quarta-feira, 16 de novembro de 2022

O LOBO PERDE O PELO, MAS NÃO PERDE O VÍCIO

Antes de embarcar para a COP27, no Egito, Lula anotou nas redes sociais que foi trabalhar "pelo futuro do nosso país e do planeta". Em estado de pureza moral, optou por voar rumo ao futuro nas asas do atraso: viajou num jato companheiro do empresário José Seripieri Júnior, um amigo que fez escala na cadeia há dois anos, após ser pilhado num escândalo de caixa dois do tucano José Serra.
 
O brasileiro que admira a biografia de Lula tem prazer em recordar a travessia que levou o personagem do pau de arara ao avião presidencial. O eleitor que não gosta do PT, mas votou em Lula como um mal menor, imaginando que seus dois primeiros mandatos no Planalto deixaram um legado de ensinamentos, deve estar preocupado.
 
Não faz o menor sentido que o presidente eleito do Brasil viaje para o Egito em um compromisso oficial em uma aeronave de um empresário amigo (registrada nos EUA para não pagar impostos de importação no Brasil) que uma ficha corrida complicada. Lula ainda não tem o direito de viajar em aviões da FAB, mas o PT poderia ter pedido ao ainda presidente que disponibilizasse uma aeronave. Em caso de negativa, deveria ter viajado num voo de carreira. 

É inacreditável que autoproclamado "animal político" cometa um erro dessa magnitude (talvez a fábula do sapo e o escorpião ajude a elucidar essa questão). Lula parece não ter aprendido nada com os erros que transformaram o antipetismo numa das maiores forças políticas do país.  

Com Josias de Souza