quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

AINDA NA CUECA DO PATETA

 

Bolsonaro deve continuar homiziado na cueca do Pateta por mais algum tempo. Seu filho Flávio disse que o pai entrou com um pedido visto de turista e não tem data prevista para retornar ao Brasil: "Pode ser amanhã, daqui a seis meses, pode não voltar nunca. Não sei. Você nunca tirou férias, não?" 

 

Felipe Alexandre, advogado da empresa AG Imigration, afirma que seu cliente quer "clarear a cabeça após dedicar 34 anos de sua vida ao serviço público". Se o visto de turista lhe for concedido, o ex-presidente terá salvo-conduto para esticar sua permanência nos EUA por mais 6 meses. Mas o pedido como que invadiu a pauta do encontro que Lula terá com Biden, em cuja mesa repousa uma carta assinada por 41 parlamentares do Partido Democrata pedindo a revogação do visto de Bolsonaro. 


A situação do ex-presidente é precária. Nos anos 1980, quando ainda era oficial da ativa, o capitão planejou atentados à bomba em quartéis como forma de pressão pelo aumento do soldo. Durante a campanha de 2018, circulou na Web que então candidato teria deixado a caserna por “insanidade mental”. Mentira.


Tampouco procede a informação divulgada pela assessoria de imprensa do Exército, durante a campanha de 2018, afirmando que Bolsonaro fora transferido para a reserva automaticamente ao se eleger vereador. Ele e seu cúmplice só não foram expulsos do Exército porque a denúncia que os levou às barras da Justiça Militar partiu de Veja, e os episódios que a embasaram aconteceram nos estertores da ditadura — época em que ninguém tinha mais aversão à imprensa do que os fardados. Fala-se, inclusive, que o STM teria condicionado a decisão favorável à absolvição à reforma do acusado.

 

O lobo perde o pelo mas não perde o vício. Indisciplinado como militar, defensor da tortura e da ditadura como parlamentar, nosso indômito capitão foi um presidente golpista. Afora as ações penais que colecionou durante sua aziaga gestão, 16 ações eleitorais que tramitam no TSE podem resultar na cassação de seus direitos políticos. Isso sem mencionar sua inclusão num inquérito sobre o 8 de janeiro e o pesadelo de ser enquadrado no crime de genocídio contra os Yanomamis. 

 

Com medo de ser preso, o grande defensor da Pátria e da Família (a dele, naturalmente) se autoexilou nos EUA na antevéspera da transferência da troca de comando. Na última segunda-feira, ele participou virtualmente do jantar do PL em apoio à candidatura de Rogério Marinho à presidência do Senado. Na oportunidade, Valdemar da Costa Neto tinha a seu lado a ex-primeira-dama, que deve atuar como liderança da oposição.

 

Triste Brasil.