Passados 7 anos da cassação de Dilma e depois que a Justiça Federal confirmou o arquivamento de uma ação contra ela por improbidade administrativa, a petralhada e o sumo pontífice da seita do inferno voltaram a contestar o impeachment. Em agosto, Lula afirmou que a sua cria foi "absolvida", que o Brasil lhe "deve desculpas" e que é preciso discutir como ela poderá ser reparada por ter sido julgada "por uma coisa que nunca aconteceu" — como se já não bastasse acomodar mulher sapiens na presidência do Brics, com salário de quase R$ 300 mil por mês. Como dizia meu avô, "não se deve mexer em merda seca" — ou seja, revolver problemas resolvidos ou que não têm solução. No último dia 15, Rosa Weber votou contra as ações, argumentando que o impeachment é um processo eminentemente político, que o STF não deve interferir na decisão do Senado e que não há como determinar, sete anos depois, que os parlamentares refaçam a votação sobre a cassação dos direitos políticos da impichada. Os demais ministros seguiram esse entendimento, e o julgamento foi encerrado no último dia 22.
Poucas coisas conseguem unir o ser humano em uma única crença como as superstições. Tem quem acredite que o número 13 é sinônimo de azar, quem use amuletos para se proteger do mau-olhado, quem foge de gatos pretos e evita passar debaixo de escadas, e por aí vai. Por mais que saibam que essas crendices sejam irracionais, as pessoas preferem acreditar nelas a dar chance ao azar.
As superstições advêm de nosso desejo de controlar todos os aspectos da vida — até aqueles que não dependem de nós. Em situações associadas a algo importante (como um casamento ou uma entrevista de emprego, por exemplo), rituais e amuletos criam a falsa sensação de que algo foi feito em prol de um desfecho positivo. É comum relacionarmos acontecimentos aleatórios a alguma causa e criarmos mecanismos que organizem as informações.
Quando não há uma explicação clara aparente, nosso cérebro faz uma associação que não é 100% racional, dando azo às superstições. Em outras palavras, o medo do desconhecido suscita dúvidas e incertezas — que geram angústia e sofrimento —, e as associações dão às pessoas a falsa sensação de controle. E mesmo sabendo que esse controle é ilusório, elas continuam acreditando, porque é sempre melhor pingar do que secar.
Embora não tenham poderes mágicos, as superstições são úteis quando influenciam positivamente a forma como agimos. Seguir um ritual nos leva a acreditar que tudo sairá bem — nada muito diferente do velho efeito placebo. É comum os vemos jogadores realizarem determinados movimentos antes da partida, mas é preciso ter em mente que a superstição traz conforto, mas o TOC não produz alívio.
Não há nada de mais em usar a "camisa da sorte" durante o jogo do "time do coração" nem em pular sete ondas na passagem de ano, por exemplo. Eu não me considero supersticioso, mas tenho cá minhas crendices (como disse o criador de D. Quixote, Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay), e uma simpatia de que gosto muito é o "gnocchi della fortuna ".
Reza a lenda que, numa noite de 29 de dezembro do século IV d.C., São Pantaleão se vestiu de mendigo e bateu à porta da casa de uma família pobre e numerosa, que fez questão de dividir o jantar com o desconhecido, mesmo tendo de servir penas sete grãos de nhoque para cada pessoa. Depois de agradecer a hospitalidade, o santo se foi. Ao tirar a mesa, a família encontrou moedas de ouro sob os pratos.
Para fazer essa simpatia se o trabalho de cozinhar as batatas, preparar a massa e cortá-la em gominhos, cozinhe 500 g de massa fresca de nhoque em água fervente. Quando os gominhos subirem, retire-os com uma escumadeira e reserve (não deixe de ler as instruções impressas na embalagem, já que alguns produtos precisam ser cozidos em água fervente e outros podem ser misturados ao molho, levados ao forno e servidos em seguida).
Você pode degustar seu nhoque à bolonhesa, no alho e óleo ou com molho branco. Eu prefiro o meu ao sugo. Para fazer o molho como nos tempos da vovó, você vai precisar de:
— 2 colheres (sopa) de azeite de oliva virgem;
— 3 dentes de alho;
— 1/2 kg de tomates maduros;
— 2 cebolas grandes;
— 10 folhinhas de manjericão,
— 2 folhinhas de louro fresco;
— Sal e pimenta a gosto.
Bata os tomates no liquidificador, coe, refogue em azeite com as cebolas raladas e os dentes de alho (picados ou esmagados) e acrescente o sal, a pimenta, o louro e parte das folhas de manjericão (devidamente picadas). Quando o molho apurar, despeje-o sobre os nhoques cozidos, decore com as folhinhas de manjericão que sobraram, polvilhe com queijo parmesão ralado, espere gratinar e sirva.
— 2 colheres (sopa) de azeite de oliva virgem;
— 3 dentes de alho;
— 1/2 kg de tomates maduros;
— 2 cebolas grandes;
— 10 folhinhas de manjericão,
— 2 folhinhas de louro fresco;
— Sal e pimenta a gosto.
Bata os tomates no liquidificador, coe, refogue em azeite com as cebolas raladas e os dentes de alho (picados ou esmagados) e acrescente o sal, a pimenta, o louro e parte das folhas de manjericão (devidamente picadas). Quando o molho apurar, despeje-o sobre os nhoques cozidos, decore com as folhinhas de manjericão que sobraram, polvilhe com queijo parmesão ralado, espere gratinar e sirva.
A simpatia manda comer os primeiros sete grãos em pé, depois colocar o prato sobre uma nota de dinheiro (o valor fica a seu critério), sentar-se à mesa e aproveitar a refeição. Ao final, deve-se guardar a nota na carteira até o dia 29 do mês seguinte, e então gastá-la na compra de algum ingrediente que será usada para repetir a receita.
Bom apetite e buona fortuna.