sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

SOBRE BURACOS NEGROS ETC. (CONTINUAÇÃO)

EM ALGUM LUGAR, SEMPRE EXISTE ALGO INCRÍVEL ESPERANDO PARA SER DESCOBERTO. 

Governadores bolsonaristas não devem comparecer ao evento para relembrar os ataques do 8/1 em BrasíliaSegundo a CNN, a oposição vai evitar o evento por causa da proximidade das eleições municipais de outubro, já que o custo político de comparecer é alto. Enquanto Lula adota o discurso de que as comemorações são suprapartidárias em defesa da democracia, a oposição enxerga como uma promoção do próprio Lula e de sua gestão por causa da polarização da sociedade. Inicialmente, havia sido planejado um ato do presidente subindo a rampa ao lado dos governadores, repetindo o gesto que ficou famoso na crise do ano passado, mas a ideia agora é acompanhar o evento que vai ocorrer no Senado. 


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Poucos segredos no Universo são tão bem guardados quanto o interior dos buracos negros. Quando se trata desses abismos cósmicos, uma questão que intriga leigos e iniciantes é a singularidade — ponto no espaço-tempo em que as leis da física não se aplicam — ser ou não capaz de "engolir" uma galáxia inteira. 

 

horizonte de eventos — região fronteiriça do buraco negro onde a força gravitacional é tamanha que nem a luz consegue escapar — mantém a singularidade oculta, mas muita coisa visível acontece enquanto "o glutão se alimenta". Antes de ser "engolida", a matéria é "espaguetificada" (para entender isso melhor, encha uma pia com água, destampe o ralo, pingue algumas gotas de corante e repare no fio colorido que espirala em direção ao centro do ralo antes de descer por ele).


O aumento astronômico (sem trocadilho) da temperatura da matéria durante esse processo gera os assim chamados discos de acreção — anéis luminosos que os cientistas conseguem observar através telescópios ultrassofisticados. Além disso, a força gravitacional da singularidade distorce o tecido do espaço-tempo, o que possibilita a observação de sua influência sobre estrelas e outros objetos — foi assim que os astrônomos descobriram Sagitário A* no centro da Via Láctea.

Quanto a serem ou não capazes de engolir galáxias inteiras, os cientistas afirmam que tal não acontece porque a atração gravitacional dos buracos negros não alcança todos os objetos da galáxia — é por isso que esses "glutões" se tornaram supermassivos engolindo as estrelas mais próximas, mas raramente crescem mais do que já cresceram.

 

Observação: Quando um buraco negro se forma a partir do colapso de uma estrela, seu campo gravitacional permanece igual ao que a estrela tinha antes do colapso. O Sol não tem massa suficiente para se tornar um buraco negro, mas, se ele tivesse e isso ocorresse, as órbitas dos planetas, cometas e asteroides de nosso Sistema Solar continuariam iguais.

 

Os buracos negros crescem à medida que "se alimentam", mas encolhem conforme perdem pequenas quantidades de energia (radiação Hawking). Isso ocorre porque cosmos está apinhado de partículas que surgem e desaparecem constantemente, e quando um par dessas partículas é criado nas imediações de um buraco negro, uma é puxada pela singularidade antes de ambas se anularem e a outra escapar para o espaço.

 

Nosso sistema solar está a "confortáveis" 26 mil anos-luz de distância do buraco negro supermassivo que fica no centro da Via Láctea, mas estrelas como a S2, que fica a 25 mil anos-luz da Terra, orbitam tranquilamente seu horizonte de eventos. Chegar até o buraco negro mais próximo  o Gaia BH1, que fica a mais de 15 trilhões de quilômetros  exigiria viajar 1.600 anos na velocidade da luz (1.079.252.848,8 km/h). 

Isso pode parecer longe à beça, mas, na escala astronômica, a constelação de Ophiuchus fica em nosso "quintal cósmico". O buraco negro mais distante descoberto descoberto até agora fica galáxia de UHZ1, a 13,1 bilhões de anos-luz da Terra. Da feita que o Big Bang ocorreu há 13,8 bilhões de anos, ele é quase tão antigo quanto o próprio Universo. 


Continua...