Pela primeira vez desde a criação do instituto da reeleição, um ocupante do Planalto chega às portas do pleito como candidato favorito a fazer de seu principal adversário o próximo presidente da República.
Como dizia o Conselheiro Acácio, o problema das consequências é que elas sempre vêm depois. Como escreveu Josias de Souza em sua coluna, o problema da autocrítica é que ela costuma chegar tarde. E, no caso de Bolsonaro, chegou tarde, veio pela metade e foi desnecessária, já que muitos eleitores preferem submeter sua Presidência a uma autópsia.
O presidente disse estar arrependido de ter falado que não era coveiro quando questionado sobre as 2.575 vítimas da Covid em solo tupiniquim. "Dei uma aloprada, sim. Perdi a linha. Aí eu me arrependo." Mas culpou a imprensa pela alopragem: "Eu parei de falar com a mídia porque os caras batiam na tecla o tempo todo e eu não percebo que queriam me tirar do sério." Bolsonaro não parou de falar. Deixou de ser ouvido. Exaustos de suas inverdades e agressões, os jornalistas se retiraram do cercadinho.
Hoje, com mais de 680 mil cadáveres no letreiro da pandemia, Bolsonaro não inclui no rol dos seus arrependimentos o absurdo segundo o qual os vacinados virariam jacaré — foi figura de linguagem, ele declarou —, e tampouco se arrepende de ter receitado cloroquina. Pior: continua afirmando que seu tratamento precoce com remédios comprovadamente ineficazes salvou muitas vidas.
Rejeitado pelo grosso do eleitorado feminino, o candidato à reeleição e pai de quatro filhos homens disse ter pisado na bola quando atribuiu o nascimento da filha Laura a "uma fraquejada". Mas, ao mesmo tempo em que exibe uma suposta penitência, repete a piada machista que leva pais desqualificados a se perguntar, diante da gravidez da mulher, se vai virar consumidor ou fornecedor.
A autocrítica de Bolsonaro tem a sinceridade do desesperado. É como se dissesse aos brasileiros, com outras palavras, mais ou menos o seguinte: "Eu garanto, como candidato, que aqueles que votarem em mim confiando no meu arrependimento logo estarão profundamente arrependidos."
Como dizia o Conselheiro Acácio, o problema das consequências é que elas sempre vêm depois. Como escreveu Josias de Souza em sua coluna, o problema da autocrítica é que ela costuma chegar tarde. E, no caso de Bolsonaro, chegou tarde, veio pela metade e foi desnecessária, já que muitos eleitores preferem submeter sua Presidência a uma autópsia.
O presidente disse estar arrependido de ter falado que não era coveiro quando questionado sobre as 2.575 vítimas da Covid em solo tupiniquim. "Dei uma aloprada, sim. Perdi a linha. Aí eu me arrependo." Mas culpou a imprensa pela alopragem: "Eu parei de falar com a mídia porque os caras batiam na tecla o tempo todo e eu não percebo que queriam me tirar do sério." Bolsonaro não parou de falar. Deixou de ser ouvido. Exaustos de suas inverdades e agressões, os jornalistas se retiraram do cercadinho.
Hoje, com mais de 680 mil cadáveres no letreiro da pandemia, Bolsonaro não inclui no rol dos seus arrependimentos o absurdo segundo o qual os vacinados virariam jacaré — foi figura de linguagem, ele declarou —, e tampouco se arrepende de ter receitado cloroquina. Pior: continua afirmando que seu tratamento precoce com remédios comprovadamente ineficazes salvou muitas vidas.
Rejeitado pelo grosso do eleitorado feminino, o candidato à reeleição e pai de quatro filhos homens disse ter pisado na bola quando atribuiu o nascimento da filha Laura a "uma fraquejada". Mas, ao mesmo tempo em que exibe uma suposta penitência, repete a piada machista que leva pais desqualificados a se perguntar, diante da gravidez da mulher, se vai virar consumidor ou fornecedor.
A autocrítica de Bolsonaro tem a sinceridade do desesperado. É como se dissesse aos brasileiros, com outras palavras, mais ou menos o seguinte: "Eu garanto, como candidato, que aqueles que votarem em mim confiando no meu arrependimento logo estarão profundamente arrependidos."
Triste Brasil.