Na véspera do Halloween de 1938, Orson Welles transmitiu pela CBS uma peça de ficção (baseada no romance Guerra dos Mundos) que narrava uma invasão da Terra por marcianos. Milhares de americanos que não acompanharam a transmissão desde o início entraram em pânico.
"Marcianos" sempre foram os queridinhos dos escritores e roteiristas de ficção, até porque achava-se que Marte era nosso vizinho mais próximo. No entanto, sabe-se atualmente que Mercúrio esteve mais perto da Terra nos últimos 50 anos, e que Plutão não é o nono planeta de nosso sistema solar, mas, sim, o maior integrante do cinturão de Kuiper.
O primeiro avistamento de discos voadores foi registrado "oficialmente" em junho de 1947. Desde então, milhares de incidentes semelhantes ocorreram mundo afora. Já não se fala mais em "marcianos", porém sondas da Nasa revelaram indícios de vida no planeta vermelho.
Em janeiro passado, a Curiosity identificou uma mistura de isótopos de carbono em rochas na cratera Gale e picos aleatórios e sazonais de metano — um gás produzido na Terra por atividade biológica. Mais recentemente, a Perseverance encontrou, nas cratera Jezero, camadas roxas semelhantes ao "verniz do deserto", que é produzido Terra por micróbios.
Não se pode afirmar taxativamente que Marte já foi habitado, até porque os indícios de atividade biológica podem ser explicados por aspectos geológicos ou químicos que os cientistas desconhecem. Mas isso talvez mude depois que os fragmentos trazidos de lá forem analisados por instrumentos altamente sofisticados. Quem sabe então tenhamos respostas a uma das perguntas mais antigas da humanidade.
Continua...