sexta-feira, 21 de outubro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (DÉCIMA SEGUNDA PARTE)

EM ALGUM LUGAR, ALGO INCRÍVEL ESTÁ ESPERANDO PARA SER DESCOBERTO.


Vimos que o relatório sobre a “noite dos discos voadores” só foi divulgado 23 anos após os avistamentos, e que, ao dizer que "os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligências", a FAB atribuiu os OVNIs a alguma criatura ou entidade inteligente. 


É fato que maioria dos relatos resulta em "falsos positivos" — mesmo pilotos e controladores de voo tarimbados podem ser enganados pela reflexão de luz em cristais de gelo suspensos na atmosfera ou por fenômenos atmosféricos como o fogo-de-santelmo e os raios globulares, por exemplo. No entanto, os episódios registrados no Brasil — e em várias outras partes do mundo — naquele 19 de maio permanecem sem explicação.

 

A Aeronáutica chegou a criar Sioani (Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados) para investigar casos do tipo, que reunia não só pessoal da Força Aérea como grupos civis ligados à ufologia. O órgão funcionou sigilosamente entre 1969 e 1972, e reconheceu que muitos dos avistamentos "aberram as leis físicas e dos conhecimentos científicos do mundo atual". O governo justificou sua extinção afirmando não dispor de estrutura especializada para realizar investigações científicas a respeito de UFOs (sigla em inglês para unidentified flying objects), o que o impede de apresentar qualquer parecer sobre tais acontecimentos.

 

Uma circular datada de 25 de julho de 1978 e assinada pelo então chefe do Estado-Maior da Aeronáutica anotou que "visando resguardar a posição do Ministério da Aeronáutica no tocante ao assunto, altamente polêmico, a coleta e a remessa de dados exigem muita discrição, não devendo ser feitos comentários que possibilitem exploração por parte da imprensa em geral, fato que até poderia levar ao ridículo a nossa Corporação.” Esse receio é compartilhado pelos pilotos e controladores de voo que avistam coisas estranhas no céu. Na maioria das vezes, eles preferem silenciar a reportar qualquer coisa. A própria Aeronáutica estima que apenas 10% dos casos são relatados. Isso signifique que há muito mais coisas voando pelos céus do que nossas mais altas patentes militares sabem.

 

O ex-astronauta e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações do atual governo, tenente-coronel Marcos Pontes, que foi piloto de prova do CTA (atual DCTA) entre 1995 e 1996, conta que retornava de voo noturno de treinamento de aproximações por instrumento quando a torre de controle perguntou se ele conseguia ver uma forte luz, parada, sobre a serra, na direção de Bragança Paulista (SP). "Eu vi a luz e, do meu ponto de vista, parecia o farol de um avião na aproximação para pouso na pista de São José. Perguntei se não era isso. O controle respondeu que não tinha nenhum tráfego e que a luz estava ali já há uns bons 10 minutos", diz Pontes. 

 

Sem radar a bordo da aeronave, Pontes seguiu pelo visual e passou vários minutos perseguindo a luz, até que ficou com pouco combustível e teve de desistir. A luz sumiu em seguida. Não há qualquer menção ao caso nos arquivos da FAB — casos como esse, sem registro, provavelmente existem aos montes —, mas Pontes descarta a hipótese de acobertamento: “Não registrei nada quando retornei, e acho que a torre também não. Deve ser por isso que não há registro”. 

 

Como também foi dito ao longo desta sequência, um objeto voador não identificado não é necessariamente alienígena, mas é algo que não pode ser explicado como fenômeno natural — nem como qualquer coisa que esteja ao alcance da ciência e da tecnologia humanas. De certo, sabemos somente que há muitas coisas estranhas acontecendo nos céus, inclusive no Brasil. E a FAB sabe disso. 


Continua...