Depois que Cristiano Zanin foi alvo de críticas da patuleia por seus votos conservadores, o santo-do-pau-oco que almeja ser canonizado em vida disse que "a sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte". Para quem afirma que "democracia é um troço relativo", não surpreende que a transparência de atos públicos e votos das supremas togas também o sejam. Mas sem essa "transparência" a gente jamais saberia que, em sua penúltima tentativa de se reaproximar de Lula, o ministro Dias Toffoli anulou por atacado provas contra o ex-presidiário ora presidente e outros réus da Lava-Jato condenados com base em delações da Odebrecht. Na versão toffoliana, Lula é realmente a "alma mais honesta deste país" e sua prisão foi "um dos maiores erros judiciários da história do Brasil". Os procuradores federais e sei lá quantos juízes, desembargadores e ministros é que são os verdadeiros criminosos.
Observação: Em 2019, Toffoli não autorizou Lula a acompanhar o enterro do irmão, e desde a volta do petista ao Planalto ele vem tentando uma reaproximação. Sua empreitada mais recente foi jogar no lixo provas que reuniam a lista de políticos beneficiados por propina da Odebrecht e ao atribuir à Lava-Jato, em letras garrafais, o papel de "pau de arara do século XXI" na caça a "inocentes", a decisão de Toffoli foi criticada por diversas associações de advogados, como a Associação Nacional dos Procuradores da República e a Associação de Juízes Federais, que devem contestar o despacho do ministro, pedindo que ele seja debatido em plenário ou na 2ª Turma do STF.
Mudando da fome para a pestilência, Bolsonaro disse que "não teme a delação de Mauro Cid" e que "pretende abraçá-lo em breve". Só não disse se será um abraço de urso ou de tamanduá. Parte da delação divulgada pela revista Veja confirma que Cid realmente vendeu os relógios a mando de Bolsonaro. "O presidente estava preocupado com a vida financeira. A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente achava que não era ilegal", teria afirmado o dublê de tenente-coronel e santinho de pau oco. Ele informou que parte do dinheiro foi entregue em mãos ao ex-presidente por seu pai, general Mauro Lourena Cid, em dólar e em partes, sendo uma delas ainda em território norte-americano. Ainda assim, diante do teor que a matéria reportou até o momento, o depoente teria tentado "aliviar as coisas para Bolsonaro e, sobretudo para os militares de alto escalão suspeitos de ações golpistas, como Walter Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno.
Voltando a Lula, causa espécie sua obsessão em viajar ao exterior no jato presidencial, que conta com cama de casal, sala privativa e outras mordomias pagas com dinheiro dos contribuintes. Em oito meses, o primeiro-casal visitou nada menos que 19 países, igualando o recorde registrado em 2007, primeiro ano do segundo mandato do petista. Essas viagens em massa já nos custaram mais de R$ 25 milhões, mas serviram somente para o petista se ausentar do exame, debate e solução de qualquer questão de governo num momento em que o país está atolado em questões que ele sequer entende. Sem resolver nada por aqui, sua excelência escapa para o exterior, onde prejudica o interesse nacional e impressiona os jornalistas fazendo o papel de "líder mundial". É uma piada a cada vez que decola — e uma piada muito cara. Até porque Lula quer um novo avião. O que está em uso já não atende suas exigências de conforto, embora lhe restem mais de dez anos de vida útil.
Já devemos ao Supermacunaíma que escapou do mensalão e tropeçou no petrolão o Aerolula-1, comprado por US$ 56,7 milhões, e agora passaremos a dever também o Aerolula-2 — que, pelo visto, não ficará ocioso. O finge estar fazendo "política externa", mas o que faz é o mais alucinado programa turístico com despesas faraônicas que um primeiro-casal brasileiro já foi capaz de montar. Tem sido isso e mais disso desde a primeira viagem — à Argentina, quando o petista prometeu construir lá o gasoduto de "Vaca Muerta".
Assim, a vaca vai para o brejo.