Multiverso, universos paralelos, multidimensões e outras "realidades" que não percebemos "a olho nu" têm presença garantida em histórias em quadrinhos, livros e filmes de ficção científica. Mas quais as chances de tudo isso ser mais que simples fantasia?
Um artigo baseado num estudo conduzido por pesquisadores do ANITA, publicado na renomada New Scientist, revela descobertas interessantes acerca dos neutrinos — partículas que "bombardeiam" nosso planeta de forma "transparente", mas que, quando colidem com átomos, produzem partículas secundárias "detectáveis", permitindo aos cientistas estudá-las e quiçá detectar sua origem.
Nos últimos anos, os pesquisadores identificaram vários eventos em que neutrinos parecem vir do interior da Terra, e não do espaço. Especula-se, inclusive, que eles provenham de um universo paralelo espelhado ao nosso — ou seja, de um "mundo invertido" da vida real. Mas será mesmo que em outro universo uma versão de nós mesmos vive uma vida diferente da nossa?
Se existe a possibilidade de alguma coisa acontecer — como uma determinada configuração de partícula —, ela vai acontecer. Partindo dessa premissa, sempre que escolhemos A em vez de B (ou C, ou D), as outras opções também se tornam reais, só que em outros universos. E para que infinitas possibilidades aconteçam é preciso que existam infinitos universos.
O universo que conhecemos é gigantesco (cerca de 93 bilhões de anos-luz de diâmetro) e está em permanente expansão. Mas será que ele é finito? Ou será que se replica em universos paralelos que, reunidos, formam o "multiverso"?
Observação: Nem todas as teorias envolvendo outros universos sugerem a existência de versões de nós mesmos, até porque as propostas surgem de diferentes correntes científicas — como a teoria das cordas e a mecânica quântica, ou a teoria da inflação cósmica, que é amplamente aceita como uma das principais hipóteses sobre a evolução do nosso universo. Por outro lado, todas elas sugerem a existência de um multiverso.
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