sábado, 3 de agosto de 2024

CÂMBIO MANUAL, AUTOMÁTICO OU AUTOMATIZADO? (FINAL)

HÁ MENOS PESSOAS DE BEM NA POLÍTICA DO QUE GALINHAS COM DENTES NA NATUREZA.


Como vimos anteriormente, carros 0km com transmissão automatizada deixaram de ser comercializados em 2020. Assim, resta a quem deseja o conforto da automação escolher entre um modelo com conversor de torque e um continuamente variável (ou recorrer ao mercado de usados, mas aí é outra conversa). Também como vimos, as duas opções remanescentes são fruto de tecnologias distintas, mas a maneira de dirigir é semelhante: como não há pedal de embreagem, o motorista usa apenas o pé direito para acionar o acelerador e do freio. 


ObservaçãoPara frear com a perna esquerda é preciso treinar. Como essa perna é usada para acionar o pedal da embreagem nas transmissões manuais, o motorista pode gerar uma carga excessiva, que resultará numa parada abrupta.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

O assunto já deu no saco, mas a insistência da seita do inferno e de seu sumo pontífice em passar pano para o tiranete de merda venezuelano justifica mais estas linhas (e, possivelmente, outras na semana que vem e na seguinte). 
O enviado especial de Lula, Celso Amorim — a quem Maduro prometeu levar os dados à vitrine —, se fiava no VAR para compor o seu tira-teima. Exaltando o óbvio, o Centro Carter não só esclareceu que o óbvio é mesmo o óbvio como transformou em piada qualquer hipotético recurso judicial. 
Maduro disse que o Palácio Miraflores é a morada do povo, mas está difícil para o povo despejar um inquilino que ataca os observadores internacionais e dá uma banana para o mundo  único ruído que o incomoda é o ronco do asfalto, que ele cuida abafar na marra. 
Até a véspera do pleito, o candidato à reeleição considerava o Centro Carter um observador de mostruário; desfeito o encantamento, passou a enxergar os enviados da organização como observadores teleguiados pelo imperialismo ianque. Até aí, nada de novo, noves fora a revolta da sociedade venezuelana, que está farta de um mágico que não tira senão ruína de dentro da cartola.
O despejo não é impossível, mas, bancado por China e Rússia, Maduro se equipa para elevar o custo — e a fatura inclui cadáveres, sumiços, encarceramentos e tortura. Entrementes, o autoproclamado Sun Tzu de Atibaia  que parece disposto a fazer tudo por Maduro, até papel de bobo  tropeça no óbvio e cai no ridículo.
 
Botões ou teclas podem substituir a alavanca seletora em alguns modelos, mas Park, , Neutro e Drive (representadas pela primeira letra de cada uma) têm presença garantida em todos. Em alguns casos, "+" e "-" ou "M" (de Manual) permitem trocas sequenciais e "1" e "2 ou (a letra "L", de Low) limitam a transmissão às marchas de maior torque, o que é útil tanto em subidas íngremes quanto em descidas de serra, já que o "freio-motor" ajuda a manter a velocidade sob controle. 
 
Dependendo da configuração escolhida pelo fabricante, a troca sequencial pode ser feita pelas paddle-shifts (ou "borboletas"), posicionadas atrás do volante, ou pela própria alavanca, movendo-a para a direita e empurrando levemente para a frente ou para trás (a marcha selecionada só será aceita se for compatível com as rotações do motor naquele momento). Outra maneira de obter
 força do motor — em ultrapassagens, por exemplo — é usar o kick down: ao pressionar o pedal do acelerador além do final do curso, aciona-se um botão que reduz até duas marchas de uma só vez. 
 
Mesmo quando a posição P não existe (o que era comum nos câmbios automatizados antigos), só é possível ligar o motor com a alavanca em N 
— e, conforme o modelo, com o pedal do freio pressionado. Já a letra "S" (de Sport), quando presente, troca as marchas em rotações próximas da faixa de potência máxima, proporcionando uma "tocada" mais esportiva. Mas a posição mais usada no dia a dia é D, na qual o sistema utiliza todas as marchas disponíveis — que podem ser 4, 5, 6, 8, e assim por diante.
 
Observação: Motores de combustão interna transformam a energia calorífica da mistura ar-combustível em energia mecânica. Em linhas gerais, o torque é associado à força e a potência, à velocidade (esse conceito não muito exato, mas facilita a compreensão). Multiplicando-se o torque pelo giro do motor (rotações por minuto) chega-se à potência (quantidade de energia gerada num certo espaço de tempo). Torque e potência crescem conforme a rotação aumenta, atingem o ápice num determinado regime de giros e declinam a partir daí. Para aproveitar o torque do motor numa arrancada, engrena-se a 1ª marcha, acelera-se até 1.500 RPM além da faixa de torque máximo e solta-se o pedal da embreagem. Os automáticos não têm pedal de embreagem e, sem launch control, não há como fazer isso. Se o torque for abundante em baixas rotações, eles até "cantam pneu" na arrancada, mas nos menos potentes o torque máximo é produzido em rotações elevadas, daí os carros com motor aspirado de baixa cilindrada e transmissão automática (sobretudo CVT) serem mais "letárgicos". Vale lembrar que, quanto menor a faixa de RPM em que o torque máximo surge e quanto mais plana for sua “curva”, tanto melhor será o desempenho do veículo no uso misto (cidade e estrada).
 
O trilho que a alavanca seletora percorre pode ser reto ou em ziguezague. Modelos em ziguezague visavam evitar mudanças acidentais com o carro em movimento — no Jaguar XJ, o trilho formava a letra J, daí esse modelo ter ficado conhecido como J Gate —, mas o estilo mais simples e a facilidade de uso levou a maioria das montadoras a adotar a versão retilínea. 
 
