Entre as pessoas que afirmam ter lembranças de vidas passadas, a maioria são crianças pequenas que, conforme crescem, deixam para trás recordações, maneirismos e até línguas estrangeiras que conseguiam falar sem nunca terem tido qualquer contato prévio com elas. No levantamento feito pelo Nupes com 402 adultos e 30 de crianças e adolescentes que relataram experiências correlatas, um menino tailandês afirmou que era professor e foi morto por um tiro a caminho da escola. Ele disse o nome do tal professor, dos pais, da esposa e dos filhos dele (que moravam numa aldeia distante e jamais tiveram qualquer conexão com o menino).
As "explicações convencionais" elucidam uma parcela dos casos, mas não dão conta do conjunto de evidências que envolvem a maioria deles. Mesmo que o menino tivesse absorvido telepaticamente o conhecimento sobre o professor assassinado, como explicar suas duas marcas de nascença, que eram compatíveis com a entrada e a saída da bala no corpo do morto?Havia sob a fumaça um negócio bilionário trançado sob regras permissivas. Compra-se no escuro. É preciso um incêndio para iluminar a precariedade e os vínculos tóxicos dos intermediários. Lula agiu apenas depois que a oposição já havia levado o caso ao TCU e à PGR. O cancelamento do leilão não elimina a necessidade de investigação. Houve inépcia ou desonestidade. Em qualquer hipótese, o contribuinte merece pratos limpos.
Exemplos como esses não faltam. Um caso que desafia o rigoroso escrutínio da ciência desde o início do século passado é o de Leonora Piper. Para descobriu se a médium era "pra valer", William James — tido como o pai da psicologia americana — acompanhou-a por anos a fio, e só ficou convencido depois que 25 pesquisadores que ela jamais havia visto antes se consultaram com ela e receberam informações detalhadas sobre assuntos privados que só eles conheciam.
O Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia catalogou mais de 2.000 experiências semelhantes, a maioria de crianças de entre 2 e 6 anos. Embora muitos cientistas atribuem os episódios à autossugestão, o professor de psiquiatria Alexander Moreira-Almeida afirma que, noves fora os casos de fraude, as experiências são válidas no sentido de as pessoas realmente as estarem vivenciando e, portanto, devem ser acolhidas com empatia. Além disso, como explicar fenômenos como a xenoglossia — capacidade de alguém, sem nunca na vida ter entrado em contato com um idioma, passar a falá-lo fluentemente?
Nem sempre a lembrança de quem fomos, verdadeira ou não, vem espontaneamente. Para isso há a chamada terapia regressiva. Em 2009, o quadrinista André Diniz, lançou 7 Vidas – A Aventura de uma Pessoa em seus Passados, com narrativas autobiográficas que incluem ser um órfão peruano e um sacerdote religioso na Itália. Ele conta que viu coisas que sequer sabia que existiam, como casas sem teto no Peru e o uso do óleo de gordura de foca como combustível, e que, quando pesquisava, descobria que eram reais.
Mistérios do além, reencarnação e vidas passadas costumam render boas histórias. A escritora Elizabeth Jhin, autora de novelas como "Escrito nas Estrelas", "Além do Tempo" e "Espelho da Vida" diz ser fascinada pela tema. "A Viagem", de Ivani Ribeiro, foi recordista de audiência no horário das 19h e produziu um aumento significativo na venda de livros sobre espiritismo.
Em sua primeira obra psicografada (Parnaso de Além-Túmulo), o médium mineiro Chico Xavier, que estudou até o ensino fundamental, produziu poemas atribuídos a gigantes como Augusto dos Anjos, morto anos antes. Monteiro Lobato chegou a dizer que, se Xavier fosse um embuste como médium, como escritor ele poderia estar em qualquer Academia de Letras, pois seus versos eram "coisa de outro mundo".