sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

DE VOLTA À NOVELA DO WINDOWS 10

A PIOR DECISÃO É A INDECISÃO.

Dentre as inúmeras restrições que a Microsoft sempre impôs à instalação do Windows 11 em máquinas antigas, o Trusted Platform Module 2.0 era um requisito "inegociável", e o fim do suporte ao Win10, previsto para outubro de 2025, uma decisão irreversível. Mas não há nada como o tempo para passar.
 
Como o Win10 continua presente em 60% dos PCs mundo afora e a adesão à versão atual ficou aquém das expectativas, a empresa decidiu oferecer um ano adicional de atualizações de segurança para o Win10 — o serviço custa US$ 30 e não inclui novos recursos, correções de bugs e suporte técnico. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

O fim de ano em Brasília virou uma xepa. Arthur Lira enfiou na sacola milionárias emendas de comissão que não foram nem sequer votadas nas comissões, deixando no chinelo o orçamento secreto, e Davi Alcolumbre arrematou diretorias de agências reguladoras. No afã de aprovar o pacote de corte de despesas, o Planalto entrou no clima de fim de feira e librou R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão — por um feitiço do acaso, R$ 73 milhões das verbas redirecionadas foram para Alagoas, o estado do imperador da Câmara. 
O atropelo das comissões e a ocultação dos padrinhos das verbas por trás das assinaturas de líderes partidários vão na contramão das decisões do Supremo sobre emendas. 
Na área das agências reguladoras, a amoralidade e os maus costumes não são menores. Cabe a Planalto indicar os diretores das agências e ao Senado aprová-las ou não. Mas Lula terceirizou a Alcolumbre o gerenciamento do tabuleiro sobre o qual acabam de ser escolhidos 17 diretores de agências como a de Aviação Civil, a de Transportes Terrestres e até a de Vigilância Sanitária — a
 conversão de agências reguladoras em mercadoria de xepa, que normalmente é só mais um sintoma da decomposição da política, passou a ser uma temeridade depois que os apagões de São Paulo iluminaram os porões da Aneel.
A pretexto de reagir ao descontrole das contas nacionais e ao prometido protecionismo de Donald Trump, o mercado promoveu altas desenfreadas do dólar, puxando para cima a inflação e levando o Copom a jogar nas nuvens a taxa básica de juros, cuja elevação faz explodir a dívida pública. O pacote fiscal que o governo desembrulhou para cortar despesas ficou obsoleto antes mesmo de ser aprovado pelo Congresso, e o Brasil, rodopiando em torno dos mesmos problemas como um cachorro que morde o próprio rabo, meteu-se num círculo de suposições infalíveis: economistas de fora do governo, com a reputação intacta, sustentam que o crescimento não é sustentável, e os de dentro, com suas técnicas de vodu, enfiam as agulhas nos bonecos errados.
Embora houvesse sobre a mesa R$ 50 bilhões em emendas parlamentares e algo como R$ 520 bilhões em gastos tributários que mimam o patrimonialismo nacional com isenções de impostos e favores fiscais, resolveu-se passar a faca na política de reajuste do salário-mínimo e nos benefícios para pobres, idosos e deficientes. No Ano Novo, o crescimento econômico será menor e o desemprego, maior. Mas quem se importa? Os sinos do Natal abafam o uivo dos cachorros loucos!
 
Uma enxurrada de críticas levou a gigante do software a recuar na questão do TPM. Mesmo afirmando que o upgrade em máquinas "inelegíveis" pode causar problemas de compatibilidade, que os computadores podem não receber atualizações — incluindo as críticas e de segurança — e que eventuais danos não são cobertos pela garantia do fabricante, a empresa, além de 
fornecer informações sobre a instalação, também adicionou um passo a passo detalhado para reverter o update em caso de incompatibilidade (até 10 dias a partir da atualização, através da própria página de "Configurações" do Win11).
 
E. T.  O Windows 12 já está no forno.