundo subatômico e vice-versa.
Além dos paradoxos temporais há outros que, por curiosos, merecem menção. Um dos meus preferidos é o Paradoxo das Linhas de Tempo Alternativas, segundo o qual alguém que tentasse mudar o passado causaria o surgimento de um universo paralelo coexistente ao presente de onde ele veio, mas paralelo à linha temporal original a partir do ponto da mudança. Não há provas da existência de universos paralelos, mas tampouco há provas de que eles não existam. Ademais, as equações da mecânica quântica, combinadas com as da relatividade geral, deram azo a diversas previsões "surreais", digamos assim, que viriam a ser confirmadas anos (ou décadas) depois por experimentos de laboratório e observações astronômicas.
Além dos paradoxos temporais há outros que, por curiosos, merecem menção. Um dos meus preferidos é o Paradoxo das Linhas de Tempo Alternativas, segundo o qual alguém que tentasse mudar o passado causaria o surgimento de um universo paralelo coexistente ao presente de onde ele veio, mas paralelo à linha temporal original a partir do ponto da mudança. Não há provas da existência de universos paralelos, mas tampouco há provas de que eles não existam. Ademais, as equações da mecânica quântica, combinadas com as da relatividade geral, deram azo a diversas previsões "surreais", digamos assim, que viriam a ser confirmadas anos (ou décadas) depois por experimentos de laboratório e observações astronômicas.
Se o Universo é realmente infinito — o que é bastante provável —, todas as configurações de átomos são forçadas a se repetir em algum momento. Isso significa que haveria infinitas Terras idênticas à nossa (ou muito parecidas), habitadas por cópias nossas. A realidade oculta, do físico teórico Brian Greene, troca em miúdos os nove tipos diferentes de universos paralelos, que seriam semelhantes a bolhas de sabão flutuando num espaço maior (alguns seriam inclusive interconectados por buracos negros ou por buracos de minhoca).
Outro paradoxo interessante é o dos Loops de Repetição, que acontece quando alguém “revive” várias vezes o mesmo momento — como no filme Feitiço do Tempo, no qual um repórter meteorológico mal-humorado (Bill Murray) cobre pela quarta vez consecutiva uma festa interiorana (Dia da Marmota), é obrigado a pernoitar na cidadezinha devido a uma nevasca e acaba revivendo a cada manhã o mesmo dia da festa, como se o tempo tivesse deixado de passar.
No livro póstumo Brief Answers to the Big Questions (breves respostas para grandes perguntas, em tradução livre), Stephen Hawking anotou que nosso entendimento atual não permite descartar as viagens no tempo. O fato de a velocidade da luz ser a mais rápida que qualquer sinal pode percorrer nos dá a causalidade — princípio segundo o qual os efeitos devem sempre vir depois de suas causas.
Einstein percebeu que, se a velocidade da luz é absoluta, o espaço e o tempo em si não podem ser, daí todos os relógios móveis serem mais lentos que os estacionários.
Outro paradoxo interessante é o dos Loops de Repetição, que acontece quando alguém “revive” várias vezes o mesmo momento — como no filme Feitiço do Tempo, no qual um repórter meteorológico mal-humorado (Bill Murray) cobre pela quarta vez consecutiva uma festa interiorana (Dia da Marmota), é obrigado a pernoitar na cidadezinha devido a uma nevasca e acaba revivendo a cada manhã o mesmo dia da festa, como se o tempo tivesse deixado de passar.
No livro póstumo Brief Answers to the Big Questions (breves respostas para grandes perguntas, em tradução livre), Stephen Hawking anotou que nosso entendimento atual não permite descartar as viagens no tempo. O fato de a velocidade da luz ser a mais rápida que qualquer sinal pode percorrer nos dá a causalidade — princípio segundo o qual os efeitos devem sempre vir depois de suas causas.
Einstein percebeu que, se a velocidade da luz é absoluta, o espaço e o tempo em si não podem ser, daí todos os relógios móveis serem mais lentos que os estacionários.
Observação: Quanto mais depressa alguém se move, mais devagar o tempo passa em relação a quem está parado. À velocidade da luz, o tempo simplesmente congela, mas não passaria a correr para trás se essa velocidade fosse superada, já que a lei da causalidade seria violada e o conceito de causa e efeito perderia o significado.
Em sua “conjectura de proteção cronológica”, Hawking reconheceu que as leis desconhecidas da física que um dia substituirão as de Einstein conspiram para evitar que objetos grandes (como uma espaçonave) pulem para trás e para frente no tempo. Existem muitas hipóteses que tentam explicar a existência de múltiplos universos, mas nem todas são amplamente aceitas, dada a impossibilidade de se testar a existência de outros universos.
Em sua “conjectura de proteção cronológica”, Hawking reconheceu que as leis desconhecidas da física que um dia substituirão as de Einstein conspiram para evitar que objetos grandes (como uma espaçonave) pulem para trás e para frente no tempo. Existem muitas hipóteses que tentam explicar a existência de múltiplos universos, mas nem todas são amplamente aceitas, dada a impossibilidade de se testar a existência de outros universos.
Em última análise, a verdade é que ainda não existe uma verdade sobre viagens no tempo.
Continua...