Abro espaço no Blog para prestar minha homenagem póstuma a Jurandyr Czaczkes Chaves, que morreu no último sábado (25) em Salvador (BA), onde morava com a mulher, Iara, e as filhas adotivas Marina Morena e Maria Clara.
Juca Chaves — como era conhecido esse carioca da gema, de 84 anos — formou-se em música clássica e começou a carreira profissional em 1955, na TV Tupi, onde revelou seu humor ácido, inteligente e com críticas sociais.
"O político brasileiro é um prato cheio para piadas", dizia ele, que, em 1960, lançou pela RGE o Long Play (bolaçhão de vinil) "As Duas Faces de Juca Chaves", entre as quais se destacava a faixa "Por Quem Sonha Ana Maria?", composta em homenagem a sua musa.
Apelidado de Menestrel Maldito pelo "poetinha", Juca foi pioneiro na realização de shows de stand-up comedy no Brasil, tendo o estilo irreverente como marca registrada de suas apresentações. Foi crítico ferrenho da ditadura militar, o que o levou ao autoexílio na Europa. De volta ao Brasil, fez sucesso apresentando sua obra em programas de rádio e televisão, e fundou sua própria gravadora. Mas seu forte era o teatro, onde cantava e contava piadas sempre descalço e acompanhado de seu indefectível alaúde. Também ficou conhecido pelos bordões — o mais famoso era "vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar seu caviar".
Observação: "Não fui preso nem cassado porque recebi informações privilegiadas e saí do Brasil antes do golpe de 1964" — disse ele em entrevista à revista IstoÉ em 2008. No mesmo ano, ele relembrou sua longa e profícua carreira no Programa do Jô; em 2017, compareceu ao telejornal MG1 para divulgar seu espetáculo "Em ritmo da Lava-Jato".
Entre suas canções mais conhecidas, destacam-se O Menestrel, Caixinha, Obrigado, A Cúmplice e Presidente Bossa Nova. A exemplo de Chico Anysio e Jô Soares, ele escreveu romances, contos e crônicas (um de seus livros mais famosos é "A Culpa é do Governo! — A verdadeira história política do país em música, verso e prosa), mas, ao contrário deles, não criou personagens.
Iara Chaves — esposa do "Menestrel do Brasil" desde 1975 — disse em entrevista à TV Bahia que o marido passava seus dias com a família em casa, no bairro de Itapuã, e que não tinha mais planos para sua carreira artística.
Com tanta gente imprestável caminhando entre os vivos e fazendo tanto mal a esta republiqueta de bananas, a Ceifadora parece ter especial predileção por levar pessoas boas. Uma lástima.
Abro espaço no Blog para prestar minha homenagem póstuma a Jurandyr Czaczkes Chaves, que morreu no último sábado (25) em Salvador (BA), onde morava com a mulher, Iara, e as filhas adotivas Marina Morena e Maria Clara.
Juca Chaves — como era mais conhecido esse carioca da gema de 84 anos — formou-se em música clássica e começou a carreira profissional em 1955, na TV Tupi, onde revelou seu humor ácido, inteligente e com críticas sociais. "O político brasileiro é um prato cheio para piadas", dizia ele. Em 1960, lançou pela RGE o Long Play (bolaçhão de vinil) "As Duas Faces de Juca Chaves", entre as quais se destacava a faixa "Por Quem Sonha Ana Maria?", composta em homenagem a sua musa.
Apelidado de Menestrel Maldito pelo "poetinha", Juca foi pioneiro na realização de shows de stand-up comedy no Brasil, tendo o estilo irreverente como marca registrada de suas apresentações. Foi crítico ferrenho da ditadura militar, o que o levou ao autoexílio na Europa.
De volta ao Brasil, Juca se celebrizou pelos bordões — o mais famoso era "vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar seu caviar" —, apresentou sua obra em programas de rádio e televisão e fundou sua própria gravadora. Mas seu forte era o teatro, onde ele cantava e contava piadas, sempre descalço e acompanhado de seu indefectível alaúde.
Observação: "Não fui preso nem cassado porque recebi informações privilegiadas e saí do Brasil antes do golpe de 1964" — disse ele em entrevista à revista IstoÉ em 2008. No mesmo ano, ele relembrou sua longa e profícua carreira no Programa do Jô; em 2017, compareceu ao telejornal MG1 para divulgar seu espetáculo "Em ritmo da Lava-Jato".
Entre suas canções mais conhecidas, destacam-se O Menestrel, Caixinha, Obrigado, A Cúmplice e Presidente Bossa Nova. A exemplo de Chico Anysio e Jô Soares, ele escreveu romances, contos e crônicas (um de seus livros mais famosos é "A Culpa é do Governo! — A verdadeira história política do país em música, verso e prosa), mas, ao contrário deles, não criou personagens.
Iara Chaves — esposa do "Menestrel do Brasil" desde 1975 — disse em entrevista à TV Bahia que o marido passava seus dias com a família em casa, no bairro de Itapuã, e que não tinha mais planos para sua carreira artística.
Com tanta gente imprestável caminhando entre os vivos e fazendo tanto mal a esta republiqueta de bananas, a Ceifadora ter especial predileção por levar pessoas boas é uma lástima. Enfim, num país onde tudo se compra, não seria de estranhar que até a Morte se corrompesse.