terça-feira, 23 de agosto de 2022

DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA, NO-BREAKS, ESTABILIZADORES E FILTROS DE LINHA

MUITO FAZ QUEM NÃO ATRAPALHA

 

Ovo faz mal? E café? Vale a pena trocar manteiga por margarina? E usar azeite em frituras? Você certamente já se fez essas perguntas, provavelmente pesquisou a respeito e possivelmente encontrou informações conflitantes, diametralmente opostas. 


Há questões menos controversas, como a do tabagismo. Todo mundo sabe que fumar prejudica a saúde, mas deixar ou não de fumar é uma questão de livre-arbítrio (aliás, a existência do livre arbítrio também não é uma unanimidade). 

 

O uso do estabilizador de tensão é outro tema que suscita controvérsias. Há quem diga que esse dispositivo seja tão inútil quanto o filtro de linha, lembrando que, quando ele foi criado, nos anos 1940, não havia computadores, apenas aparelhos elétricos com diversos componentes vulneráveis a oscilações de tensão. 


No alvorecer da era PC, o uso do estabilizador passou a ser recomendado por técnicos e especialistas. No entanto, a maioria dos estabilizadores opera a 60 Hz, enquanto as fontes de alimentação dos computadores trabalham com frequências que vão de 100 KHz a 400 KHzAssim, quando o estabilizador se dá conta do surto de tensão, a fonte já o corrigiu, como faria se o estabilizador não existisse. 


Mas a coisa não para por aí. Ao tentar corrigir o problema que a fonte já resolveu, o estabilizador cria um segundo problema que a fonte terá de resolver. Ou seja, o dispositivo que deveria proteger o computador faz a fonte trabalhar dobrado.

 

Eu venho dizendo há anos os famigerados filtros de linha (falo daquelas "réguas" vendidas em hipermercados e casas de ferragens por cerca de R$ 20) servem apenas para multiplicar o número de saídas, permitindo conectar mais aparelhos numa mesma tomada. A "proteção" que eles oferecem depende basicamente de um fusível (ou um led, conforme o caso), cuja queima evita que um pico de tensão afete os aparelhos. Mas para isso é preciso que esse fusível ou led queime antes que a sobretensão alcance à fonte, e isso nem sempre acontece.

 

Se nem os filtros de linha nem os estabilizadores cumprem o que prometem, os primeiros ao menos deixam a fonte corrigir as eventuais instabilidades na rede (somente em casos de sobretensão extrema é que o tal fusível se funde). Como diz um velho ditado, "muito ajuda quem não atrapalha".

 

Continua...