quarta-feira, 21 de maio de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 28ª PARTE

NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA

 

Ainda que viajar no tempo seja possível em tese, a inviabilidade tecnológica de construir naves capazes de atingir velocidades próximas à da luz impede que astronautas fruam dos benefícios da dilatação temporal. Além disso, o aumento relativístico da massa exigiria uma quantidade virtualmente infinita de energia para continuar acelerando, e a simples chegada dos viajantes ao passado daria azo a paradoxos temporais. Some-se a isso o fato de que ninguém sabe como o corpo humano reagiria a uma viagem a mais de um bilhão de quilômetros por hora.


Observação: A maior velocidade que seres humanos suportaram até hoje foi de 11,08 km/s (ou 39.897 km/h), durante a reentrada da cápsula da Apollo 10 na atmosfera terrestre — 5,7% dos 693 mil km/h que a Parker Solar Probe alcançou em dezembro passado, que correspondem 0,0643% da velocidade da luz. Por outro lado, o maior desafio fisiológico não seria a velocidade em si, mas a aceleração necessária para alcançá-la. Num avião, nossas costas são empurradas contra o encosto da poltrona durante a decolagem; depois, a sensação é de repouso, mesmo voando a mais 800 km/h. Da mesma forma, os astronautas sofreriam os efeitos da aceleração, não da velocidade constante. Ainda assim, o caminho até uma velocidade próxima à da luz poderia ser fatal. Em teoria, seria possível manter uma aceleração gradual e constante. No entanto, se isso se prolongasse por muito tempo (e o tempo necessário para acelerar até quase 300 mil km por segundo seria extremamente longo), o corpo humano certamente se ressentiria dos efeitos dessa aceleração.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A 1ª Turma do STF considerou inconstitucional a manobra da Câmara que interrompeu a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem. Alegando que a decisão foi uma "violação direta e frontal aos preceitos fundamentais da separação de Poderes" e da "imunidade parlamentar formal", o presidente da Câmara recorreu ao plenário. 

Em qualquer democracia, e a brasileira não é exceção, o Legislativo não tem direito de passar por cima da Constituição. Era do conhecimento de todos os que votaram a favor da suspensão da ação penal que as chances de tal aberração prosperar são próximas de zero

Para que o Brasil se vacine contra novas tentativas de golpe, os denunciados pelo que aconteceu em 2022 e 2023 devem ser julgados, e os culpados condenados. Promover a cizânia entre Poderes é um desserviço à democracia. 

Permanências muito longas no espaço — como a dos astronautas que retornaram à Terra em meados de março passado após quase nove meses na Estação Espacial Internacional — tendem a causar perda de densidade óssea e muscular, diminuição do tamanho do coração, sono irregular, enfraquecimento do sistema imunológico e impactos na saúde mental (para saber mais, clique aqui). Assim, além de submeter os astronautas a um programa de reabilitação que dura até 45 dias, a NASA vem buscando maneiras de minimizar os efeitos da exposição prolongada à microgravidade, radiação cósmica e outras condições ambientais adversas. 

Como a distância média entre a Terra e a Lua é de 384.400 km, o problema não é a viagem em si — que as missões Apollo faziam em 3 dias e as sondas modernas (não tripuladas) fazem em menos de 24 horas —, mas no tempo que os astronautas teriam de permanecer lá para construir de uma base que sirva de "trampolim" para a exploração de Marte e, mais adiante, de outros planetas do Sistema Solar (a atmosfera rarefeita e a baixa gravidade facilitariam as futuras missões, uma vez que o lançamento de espaçonaves da Lua exigiria menos energia do que da Terra).  

 

A água congelada existente nas calotas polares da Lua que pode ser convertida em oxigênio e hidrogênio para combustível, e uma base lunar permitiria não só armazenar equipamentos e alimentos, mas também testar tecnologias e sistemas num ambiente de baixa gravidade antes de enviar missões tripuladas ao planeta vermelho, cuja distância média da Terra é de 225 milhões de quilômetros — que as sondas espaciais levam de 128 a 333 dias para percorrer. 

 

O programa Artemis da NASA visa retomar as viagens tripuladas à Lua e estabelecer uma presença sustentável no satélite. Outras agências, como a ESA e a CNSA, também têm investido em missões lunares, mas a agência espacial norte-americana foi a única até agora a enviar missões tripuladas à Lua, que continua sendo o corpo celeste mais distante alcançado pela homem. Já as viagens tripuladas a Marte vem sendo planejada há décadas, e a SpaceX divulgou recentemente que pretende levar humanos ao planeta até 2054.

 

Considerando a duração da viagem de ida e volta e duas semanas em Marte, os astronautas passariam mais de um ano fora da Terra. Além de contornar os efeitos da microgravidade e dos altos níveis de radiação do espaço, é preciso melhorar a eficiência de combustíveis para sustentar o empreendimento e garantir o retorno seguro da tripulação. A Rússia vem desenvolvendo um motor elétrico de plasma — que funciona a partir do empuxo gerado pela aceleração de partículas altamente ionizadas — que promete reduzir o tempo de viagem a menos de dois meses. 

 

Continua...