Fazer previsões é uma coisa, acertar é outra. Em 1984, quando a Apple lançou o Macintosh, os "Unixistas" e "CP/Mistas" viam a interface gráfica como um emburrecimento do computador — percepção essa que levou muita gente a acreditar que a novidade não apresentava vantagens em relação à linha de comando e que logo ninguém mais se lembraria dela.
No início do século passado, o pioneiro da astronáutica Robert Goddard foi ridicularizado por um editor do jornal The New York Times, que, demonstrando total desconhecimento da Leis de Newton, lecionou que um foguete não teria propulsão no espaço porque não havia uma atmosfera onde os gases de escape gerarem propulsão. Décadas depois, Thomas Watson, então presidente da gigante IBM disse acreditar que um dia talvez houvesse mercado para uns 5 computadores.
Nos anos 1940, Hollywood acreditava que a televisão seria uma "moda passageira". Não foi, mas nem ela nem o videocassete "mataram" o cinema — o streaming exterminou as videolocadoras, mas isso é outra conversa —, e tampouco o smartphone aposentou o PC tradicional, embora tenha reduzido seu papel no cotidiano, ou o WhatsApp aposentou o email, ainda que tenha restringido seu uso a logins em sites e aplicativos, autenticações em duas etapas, compras online e preenchimento de formulários, entre outras.
Em 2004, quando o webmail era o serviço mais popular da Grande Rede, Bill Gates anunciou que o problema do spam seria resolvido em dois anos, mas vinte anos se passaram e não só os spammers seguem ativos como o phishing scam continua sendo usado a principal "ferramenta de trabalho" dos cibercriminosos para roubar dados e cometer fraudes digitais, embora também se valham do SMS, dos apps mensageiros e das redes sociais para fisgar suas vítimas.
As ferramentas "antispam", que pareceram promissores num primeiro momento, revelaram-se inúteis. Pode-se minimizar o desconforto (e os riscos) usando uma conta de email para assuntos importantes e outra para se cadastrar em sites, participar de fóruns online, testar serviços etc. Mas, a exemplo dos cartões de crédito virtuais, endereços de email que se "autodestroem" eliminam qualquer possibilidade de reuso, o que os torna uma forma popular de evitar spam/scam.
O Google está desenvolvendo um novo recurso — chamado "Shield Mail" — para Android que promete fornecer um endereço temporário vinculado à caixa de entrada do email principal. Assim, o usuário que começar a receber spam ou não quiser mais aquele endereço poderá simplesmente desativá-lo.
Para evitar o envio de spam ou mensagens de phishing, a maioria dos serviços de emails temporários só permite o recebimento de mensagens, mas gerenciar vários emails protegidos ao mesmo tempo permite criar diferentes endereços temporários para diferentes finalidades, como compras online ou inscrição em contas de redes sociais, tornando o recurso ainda mais versátil e conveniente.
Ainda não se sabe quando ou se serviço será lançado, nem se será gratuito ou pago.