Alguns cientistas acreditam que civilizações alienígenas podem ter evoluído a ponto de descobrir a tecnologia nuclear, e acabaram sendo dizimadas por seu potencial destrutivo. Todavia, se isso aconteceu milhões de anos atrás, por que esses "sinais" ainda não chegaram até nós? E mais: será que isso ocorreu com todas as civilizações? Não teria sobrado nenhuma? São muitas perguntas possíveis e poucas as respostas plausíveis.
O astrônomo e astrofísico estadunidense Frank Drake desenvolveu uma fórmula para calcular o número de civilizações extraterrestres com as quais haveria chances de estabelecermos algum tipo de comunicação. Ele levou em conta o número de estrelas, quantas delas possuem sistemas planetários, em quantos planetas pode haver condições de alguma forma de vida se desenvolver e evoluir tecnologicamente e, por fim, a fração do tempo de vida de um planeta onde supostamente exista uma civilização avançada.
As viagens interestelares são muito lentas, mas o Universo existe há 13,8 bilhões de anos. Nesse "entretempo", alguma civilização poderia ter desenvolvido tecnologias capazes de atravessar galáxias. No que tange às incertezas sobre o que faz a vida existir, nossa ciência ainda está engatinhando, mas pesquisadores de Oxford dão conta de que as chances de estarmos sozinhos na Via Láctea são de aproximadamente 53% — e de 40% em relação ao Universo visível. Na esteira desse raciocínio, o Homo sapiens seria a forma de vida mais inteligente de todos os tempos.
Num dos episódios da série Cosmos, o astrofísico novaiorquino Carl Sagan disse que o número de civilizações como a nossa na Via Láctea poderia ir de dez a centenas de milhões. Isso nos leva de volta à pergunta inicial: Cadê todo mundo? A resposta virá quando e se surgirem evidências conclusivas de que existem civilizações extraterrestres avançadas — que, segundo Sagan, talvez sejam muito mais raras do que se costuma imaginar.
Quanto ao motivo de investigar a existência de vida inteligente em outra parte do cosmo, o astrônomo israelense Abraham (Avi) Loeb, professor da Universidade de Harvard, foi cirúrgico: "Procuro vida inteligente no espaço porque é difícil encontrar na Terra". Em seu livro "Extraterrestre: O Primeiro Sinal de Vida inteligente Fora da Terra", ele pondera que o objeto descoberto em 2017 e batizado de Oumuamua (mensageiro de muito longe que chega primeiro, em havaiano) pode ser na verdade uma sonda criada por extraterrestres.
Achava-se inicialmente que o Oumuamua seria apenas um asteroide, mas os dados coletados pelo telescópio Pan-STARRS1 revelaram que ele mede 400m de cumprimento, desloca-se em alta velocidade, não libera gases e nem deixa rastros de poeira estelar ou detritos (o que descarta a possibilidade de ser um asteroide ou um cometa). Ademais, seu eixo de rotação é contínuo e estável, e seu movimento não é orientado apenas pela gravidade exercida pelo Sol.
Observação: Loeb é idealizador do Projeto Galileo, que conta com um capital de US$ 2 milhões e mais de 100 cientistas internacionais trabalhando em conjunto para desenvolver um algoritmo capaz de identificar viajantes interestelares, satélites não construídos por humanos e outros fenômenos aéreos não identificados.
Ainda de acordo com o pesquisador israelense, excluída a hipótese de origem extraterrestre, não resta outra explicação plausível para o Oumuamua, mas há quem diga tratar-se de um resto planetário, um iceberg cósmico, ou mesmo uma "grande bola de poeira" deixada para trás por um cometa interestelar. Após muita especulação, um grupo de astrônomos levantou a hipótese de que o objeto em questão é "um pedaço de detrito lançado de um mundo parecido com Plutão", mas certeza, que é bom, ninguém tem.
Continua...