Nem Bolsonaro, com suas motociatas, gazeteou tanto quanto Lula nos primeiros cinco meses de sua terceira passagem pelo Planalto. O petista se encontrou com mais chefes de Estado do que seu antecessor em quatro anos de mandato, e nada indica que irá reduzir o número de viagens internacionais nos próximos meses.
Lula acha bobagem esse negócio de Banco Central independente. Diz que o sistema não está funcionando porque a meta de inflação é muito baixa, a inflação real está elevada e os juros, muito altos. Relembra que, quando ele assumiu a presidência pela primeira vez, o Banco Central não era independente e o governo conseguiu derrubar inflação e os juros. Mas se esquece de lembrar — ou lembra de esquecer — que Henrique Meirelles só aceitou presidir o BACEN quando lhe foi garantida sua total independência.
Observação: Em 2003, o petista recebeu a casa arrumada e um presente da globalização. Agora, o mundo desacelera, os juros são altos para combater a inflação, que afeta sobretudo os mais pobres e já está bem acima da meta.
Meirelles escolheu a dedo sua diretoria e administrou a política monetária segundo a teoria e a prática de um Banco Central moderno. Quando Palocci caiu, Mantega assumiu a Fazenda e tentou substituir Meirelles por Belluzzo, mas não conseguiu. Dilma, a inolvidável, ordenou a redução dos juros quando não havia condições para isso. A combinação de inflação alta, juros nas alturas e recessão deixou claro que o BC precisava ser blindado contra políticas eleitoreiras e/ou populistas do mandatário de turno.
Invocando seu passado "responsável", Lula ataca o teto de gastos, acusa a oposição de ser contra programas sociais e afirma que seu governo praticou a responsabilidade fiscal (o que não deixa de ser verdade, mas graças a Palocci e a Meirelles). Agora, quer uma licença para gastar mais e produzir déficits elevados — como fez sua pupila no segundo mandato, quando encarnou o verdadeiro Lula com a gastança do governo, suas estatais e seus bancos.
Em suas gestões anteriores, Lula só se tornou alvo de uma ofensiva sincronizada em 2005, depois que Roberto Jefferson denunciou o mensalão. Desta vez sequer houve lua de mel. Nem a aprovação do arcabouço fiscal melhorou o humor dos críticos, que deram mais destaque à repercussão negativa da volta dos incentivos para os carros populares (proposta que foi comparada ao ridículo fusquinha do Itamar).
A maioria dos projetos do atual governo não passa de reedições requentadas das bobagens que o PT fez entre 2003 e 2011. Isso sem falar que a política externa, destruída por Bolsonaro e ora entregue a apaniguados e apoiadores de ocasião, ainda não apresentaram bom resultado. Pior: os presidentes do Uruguai e do Chile condenam fala de Lula a Maduro sobre criação de "narrativa na Venezuela".
Continua...
Lula acha bobagem esse negócio de Banco Central independente. Diz que o sistema não está funcionando porque a meta de inflação é muito baixa, a inflação real está elevada e os juros, muito altos. Relembra que, quando ele assumiu a presidência pela primeira vez, o Banco Central não era independente e o governo conseguiu derrubar inflação e os juros. Mas se esquece de lembrar — ou lembra de esquecer — que Henrique Meirelles só aceitou presidir o BACEN quando lhe foi garantida sua total independência.
Observação: Em 2003, o petista recebeu a casa arrumada e um presente da globalização. Agora, o mundo desacelera, os juros são altos para combater a inflação, que afeta sobretudo os mais pobres e já está bem acima da meta.
Meirelles escolheu a dedo sua diretoria e administrou a política monetária segundo a teoria e a prática de um Banco Central moderno. Quando Palocci caiu, Mantega assumiu a Fazenda e tentou substituir Meirelles por Belluzzo, mas não conseguiu. Dilma, a inolvidável, ordenou a redução dos juros quando não havia condições para isso. A combinação de inflação alta, juros nas alturas e recessão deixou claro que o BC precisava ser blindado contra políticas eleitoreiras e/ou populistas do mandatário de turno.
Invocando seu passado "responsável", Lula ataca o teto de gastos, acusa a oposição de ser contra programas sociais e afirma que seu governo praticou a responsabilidade fiscal (o que não deixa de ser verdade, mas graças a Palocci e a Meirelles). Agora, quer uma licença para gastar mais e produzir déficits elevados — como fez sua pupila no segundo mandato, quando encarnou o verdadeiro Lula com a gastança do governo, suas estatais e seus bancos.
Em suas gestões anteriores, Lula só se tornou alvo de uma ofensiva sincronizada em 2005, depois que Roberto Jefferson denunciou o mensalão. Desta vez sequer houve lua de mel. Nem a aprovação do arcabouço fiscal melhorou o humor dos críticos, que deram mais destaque à repercussão negativa da volta dos incentivos para os carros populares (proposta que foi comparada ao ridículo fusquinha do Itamar).
A maioria dos projetos do atual governo não passa de reedições requentadas das bobagens que o PT fez entre 2003 e 2011. Isso sem falar que a política externa, destruída por Bolsonaro e ora entregue a apaniguados e apoiadores de ocasião, ainda não apresentaram bom resultado. Pior: os presidentes do Uruguai e do Chile condenam fala de Lula a Maduro sobre criação de "narrativa na Venezuela".
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