quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O CASO TRINDADE

NA DÚVIDA, DIGA A VERDADE. SE MENTIR, SUSTENTE A MENTIRA ATÉ O FIM.


No manhã de 16 de janeiro de 1958, a tripulação do navio da Marinha brasileira Almirante Saldanha, que estava fundeado na costa da Ilha de Trindade (ES), avistou um objeto luminoso e de formato discoidal que ondulava suavemente no céu, a cerca de 14 km. 


Sem fazer ruído, a nave desapareceu por detrás do Pico do Desejado, ressurgiu em seguida, "flutuou" durante alguns segundos e então disparou em incrível velocidade, mas não antes de ser clicada quatro vezes pelo fotógrafo civil Almiro Baraúna, que se encontrava a bordo para participar de pesquisas oceanográficas.


O comandante do navio disse ter conhecimento de outras aparições (uma das quais teria sido testemunhada pelo próprio comandante militar da ilha) e pediu a Baraúna que revelasse o filme na enfermaria da embarcação. Os negativos foram vistos por toda a tripulação — inclusive pelo almirante Paulo Moreira da Silva, que era a mais alta patente entre os militares que avistaram o tal objeto —, que foi unânime em identificar as ampliações no Serviço Secreto da Armada. 


De volta ao Rio, Baraúna retrabalhou os negativos em seu laboratório e obteve ampliações mais nítidas — mas que só pode divulgar após a conclusão das investigações. Depois que as fotos foram periciadas e nenhum sinal de trucagem foi encontrado, ele procurou o jornalista João Martins, da revista O Cruzeiro, mas o Correio da Manhã se antecipou e divulgou cópias das fotos obtidas diretamente do então presidente Juscelino Kubitschek, que se encontrava em Petrópolis.

 

Baraúna e Martins publicaram matérias mais completas, mas o jornal Diário de Notícias (que não recebeu o material) as desacreditou, alegando tratar-se de fotomontagem. A acusação gerou polêmica, até porque o próprio Baraúna já havia criado hologramas de discos voadores mediante trucagem, visando demonstrar como era fácil produzir imagens falsas do gênero. Mas a Marinha confirmou a veracidade do caso, e pesquisadores do Brasil e do Exterior atestaram a autenticidade das fotos. 


Nove anos depois, Baraúna escreveu ao diretor da Rede Intercontinental UFO, em Nova Iorque: "[...] Não fosse a indiscrição de um repórter do jornal 'Correio da Manhã', que se apoderou das cópias fotográficas oferecidas ao então presidente Juscelino Kubitschek, talvez ninguém viesse a saber desse fato, uma vez que a Marinha já havia me 'sondado' para saber quanto eu queria para não dar nenhuma publicidade às fotos. Convém deixar claro que todos os oficiais com quem tive contato foram gentilíssimos comigo e não puseram nenhuma objeção à revelação do caso. Apenas insinuaram que o sensacionalismo poderia causar pânico na população, daí o interesse das Forças Armadas em não dar publicidade a eventos dessa natureza."


Continua...