sábado, 11 de fevereiro de 2023

O BOLSONARISMO SEGUNDO RICARDO KERTZMAN



Querer um parlamento melhor que seus parlamentares é achar que dá para tirar néctar de fruta podre. Quem elege Tiririca não pode exigir Shakespeare

O bolsonarismo se dissocia cada vez mais da horda de fascistóides que saíram do armário para apoiar o amigão do Queiroz, da gentalha que têm vida própria e, em alguns casos, visão política muito superior à do capitão-rascunho-do-mapa-do-inferno (o que, convenhamos, não é muito difícil). Tarcísio de Freitas já demonstrou ter vida própria e compromissos dissociados dos que constam da agenda do clã das rachadinhas e das mansões milionárias. Damares Alves e os bolsofilhos seguirão coadjuvantes e mamulengos do pai de todos, e merecem o selo do “bolsonarismo”. Os demais são apenas o que são.
 
Nikolas Ferreira — o deputado mais votado do Brasil — usou a figura e os perdigotos imorais do ex-presidente para se tornar notório e, uma vez eleito — e famoso! —, não precisa mais ser bolsonarista; basta ser ele mesmo e tocar sua medíocre existência de forma independente. Até porque tem mais futuro que o maridão da Micheque e, por ser jovem, pode criar a própria seita — fanáticos não faltarão.
 
Há uma parcela da sociedade brasileira digna das cavernas e de Nikolas. Ou de Bolsonaro. Ou de Damares. Assim como há parcelas dignas de tudo que presta e do que não presta nesse mundo. O ex-meliante de São Bernardo não voltou a ser presidente? No caso do deputado mineiro, trata-se de um animador (de primeira) de auditório (de quinta). Ele grita “olha o fogo!” e seu “gado” sai correndo, sem olhar para trás. O cara não sabe nem entende nada, apenas cria e divulga suas merdas “apaixonantes”.

Nikolas representa o pior da sociedade brasileira. Seus eleitores, em boa medida, são como ele. Outros, não. Apenas embarcaram na “onda da estupidez” que varreu o Brasil. Espero que perca relevância o quanto antes, já que não perderá o cargo. Como dito no início, cada povo tem o governo que merece. E parte do nosso povo merece o Nikolas.

Pausa para vomitar.
 
Texto de Ricardo Kertzman