sábado, 6 de setembro de 2025

MEMÓRIA VIRTUAL — A AJUDA QUE ATRAPALHA

CONHEÇA-TE A TI MESMO, MAS NÃO FIQUE ÍNTIMO DEMAIS.

Computadores utilizam diferentes tipos de memória, e cada subsistema tem sua função. Como todos são medidos em múltiplos do byte, usuários menos familiarizados com hardware tendem a confundir memória física (RAM) com memória de massa (HDD/SSD nos PCs e armazenamento interno nos smartphones).

Por ser capaz de preservar os dados mesmo desenergizada, a memória de massa armazena o sistema, os aplicativos e os demais arquivos. A RAM é volátil — ou seja, seu conteúdo se perde quando ela deixa de ser alimentada eletricamente —, mas o acesso aleatório a torna até 100 mil vezes mais rápida que os HDDs, cerca de 40 vezes mais rápida que os SSDs e aproximadamente 50 vezes mais rápida que a memória flash dos smartphones.

 

A RAM tem importância fundamental em qualquer dispositivo computacional — de uma simples calculadora de bolso a um poderoso servidor. É nela que o sistema, os programas e os arquivos em execução são carregados — não integralmente, pois não haveria memória suficiente, mas em páginas (blocos de mesmo tamanho) ou segmentos (blocos de tamanhos diferentes). Um sistema com processador básico e abundância de RAM pode ter desempenho superior ao de outro com CPU potente e pouca RAM.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


No folclore da política, corre uma história sobre um ex-presidente a respeito do qual havia boatos acerca de um namoro com bela senhora ocupante de alta função na República. Consultado, o mandatário negou, mas aconselhou: "Espalhem, fico lisonjeado". Política e compostura não caminham de mãos dadas, mas a desfaçatez de alguns políticos ultrapassa os limites da canalhice. É o caso do governador paulista Tarcísio de Freitas, que nega a pretensão de se candidatar à Presidência, mas alimenta a versão dando sinais de que se sente envaidecido com as especulações — não por mera vaidade, mas por estratégia. Tarcísio se posiciona na rampa de lançamento, mas evita o pulo no escuro, já que a incerteza do cenário exige preparo — e, pelo visto, é o que o governador está fazendo. Talvez ele atire em 2026 mirando 2030 — ou não, dependendo de como andarão as carruagens, cujas rédeas estão nas mãos de Lula, devido à provável condenação de Bolsonaro. A julgar pela pesquisa Quaest, 55% dos entrevistados consideram justa a punição, o que reduz as chances do levante popular almejado por parte dos bolsonaristas. O ex-presidiário do mensalão Valdemar Costa Neto, presidente do PL, reconhece que "a maioria apoia Alexandre de Moraes", e vê em Donald Trump "a única salvação". Sendo como diz Valdemar, caberia à direita virar a página e sair à francesa da aba da família Bolsonaro, como de resto vêm fazendo políticos do Centrão ao cortejar Tarcísio que, penhorado, corresponde e agradece.


Como o próprio sistema e os softwares pré-instalados ocupam boa parte da RAM, a multitarefa (execução simultânea de dois ou mais aplicativos) pode ficar prejudicada em desktops e notebooks com menos de 8 GB e smartphones com menos de 6 GB — lembrando que as quantidades recomendadas, atualmente, são 16 GB e 6 GB. A maioria dos PCs permite aumentar a memória física mediante a adição de um segundo módulo (ou a substituição do módulo original por outro de maior capacidade), mas os smartphones permanecem com a configuração de fábrica durante toda sua vida útil.

 

Modelos de entrada com 4 GB de RAM custam menos que os intermediários, mas dificilmente oferecerão bom desempenho por mais de dois anos. Portanto, invista num aparelho com pelo menos 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Se seu orçamento permitir, vale a pena pagar um pouco mais por 12 ou 16 GB de RAM e 512 GB ou 1 TB de armazenamento. E não deixe de verificar quantas atualizações do Android o celular receberá, e por quantos anos o fabricante fornecerá patches de segurança para ele.

 

Alguns celulares Android permitem ampliar o armazenamento com cartões microSD e expandir a RAM com a “mágica” da memória virtual — recurso implementado pela Intel em suas CPUs 386 para evitar as frequentes mensagens de "memória insuficiente". O procedimento consiste basicamente em criar um arquivo de troca (swap file) na memória de massa para funcionar como extensão da RAM, permitindo a execução simultânea de mais programas e dados. No entanto, ainda que a tecnologia tenha sido aprimorada nas últimas décadas, a RAM ainda é muito mais rápida que os HDDs/SSDs dos PCs e memórias flash eMMC ou UFS otimizadas para dispositivos móveis.

 

Alguns fabricantes de smartphones oferecem modelos nos quais é possível expandir a RAM virtualmente. A Motorola batizou o recurso de RAM Boost, a Samsung, de RAM Plus, a Xiaomi, de Memory Extension, e a Realme, de Dynamic RAM Expansion. Para ativá-lo, toque em Configurações > Sistema > Desempenho e procure algo como Otimização de RAM (o caminho e a nomenclatura podem variar conforme a marca/modelo do dispositivo).

 

Em tese, a memória virtual é uma boa ideia também nos celulares, mas na prática o resultado pode ficar aquém do esperado. Como mencionado anteriormente, ela utiliza parte do armazenamento interno do dispositivo para emular memória em nome de uma suposta melhora de desempenho, mas o problema é que a RAM física é milhares de vezes mais veloz.

Se seu aparelho conta com pelo menos 8 GB de RAM, a perda de performance é praticamente imperceptível no uso diário, mesmo porque a memória virtual dificilmente será utilizada. Assim, se o problema não é falta de RAM, mas de espaço livre no armazenamento interno, desativar o recurso pode ser uma boa alternativa.