Vivemos numa democracia representativa, onde os 3 Poderes da República são instituições independentes e cada qual tem funções especificas. Segundo nossa constituição, todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido, e a população interfere no funcionamento do governo através do voto. Pois bem. Numa passagem do livro “Esaú e Jacó”, o escritor Machado de Assis anotou que o fato mais relevante da transição do Império para a República foi a faixa da confeitaria do centro da cidade do Rio de Janeiro passar a exibir os dizeres “Confeitaria da República” onde antes se lia “Confeitaria do Império”.
O Brasil é realmente um país sui generis. Nossa independência não foi conquistada, mas comprada a peso de ouro (literalmente). O golpe militar de 1889 — pomposamente chamado de Proclamação da República — deu azo a eleições democráticas e ao direito de voto, cujo exercício se tornou compulsório. Para piorar, nosso "esclarecidíssimo" eleitorado mantém no poder quem sempre lá esteve, enquanto os poderosos mantêm na sarjeta quem com ela já se acostumou.
A eleição de seus "representantes" deveria ser vista como uma ação de brasileiros racionais e interessados. Mas tudo se faz para conquistar o voto de uma récua de muares politicamente despreparados e desqualificados — o que inclui transportar as urnas até tribos perdidas no meio do nada, onde os indígenas sequer falam português.
Fala-se que "o povo precisa ser responsável pela escolha dos eleitos", e que votar em branco ou anular o voto não é democrático. Mas forçar alguém a participar da democracia é tudo, menos um aprimoramento da democracia.
O que há é o de sempre: uma ânsia por conduzir uma maioria desinformada e despreparada a manter no poder quem nele sempre esteve. Ao final, troca-se a plaquinha de uma confeitaria qualquer do centro de qualquer cidade e se mantém o povo na sarjeta, aguardando, por mais quatro anos, o momento de lembrar aos eleitores como seu voto é relevante para a democracia.
Triste Brasil.
O Brasil é realmente um país sui generis. Nossa independência não foi conquistada, mas comprada a peso de ouro (literalmente). O golpe militar de 1889 — pomposamente chamado de Proclamação da República — deu azo a eleições democráticas e ao direito de voto, cujo exercício se tornou compulsório. Para piorar, nosso "esclarecidíssimo" eleitorado mantém no poder quem sempre lá esteve, enquanto os poderosos mantêm na sarjeta quem com ela já se acostumou.
A eleição de seus "representantes" deveria ser vista como uma ação de brasileiros racionais e interessados. Mas tudo se faz para conquistar o voto de uma récua de muares politicamente despreparados e desqualificados — o que inclui transportar as urnas até tribos perdidas no meio do nada, onde os indígenas sequer falam português.
Fala-se que "o povo precisa ser responsável pela escolha dos eleitos", e que votar em branco ou anular o voto não é democrático. Mas forçar alguém a participar da democracia é tudo, menos um aprimoramento da democracia.
O que há é o de sempre: uma ânsia por conduzir uma maioria desinformada e despreparada a manter no poder quem nele sempre esteve. Ao final, troca-se a plaquinha de uma confeitaria qualquer do centro de qualquer cidade e se mantém o povo na sarjeta, aguardando, por mais quatro anos, o momento de lembrar aos eleitores como seu voto é relevante para a democracia.
Triste Brasil.