Cerca de 10% dos mais de 12 mil relatos de testemunhas, fotografias, dados astronômicos e registros meteorológico colecionados pelo projeto Blue Book foram considerados inexplicáveis por pelo menos pelo três comissões patrocinadas pela CIA e pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Divulgado no início de 1969, o Relatório Condon descartou a “hipótese extraterrestre”, e a Aeronáutica anunciou desativação do projeto. Os ufólogos consideraram essa medida mais uma tentativa de esconder a verdadeira investigação sobre a presença de alienígenas em nosso planeta. O astrofísico Josef Allen Hynek, que era cético em relação aos alienígenas até analisar centenas de casos e chagar à conclusão de que havia fortes indícios da visita de ETs ao nosso planeta, passou a defender enfaticamente um estudo mais sério sobre UFOs.
Relatos de avistamentos foram registrados nas décadas seguintes, com contornos cada vez mais espetaculares e testemunhos de abduções. O mecânico Paul Villa, morador de Albuquerque (Novo México), disse que foi convocado telepaticamente para comparecer num determinado local no dia 16 de junho de 1963, que conversou com os alienígenas e fotografou sua nave. O exame das fotos demonstrou que o objeto era uma maquete de espaçonave com meio metro de diâmetro, mas Villa acreditava mesmo ter entrado em contato com ETs, e forjou as fotos para dar credibilidade a sua história.
O fotógrafo da guarda costeira Shell Alpert relatou o avistamento de quatro luzes brilhantes através da janela de seu escritório em Salem, Massachusetts. Elas perderam a intensidade quando ele estava prestes a fotografá-las, mas voltaram a brilhar novamente quando ele foi em busca de um colega, permitindo-lhe bater a foto antes de desaparecerem. Para os analistas, a foto foi forjada mediante dupla exposição. Onze anos depois (o episódio teria ocorrido em 16 de julho de 1952), o caso foi novamente examinado e o veredicto foi de que a câmera havia captado reflexo das luzes da sala no vidro da janela.
Em janeiro de 1967, os irmãos Dan e Grant Jaroslaw disseram ter visto um objeto em forma de disco voando à baixa altitude e se movimentando rapidamente nos céus de Michigan. Uma foto foi tirada, mas não ficou clara o suficiente para que o objeto fosse identificado, e os investigadores arquivaram o caso. Anos depois, os irmãos admitiram que haviam fotografado um modelo de espaçonave.
Uma foto tirada na Itália em 1960 na Itália, mostrando três OVNIs com cerca de 15 metros de diâmetro, foi enviada ao Projeto Blue Book. Os investigadores observaram que os objetos eram muito mais escuros que os demais elementos da imagem, e que estavam fora de foco, sugerindo que negativo poderia ter sido retocado.
Dezenas de oficiais da Força Aérea Brasileira estiveram envolvidos em uma missão sigilosa, no Pará, no final dos anos 1970. Denominada Operação Prato, ela é uma espécie de caso Roswell tupiniquim, com missões secretas, histórias e fenômenos sem explicação. A diferença é que, enquanto os militares americanos primeiro admitiram e depois negaram a existência dos OVNIs, os oficiais do I Comando Aéreo Regional em Belém afirmaram taxativamente que viram diversas vezes os objetos sobrevoarem a Amazônia.
Há 25 quilos de material, com descrições, croquis e fotos de UFOs reunidos ao longo das décadas de 1950, 60 e 70. Os arquivos mostram ainda que a Aeronáutica manteve o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), formado por pesquisadores civis e autoridades militares, funcionando nas instalações do IV Comar entre 1969 e 1972. O material liberado detalha a doutrina desse departamento e revela cerca de 70 casos apurados, todos retratados com desenhos feitos pelos militares.
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