Independentemente da configuração do trilho, a posição R fica entre P e N. A sequência P-R-N-D-L (definida pela norma 571.102 da Federal Motor Carrier Safety Administration) foi instituída para prevenir engates indesejados — ou seja, o motorista só engata a ré com o carro em movimento se mover propositalmente a alavanca de D para N e de N para R —, mas acabou sendo utilizada mundialmente. A ordem P-N-D-L-R chegou a ser adotada em alguns veículos, mas foi abandonada devido ao risco de o motorista engatar da ré quando ao tentar usar uma marcha mais baixa (no caso, a posição L). Mas a parte da sequência obrigatória é apenas a P-R-N; a posição das demais marchas fica a critério de cada fabricante.
 
Observação: Nas transmissões modernas, quando a ré é engatada com o carro em movimento o sistema interpreta a ação como insegura e coloca o câmbio em N, mesmo que a manopla indique que ele está em ré (em alguns modelos, um sensor de rotação impede também a mudança para P, visando evitar o travamento das rodas).
 
Nos filmes americanos é comum vermos os carros darem um pequeno solavanco quando são estacionados. Isso acontece porque a alavanca em Park trava as rodas motrizes mecanicamente, e os motoristas de lá não costumam acionar o freio de mão. Como essa trava não foi projetada para suportar todo o peso do veículo, é recomendável mudar a alavanca de D para N, soltar o pedal do feio, puxar o freio de mão, tornar a pisar no freio e então mudar a alavanca para P e desligar o motor. Na maioria dos automáticos sem sistema keyless, só é possível tirar a chave da ignição com a alavanca em P.
 
Até não muito tempo atrás, acreditava-se que o óleo da transmissão tinha duração "vitalícia" — bastava verificar o nível e adicionar óleo se quando necessário. Atualmente os fabricantes recomendam fazer a troca a cada 50 mil quilômetro (ou a cada 5 anos, o que ocorrer primeiro), ou mesmo antes, se o veículo for usado em condição severas. E o mesmo se aplica aos filtros (consulte o manual do veículo para mais informações).
 
As transmissões automáticas atuais são mais robustas e eficientes do que as de antigamente, mas ainda impactam em alguma medida o desempenho do motor o consumo de combustível. Isso sem falar que alguns modelos são problemáticos por natureza, e que os usados nem sempre foram bem cuidados pelos antigos proprietários. Assim, convém pesquisar na Web por eventuais "defeitos congênitos" (como a abominável PowerShift da Ford, que eu mencionei no 5º capítulo desta sequência), e fazer a busca pelo código da transmissão, já que o mesmo modelo pode ser identificado por outros nomes (no caso do PowerShift, por MPS6 na Volvo e 6DCT250 na Caoa Chery. 

Antes de pedir o parecer de um mecânico de confiança, avalie o conversor de torque com um "stall test". Com o motor e a transmissão em temperatura de marcha, coloque a alavanca em "D", acione o freio com o pé esquerdo, pise no acelerador até o final com o direito, observe o conta-giros e repita o teste com a alavanca em "R". Em ambos os casos o conta-giro deve marcar cerca de 2.500 RPM. Se a rotação subir muito além disso, é provável que o conversor de torque esteja patinando (desista da compra, pois o conserto vai custar caro).
 
Com o carro parado e o motor ligado, mude a alavanca de "P" para "R", depois para "N" e então para "D". As trocas devem ser suaves. Trancos indicam que os coxins estão gastos — esse desgaste é normal em veículos "rodados", e substituição dos coxins custa bem menos que o conserto do conversor de torque, mas você pode usar isso como argumento para obter um abatimento no preço do carro.

Sempre que a alavanca seletora é movida, a nova posição é indicada no painel. Se ela estiver em "D", o painel mostrar que está em "N" e o carro não se mover quando o freio for liberado, o problema deve estar no cabo que liga a alavanca à transmissão. Substituir não custa muito caro, mas a necessidade da troca também justifica um desconto no preço do carro.

Durante o test drive, fique atento para pequenos trancos com o motor em marcha lenta quando você para num semáforo, por exemplo. Mesmo que não seja uma vibração contínua, esse sintoma indica que a transmissão precisa de reparos. É possível que uma simples troca de óleo resolva; se não resolver e for preciso abrir a caixa para substituir componentes desgastados, é melhor desistir da compra.

Há duas maneiras de trocar o óleo — tanto do motor quanto da transmissão. A convencional deixar o óleo escorrer totalmente e então colocar o óleo novo. O problema desse método é que ele não esgota o óleo que fica dentro do sistema (inclusive no conversor de torque), e as impurezas remanescentes podem entupir as canaletas e danificar aos componentes. Na troca a vácuo, uma sonda é introduzida no sistema e uma bomba suga todo o óleo (ou a maior parte dele). Mas é importante que esse serviço seja feito por oficinas ou postos de troca de óleo especializados, que (supostamente) dispõem de equipamentos adequados e funcionários qualificados.

Resumo da ópera: Os câmbios automáticos modernos são mais robustos e exigem menos manutenção que os de antigamente. A melhor maneira de prolongar sua vida útil é trocar o óleo e os filtros nos prazos recomendados pelo fabricante, sem falar que a manutenção preventiva costuma pesar menos no bolso do que a corretiva. Considerando que muita gente põe o carro à venda quando nota algum problema na transmissão, visando transferir o "pepino" para futuro "propriotário", só feche o negócio depois que um mecânico de confiança der sinal verde.


Para assistir a um breve resumo audiovisual do que foi discutido ao longo sequência, clique aqui e aqui.