Na pré-história da computação pessoal, costumava-se dizer que os usuários de PCs se dividiam em dois grupos: o dos que já haviam perdido um HDD e o dos que ainda iriam perder.
De acordo com o senso comum, "quem tem dois, tem um e quem tem um, não tem nenhum". Daí ser fundamental manter um backup dos arquivos importantes. E falta de espaço não é mais desculpa. HDDs externos (USB) e pendrives oferecem latifúndios de espaço a preços acessíveis, sem falar nos diversas serviços de armazenamento em nuvem, como o OneDrive e o Google Drive, por exemplo. Mas o mote desta postagem não é bem esse.
O primeiro HDD, criado pela IBM no final dos anos 1950, era uma monstruosidade composta por 50 discos (ou pratos) de 24 polegadas de diâmetro. Embora ele custasse cerca de US$ 30 mil, sua capacidade de armazenamento era de apenas 4.36 MB (o que mal daria para armazenar uma faixa musical em MP3). Mas não há nada como o tempo para passar. Para o bem e para o mal.
Ao longo das últimas décadas a velocidade dos processadores aumentou milhões de vezes. Nos HDDs, a taxa de transferência cresceu cresceu milhares de vezes, mas a velocidade de rotação dos pratos (RPM) mal chegou a quadruplicar. Como a capacidade (espaço) de passou da casa dos megabytes para a dos terabytes (computadores modernos, mesmo que de entrada de linha, integram HDDs de 500 GB a 1 TB) e o tempo de acesso é inversamente proporcional ao volume de dados, os discos rígidos disputam com o anacrônico BIOS o primeiro lugar no ranking dos gargalos de desempenho dos computadores atuais.
O primeiro HDD, criado pela IBM no final dos anos 1950, era uma monstruosidade composta por 50 discos (ou pratos) de 24 polegadas de diâmetro. Embora ele custasse cerca de US$ 30 mil, sua capacidade de armazenamento era de apenas 4.36 MB (o que mal daria para armazenar uma faixa musical em MP3). Mas não há nada como o tempo para passar. Para o bem e para o mal.
Ao longo das últimas décadas a velocidade dos processadores aumentou milhões de vezes. Nos HDDs, a taxa de transferência cresceu cresceu milhares de vezes, mas a velocidade de rotação dos pratos (RPM) mal chegou a quadruplicar. Como a capacidade (espaço) de passou da casa dos megabytes para a dos terabytes (computadores modernos, mesmo que de entrada de linha, integram HDDs de 500 GB a 1 TB) e o tempo de acesso é inversamente proporcional ao volume de dados, os discos rígidos disputam com o anacrônico BIOS o primeiro lugar no ranking dos gargalos de desempenho dos computadores atuais.
Como dito, os SSDs (drives de memória sólida) agilizam barbaramente a inicialização do sistema e a execução dos programas. No entanto, ainda que o custo da memória NAND Flash tenho diminuído nos últimos anos, esses modelos ainda custam mais caro que HDDs com espaço equivalente. Mas, por não terem motor, pratos, braços, atuadores e outros peças móveis, eles são mais compactos e silenciosos, consomem menos energia, não superaquecem e resistem melhor a vibrações, impactos e interrupções abruptas no fornecimento de energia (coisa que, nos HDDs, costuma resultar no surgimento de "bad blocks" e consequente perda de dados).
Observação: O HDD conta com um ou mais pratos cobertos por um revestimento ferromagnético. Os dados são lidos e gravados por cabeças eletromagnéticas, cujo funcionamento lembra o da agulha dos toca-discos de vinil. Isso o torna mais lento e frágil que SSD, onde o armazenamento é feito em células de memória individuais que a controladora consegue acessar instantaneamente (daí seu desempenho superior).
É comum ouvirmos dizer que a vida útil é o "calcanhar de Aquiles" dos SSDs, já que as constantes regravações acabam deteriorando as células de memória. Isso fazia mais sentido quando os primeiros modelos foram lançados. Hoje em dia, é mais provável que o computador fique obsoleto bem antes do drive de memória sólida "abrir o bico".
A controladora do SSD utiliza uma tecnologia chamada wear leveling (“distribuição de uso”, numa tradução livre) que evita que um mesmo bloco da memória seja utilizado muitas vezes. Quando um arquivo é criado ou alterado, os dados são gravados nos blocos menos utilizados. No pior dos cenários, um SSD de 120 GB e vida útil de apenas 3 mil ciclos de escrita que seja integralmente regravado todos os dias (algo no mínimo improvável) pode funcionar por mais de 8 anos. Num ritmo mais "normal" — digamos, 20 GB de dados por dia — ele pode durar décadas. Os fabricantes mais conservadores estimam entre 5 e 10 anos de uso intenso a vida útil de seus drives (tempo mais que suficiente para o usuário trocar de computador).
Em testes feitos pelo site The Tech Report com SSDs de diversos fabricantes, alguns modelos só começaram a falhar após 3 petabytes de dados terem sido escritos sequencialmente. Mesmo os que não foram tão bem alcançaram marcas muito superiores às divulgadas pelos fabricantes. Na época, a Intel estimava que, com uma média de 20 GB de dados gravados por dia, a vida útil do modelo testado pelo sita seria de 3 anos — apenas 3% do que o dispositivo foi capaz de atingir na prática.
No caso dos modelos que ultrapassam 2 PB de dados gravados, basta dizer que um heavy user que escrevesse e apagasse 256 GB de dados por dia teria a unidade funcionando por cerca de 20 anos. Em outras palavras: não se preocupe em gastar seu SSD, até porque é provável que você já tenha trocado de computador até o Natal de 2042.