Milhares de páginas de relatórios, centenas de fotografias e dezenas de horas de filmagem documentadas pelo I Comar cobrem inúmeros avistamentos de OVNIs relatados por militares e civis nos céus da Amazônia.
A missão tinha como objetivo investigar um fenômeno batizado de chupa-chupa, que começou a ser relatado em 1976 por moradores da região oeste do Maranhão e se espalhou por Colares, a 80 quilômetros da capital paraense. No total, 400 pessoas teriam sido atingidas por luzes que, segundo os depoimentos, lhes sugavam o sangue. A médica que atendeu a maioria dos pacientes disse que eles apresentavam "paresia, cefaleia, tonturas, tremor generalizado e queimaduras de primeiro grau, bem como marcas de pequenas perfurações".
Para desmistificar o fenômeno, a equipe do capitão Uyrangê Hollanda foi designada para colher depoimentos durante o dia e ficar em campana à noite, munida de câmeras com teleobjetivas de 300 mm a 1000 mm, filmadoras e gravadores. "Meu irmão viu várias naves", contou à ISTOÉ o comissário de bordo aposentado Uyranê Soares de Hollanda Lima. Ele relata que, no auge das investigações, o capitão lhe disse que um disco voador do tamanho de um DC-10 ficou a 50 metros de sua cabeça, e que sua equipe havia filmado e fotografado tudo.
A ocorrência número 16 da pasta Registro de Observações de OVNIs descreve o avistamento de um corpo luminoso emitindo lampejos azulados, que se movia a uma velocidade estimada de 800 km/h. O avistamento se deu em Colares, às 19h do dia 1º de novembro de 1977, por militares do I Comar. Além da luminosidade, o objeto apresentava um pequeno semicírculo avermelhado na parte superior, e se deslocava do sudoeste para o nordeste sem fazer ruído nem provocar deslocamento de ar.
Os arquivos contêm ainda depoimentos de civis, trocas de correspondências entre militares sobre UFOs, recortes de jornais da época e várias conversas entre pilotos e controladores de voos sobre estranhos fenômenos no espaço aéreo nacional.
Durante o funcionamento do Sioani no IV Comar, toda testemunha era submetida a exames para avaliar a presença de psicopatologia, desvio de personalidade, tendência à mitomania e a condição psicofísica da pessoa no momento da observação (em jejum, alimentado, com teor alcoólico, cansado, trabalhando ou distraído), bom como se ela vivia tensões familiares ou políticas e qual religião seguia.
Parentes e amigos do capitão Uyrangê contam que ele e o sargento João Flávio Costa tiveram um contato imediato de terceiro grau em dezembro de 1977. A nave de cerca de 100 metros de comprimento e formato de bola de futebol americano havia pousado em pé na outra margem do rio Guajará-Mirim, no Pará. Na sequência, uma porta se abriu, um ET saiu e ficou flutuando sobre a água.
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