O criacionismo atribui o "gênesis" a um ser superior, mas a Ciência afirma que o Universo surgiu a partir do Big Bang e continua se expandindo desde então.
Não se sabe quanto tempo a inflação levou para desaguar no Big Bang, mas sua natureza quântica sugere que a expansão do Cosmos terminou em algumas regiões e continua acontecendo em outras, dando azo à teoria do multiverso.
Se o Universo fosse finito e esférico, uma espaçonave que viajasse em linha reta por tempo suficiente voltaria ao ponto de partida. Mas acredita-se que ele seja muito maior que sua porção observável — talvez infinitamente maior. Quanto mais longe os telescópios alcançam, mais "enxergamos" o passado, e menos evoluído o Universo se nos apresenta.
Observação: É possível que existam múltiplos universos semelhantes ao nosso, mas com diferenças fundamentais. Mas isso pressupõe a existência um universo real, que abrigue todos os universos paralelos possíveis — que tendem ao infinito em progressão exponencial.
Não se sabe se a inflação que resultou no Big Bang durou uma fração de segundo ou um período infinito de tempo, mas há um teorema segundo o qual os espaços inflacionários não têm começo e são chamados de passado-temporal-incompleto.
Ainda que a inflação tenha gerado inúmeros universos dentro de um multiverso, a quantidade de realidades possíveis não são teorias em si, mas previsões de certas teorias que sugerem a existência de fenômenos impossíveis de ser observados.
Observação: A relatividade geral prevê o interior de buracos negros — lugares que nunca poderemos acessar, mas que, apesar de não poderem ser estudados diretamente, fazem parte do pacote. E o mesmo se aplica aos universos paralelos em teorias como a da inflação infinita ou a da mecânica quântica.
Talvez existam inúmeras versões de cada um de nós vivendo em universos semelhantes ou completamente diferentes, e, a cada decisão que tomamos, cada uma delas pode fazer escolhas diferentes e estar por aí, em algum universo paralelo (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert, ou Multiverso de Nível 3).
No famoso experimento do gato de Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele vai morrer ou sobreviver. Segundo a interpretação de Copenhague, o bichano está em um estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro será decidido no momento em que a caixa for aberta, mas na interpretação de Everett o universo se separa em dois; num deles, o gato está vivo, no outro, ele está morto.
Observação: Em outras palavras, cada uma das múltiplas realidades fica permanentemente conectada aos estados do átomo e só participa de um dos universos paralelos — uma vez separados, esses universos continuam cada qual seu próprio caminho e nunca mais interagem com os demais.
A existência dos universos paralelos parece menos absurda se levarmos em conta que, diferentemente dos bits da computação tradicional, que assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), os qubits quânticos podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo.
No Multiverso de Nível 3, tudo que pode acontecer de fato acontece. A partícula quântica nunca entra em colapso; em vez disso, ela ocupa todos os lugares, dando origem a múltiplas realidades diferentes, a cada segundo, no Espaço Hilbert. Em última análise, tudo o que observamos é esquisito e confuso — mas Richard Feynman não disse que ninguém realmente compreende a mecânica quântica?
Continua...