quinta-feira, 4 de abril de 2024

TECNOLOGIA EMBARCADA E AUTOMÓVEIS INTELIGENTES

É MELHOR SER BOM DO QUE MAU, MAS O PREÇO DE SER BOM É TERRIVELMENTE ALTO.

Numa evidência de que a realidade não deixa de existir porque Bolsonaro a renega, o STF foi compelido a refutar, no âmbito de ação movida pelo PDT em 2020, uma leitura extravagante do artigo 142 da Constituição. Naquele ano, Bolsonaro declarou durante reunião ministerial que "todo mundo quer fazer cumprir o artigo 142 da Constituição". Desde então, o bolsonarismo intensificou a pregação bizarra de que a intervenção militar dispunha de amparo constitucional.
Há políticos cuja obra só será devidamente compreendida daqui a um século. Com Bolsonaro é diferente. As ações do capitão só poderiam ser perfeitamente entendidas dois séculos atrás, quando a Constituição de 1824 previa o poder moderador e o atribuía ao imperador. 
Admitir que Bolsonaro pudesse manejar as Forças Armadas para virar a mesa da democracia, coroando-se imperador do Brasil, representaria não uma reedição mequetrefe do golpe de 1964, mas um recuo de 200 anos na história.

A Inteligência Artificial de que dispomos não se compara às do HAL 9000 e do Skynet, até porque o que se tem presentemente são computadores conectados à Web e "educados" por meio de bilhões informações. Mas já se fala-se em direção autônoma há algum tempo, já existem veículos que controlam a direção, os freios e o acelerador com o auxílio de sensores cada vez mais sofisticados e precisos (radar, câmeras, lidar), e o MIT vem desenvolvendo um projeto de "Moral Machine" cujo objetivo é criar um código moral a ser ensinado às inteligências artificiais.
 
Telas para o carona e os passageiros que viajam no banco traseiro são o presente; no futuro, elas serão ainda mais inteligentes, com realidade aumentada e a integração do ChatGPT, que permitirá ao software adequar as faixas musicais ao gosto do motoristas da vez e tornar ainda mais precisas as atualizações OTA. 
 
Observação: ChatGPT deslumbrou o mundo com respostas assustadoramente humanas a perguntas aleatórias; integrado aos veículos, ele tornará os assistentes de voz mais sofisticados. Os motoristas poderão controlar vocalmente os sistemas de bordo para ajustar a temperatura do habitáculo, abrir as janelas ou mudar a estação do rádio. Alguns assistentes de voz já entendem comandos como "estou com frio" ou "conte-me uma piada", mas mesmo os mais avançados podem ter dificuldade em entender o que o motorista está dizendo. A Mercedes-Benz fechou um acordo com a Microsoft para levar o ChatGPT a seus carros, e a General Motors também está explorando essa possibilidade
 
Luzes-espia que indicam problemas no sistema perderão a razão de existir quando a IA antecipar qualquer mau funcionamento através de check-ups preditivos. Nos carros elétricos, o navegador por satélite incluirá paradas de carregamento e recalculará a rota se detectar mudanças no trânsito, nas condições climáticas ou no estilo de direção. A IoT (internet das coisas), que designa qualquer dispositivo conectado à rede, será a base das cidades inteligentes, onde semáforos, edifícios e veículos V2V (Vehicle To Vehicle) conversarão entre si, reduzindo consideravelmente os congestionamentos.
 
Tecnologias em desenvolvimento já fazem parte dos planos de figurões da tecnologia para nos levar ao limiar da ficção científica, mas é preciso ter em mente que elas também implicam riscos. Talvez não faça sentido temer uma "revolta das máquinas", mas softwares cada vez mais complexos podem tanto resolver como criar problemas — vale lembrar o velho adágio segundo o qual "os computadores vieram para resolver todos os problemas que não existiam quando não havia computadores". 
 
Um problema desafiador é proteger dos cibercriminosos os dados que trafegam na rede. Afora a possibilidade de informações pessoais caírem nas mãos de pessoas mal-intencionadas, os riscos de o veículo ser roubado ou controlado remotamente porque alguém que conseguir acesso ao sistema para gerenciar a direção, o acelerador e os freios são preocupantes.

A conferir.