Depois de fechar estradas, realizar sequestros e ameaçar cidadãos e tentar invadir a sede da Polícia Federal, as hordas golpistas chegaram ao cúmulo de montar um artefato explosivo em um caminhão posicionado nas proximidades do aeroporto de Brasília. Isso comprova o que já se sabia: a transição não será pacífica e, pior, os terroristas acham que têm o aval do ainda presidente para cometer suas atrocidades.
Essa caterva deveria ser presa, processada e condenada a penas compatíveis com a gravidade da situação — se lei não é cumprida, fica a ideia de que os "manifestantes" estão agindo dentro das “quatro linhas" e blá, blá, blá. E o mesmo vale para policiais e militares, que escapam da punição graças ao corporativismo da Justiça Militar.
O silêncio da Polícia Federal sobre os atos terroristas evidencia a leniência da atual direção da corporação em relação à militância bolsonarista. No dia seguinte à descoberta da bomba, o ministro da Justiça, Anderson Torres, fiel aliado de Bolsonaro, anunciou que pedira à PF que “acompanhasse a investigação” — como se isso já não fosse uma obrigação da instituição.
A cúpula da PF tem sido criticada por estar supostamente "lavando as mãos" em relação à segurança do presidente eleito. Por ocasião de a diplomação, sua equipe de segurança não foi informada de que um grupo de extremistas inflamados tencionava depredar prédios e incendiar veículos. Consta que dirigentes da instituição souberam com antecedência da ameaça porque havia agentes infiltrados nos acampamento bolsonaristas defronte ao QG do Exército, mas mesmo assim optaram pelo silêncio.
Observação: Na famosa reunião ministerial de abril de 2020, Bolsonaro deixou claro que queria uma PF para chamar de sua. Demorou um pouco, mas seu desejo foi atendido. E da pior maneira possível. Lugar de terrorista é na cadeia. E o mesmo se aplica a quem defende ou faz apologia a golpe de Estado. Não se deve confundir o direito à manifestação com pregação de ruptura constitucional. Queimar ônibus, explodir bombas e depredar patrimônio público é crime, ainda que o elemento o pratique vestindo verde e amarelo e cantando o Hino Nacional.
Em tempo: Tudo indica que Bolsonaro não dará o ar da graça na cerimônia de posse de Lula. Na manhã de quarta-feira, um avião da Presidência decolou rumo a Orlando, um dos possíveis destinos do capitão. Essa aeronave costuma ser utilizada na preparação de viagens do presidente e normalmente parte dias antes em direção ao local onde ele vai. Entremente, os intermináveis protestos, mesmo desidratados, devem continuar produzindo efeitos nefastos: Preocupadas com a depredação dos veículos e possível agressão a funcionários, as maiores empresas de transporte coletivo do DF não devem disponibilizar veículos das cidades satélites para a Esplanada. Consta que Gilberto Carvalho, braço-direito de Lula, tenciona alugar mil ônibus particulares para transportar a militância das satélites para a festa da Esplanada.