Colombo acreditava na esfericidade da Terra, achava que o Atlântico era mais estreito do que realmente é, e que chegaria "às Índias" navegado em direção ao oriente. Depois que D. João II se recusou a financiá-lo, ele recorreu o casal real espanhol Fernão de Aragão e Isabel de Castela, que concordou em patrocinar sua expedição.
Em 3 de agosto de 1492, a nau Santa Maria e as caravelas Pinta e Niña zarparam do porto andaluz de Palos de la Frontera rumo ao oeste e, após 70 dias sem qualquer sinal de terra, chegaram ao arquipélago das Bahamas — não se sabe ao certo em qual das 700 ilhas o genovês e sua trupe desembarcaram, mas eles acreditaram estar nas Índias (daí terem chamado os nativos de índios).
Em 15 de março de 1493, Colombo chegou de volta ao Porto de Palos a bordo da caravela Niña — a nau Santa Maria havia afundado durante a passagem pela ilha Hispaniola, hoje ocupada por Haiti e República Dominicana, onde ele havia formado um pequeno assentamento —, e foi recebido com com pompa e circustância pelo casal real (mal sabiam suas majestades que ele havia feito uma breve escala em Lisboa e contado as novidades a D. João II).
Diante dos resultados da expedição, os Reis Católicos procuraram o papa espanhol Alexandre VI (o corrupto), de quem obtiveram a posse das terras em troca do compromisso de difundir o cristianismo no "novo mundo". Sua Santidade assinou a Bula Inter Coetera, que criava um marco a 100 léguas a oeste de Cabo Verde e estabelecia que as terras descobertas a oeste seriam da Espanha e a leste, de Portugal.
Vendo que sua quota-parte continha mais água do que terra, além de dificultar a navegação pelo Atlântico, D. João II subiu nas tamancas. Para evitar um conflito aramado, o pontífice mediou as negociações do Tratado de Tordesilhas, que moveu a linha divisória para 370 léguas a oeste de Cabo Verde, garantindo a Portugal uma porção generosa da América do Sul.
Continua...