O que aconteceu com o Brasil? Que País era aquele que, em 2018, elegeu presidente um incapaz, a despeito de, no primeiro turno, haver diversos candidatos com história, programa e compromisso? Não considerá-los teria sido um voto de protesto ou mais uma prova cabal do despreparo do eleitorado?
A renovação parlamentar foi a maior dos últimos tempos, sobretudo no Senado. Mas se algo mudou, foi para pior. Graças à conivência do presidente da Câmara e do PGR, o incapaz sobreviveu à maior tragédia sanitária da história nacional e aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. Como explicar isso?
Houve êxitos econômicos que pudessem compensar o desastre da pandemia? O governo edificou políticas sociais de longo prazo e fortaleceu o apoio das classes populares? Defendeu a democracia como valor fundamental para enfrentar os grandes dilemas nacionais? Não, não e não. E como se não bastassem as infames rachadinhas, ao menos 51 imóveis negociados por Bolsonaro e familiares foram adquiridos total ou parcialmente com dinheiro em espécie.
O Brasil se tornou um daqueles problemas matemáticos cuja solução leva séculos para ser descoberta. Lembrando de Ortega y Gasset, é um país invertebrado que vive um dia após o outro sem refletir sobre o que aconteceu neste último quadriênio.
O que aconteceu com o vibrante Brasil? Para onde foi a brava gente brasileira?
(Com Marco Antonio Villa)
Como chorar não paga dívidas, rir é o melhor remédio:
— Você me libertou, mas esqueça aquela história dos três desejos. Vou lhe conceder um único pedido, portanto pense bem antes de dizer o que quer!
O homem pensou e respondeu:
— Eu não aguento mais essa polarização. Não aguento mais ouvir falar em pesquisas, em Bolsonaro, em Lula, na ponte que os partiu...
— E o que quer que eu faça? — perguntou o gênio.
— Sempre quis me mudar para Portugal — respondeu o homem. — Mas tenho pavor de voar e medo do mar. Então, quero que você construa uma ponte para que eu possa dirigir até Lisboa.
— Uma ponte atravessando o Atlântico? Impossível! — disse o gênio. — Pense nas vigas de sustentação, no tanto de aço e de concreto armado... isso sem falar que eu teria de criar áreas de descanso e postos de combustível com banheiros e praça de alimentação a cada 100 km. Não, sinto muito, é inexequível! Peça algo factível e eu o atenderei.
— Já que não posso ir-me embora daqui, quero ao menos ter um governo decente — ponderou o sujeito. — Com Lula de volta? Sem chance! Com a reeleição do maluco de turno? Nem pensar. Quero que os brasileiros caiam na real, que não votem em nenhum dos dois. Pode ser até Ciro, mas eu prefiro a Simone...
— Voltemos àquela ponte — disse o gênio. — Você quer duas ou quatro pistas?
Triste Brasil.