quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O CASO TRINDADE (TERCEIRA PARTE)

AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA NÃO É EVIDÊNCIA DE AUSÊNCIA

Ao longo dos últimos 60 anos, não faltaram tentativas de desacreditar o "Caso Trindade" (mais detalhes nos capítulos anteriores), mas faltou aos devotos de araque de S. Tomé uma explicação plausível para o fato de pelo menos 50 pessoas, entre tripulantes e mergulhadores que se encontravam a bordo do Almirante Saldanha em 16 de janeiro de 1958, terem avistado um OVNI fazendo evoluções impossíveis. Isso sem mencionar as imagens capturadas pelas lentes do fotógrafo civil Almiro Baraúna e o documento publicado pela Revista Sociedade Militar em 2020, segundo o qual a Marinha brasileira reconheceu a veracidade dos acontecimentos 
 
Alertado pela tripulação do avistamento, Baraúna bateu duas fotos antes que o objeto desaparecesse por trás do Pico do Desejado (ponto culminante da ilha de Trindade) e outra — a melhor da série de seis — quando ele ressurgiu no céu. Dois instantâneos não exibiram o OVNI porque o disparador da Rolleiflex foi acionado em meio ao corre-corre no convés do navio. Mas os fotogramas revelados na enfermaria da embarcação, a pedido do comandante — segundo o qual outras três aparições haviam sido registradas anteriormente —, não deixaram dúvidas de que o avistamento realmente aconteceu. 
 
Baraúna entregou as fotos para serem periciadas pelo serviço aéreo fotogramétrico da Cruzeiro do Sul, que examinou sua textura e granulação e não encontrou qualquer sinal de trucagem. O serviço secreto da Marinha ouviu dezenas de testemunhas. Fotos de arquivo foram misturadas com as imagens capturadas a partir do convés do Almirante Saldanha, e apenas uma das testemunhas identificou erroneamente o objeto fotografado por Baraúna. 
 
Meses depois, um documento guardado a sete chaves pelo Comando de Operações Navais foi enviado ao Diretor de Hidrografia e Navegação da Marinha. Nele, os oficiais superiores recomendavam que o posto em Trindade fosse mantido em permanente estado de alerta para outras manifestações de discos voadores, deixando evidente que eles sabiam da existência dos UFOs desde 1957, quando um relatório assinado pelo capitão de corveta José Brandão, do Serviço de Inteligência da Armada, fez referência a manobras insólitas testemunhadas pelos militares. O relatório propõe ainda que o Alto Comando da Armada acompanhe de perto todas as informações ligadas a casos ufológicos, visando alcançar uma melhor compreensão da questão. 
 
Em 1986, jatos da FAB foram acionados para perseguir 21 objetos luminosos que apareceram nas telas dos radares sobre São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro, e que foram vistos pelos pilotos. 
 
Continua...