quarta-feira, 6 de novembro de 2024

LUZ E TREVAS (CONTINUAÇÃO)

A MEMÓRIA SELETIVA É UM DOS GRANDES PECADOS DA VELHICE.

Em 1704, Newton forneceu explicações consistentes para fenômenos como a reflexão e a refração da luz, mas deixou de fora a difração e a interferência, que mais tarde seriam associadas à natureza ondulatória da luz.
 
Em 1861-1862, James C. Maxwell unificou os conceitos de eletricidade e magnetismo, demonstrando que a luz é uma onda eletromagnética que se propaga sem a necessidade de um meio material.


Em 1905, ao introduzir o conceito de fóton e teorizar que a luz possui "natureza "dual" — capacidade de se comportar tanto como partícula quanto como onda —, Einstein fincou um dos pilares fundamentais da mecânica quântica.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Donald Trump não é bom exemplo para ninguém, mas, ao chegar ao Dia D empatado com Kamala Harris (e com chances reais de vitória), virou um aviso fabuloso para Lula. E mesmo que seja derrotada, fica a percepção de que um governo apenas mediano — como o de Biden — não basta para afastar o risco da volta do grotesco ao Poder. 
Há quatro anos, Trump se negou a reconhecer a derrota e incitou o ataque ao Capitólio. De lá para cá, colecionou processos judiciais e margou condenações. Ainda assim, metade dos americanos o veem como um político de imagem inoxidável. 
Apenas a margem de erro separa o índice de aprovação de Biden dos dos 36% de ótimo ou bom atribuídos a Lula pelo Datafolha. A diferença é que, no Brasil, o grotesco está inelegível e enfrenta um cerco judicial que deve consolidar seu banimento das urnas, enquanto o xamã petista — que errou ao passar primeira metade de sua gestão estimulando a polarização e acabou engolfado pela onda conservadora que varreu a disputa municipal — ainda tem 26 meses para desestimular o encantamento de parte do eleitorado com eventuais opções de viés bolsonarista.
torcida de Lula pela vitória de Kamala soa desnecessária (porque ninguém ignora a aversão que ele nutre por Trump), inútil (porque seu poderio como cabo eleitoral tornou-se discutível até no Brasil) e ilógica (se Trump vencer e converter a Casa Branca em sucursal do inferno na Terra, o governo brasileiro terá que dialogar com o capeta). 
Sob Bolsonaro, a submissão do Planalto à Casa Branca roçou a idolatria. Lula parece ignorar que países como os EUA raciocinam em termos de interesses, não de afinidades ideológicas, e que o exercício da Presidência pede profissionalismo, não torcida.

 

À luz da Teoria da Relatividade (sem trocadilho), a massa efetiva de um objeto que se move a uma velocidade próxima à da luz (299.792,5 km/s) tende ao infinito, exigindo uma quantidade igualmente infinita de energia para o objeto continuar acelerando. Como a velocidade da luz é o limite universal na física moderna, nada que tenha massa pode se mover mais rápido que ela — com a possível exceção dos táquions, que "nascem" superluminais e ganham velocidade conforme perdem energia. 

 

A existência dos táquions ainda não foi comprovada, quando mais não seja porque a tecnologia atual não é capaz de detectar nada que se mova tão rápido. Mas ausência de evidência não é evidência de ausência, como escreveu Carl Sagan sobre a vida extraterrestre. 


Os buracos negros foram teorizados por Einstein em 1916, mas sua existência só foi comprovada no final da década passada, quando o Telescópio do Horizonte de Eventos capturou a imagem do M87*


Observação: Nunca é demais lembrar que diversos cientistas — como o descobridor do sistema heliocêntrico, o pai da desinfecção, o criador da imunoterapia e o proponente da deriva continental — foram ridicularizados por seus pares até que o tempo provasse a validade de suas ideias.

 

De acordo com as equações de Einstein, tudo é relativo no Universo, com exceção da velocidade da luz — que, para ser absoluta, exige o tempo e o espaço sejam relativos. E eles o são: quanto maior a velocidade de um observador, mais devagar o tempo passa para ele (dilatação temporal), e menor a dimensão dos objetos na direção do movimento (contração espacial). 


Voltando aos táquions, alguns físicos sustentam que eles se movem no sentido inverso ao da seta do tempo (lembrando que os ponteiros do relógio param na velocidade da luz e passam a andar para trás a partir daí, caso a velocidade continue crescendo). Se a existência dessas partículas exóticas for comprovada, talvez um dia consigamos viajar no tempo como nos livros e filmes de ficção científica.
 
Observação: Para que viagens no tempo como as da ficção sejam possíveis é preciso descobrir como alcançar a velocidade da luz e contornar os efeitos relativísticos que impactam o tempo, o espaço e a massa. Sem falar voltar ao passado cria conflitos lógicos, como o célebre Paradoxo do Avô.

Por enquanto, o jeito é nos contentarmos com a "viagem para o futuro" que iniciamos ao nascer e observar o passado olhando para as estrelas, pois o que vemos no céu é a luz que elas emitiram séculos ou milênios atrás. Como o impossível só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário, talvez as viagens no tempo sejam apenas uma questão... de tempo. 

Continua...