segunda-feira, 6 de julho de 2020

SIMILARIDADES ENTRE A MEMÓRIA HUMANA E A DOS DISPOSITIVOS COMPUTACIONAIS E SOBRE COMO LIBERAR ESPAÇO NA MEMÓRIA DOS CELULARES


A FRIEND IN NEED IS A FRIEND INDEED.
Saber não ocupa lugar, dizia meu finado avô. E é melhor saber (ou ter) e não precisar, do que precisar e não saber (ou não ter).
O segundo chavão seria irreprochável se o primeiro não desse margem a controvérsias. Enfrentemo-las, pois.
Deus criou o Homem a sua imagem e semelhança, e este criou o computador à sua própria — donde a parecença entre a memória do sistema e a memória humana.
A capacidade de armazenamento das memórias (física e de massa) do computador é limitada, mas geralmente é possível ampliá-la mediante um upgrade (para mais detalhes, clique aqui). Já a memória humana é igualmente limitada, mas, até onde eu sei, não há como fazer upgrade.
Observação: Para saber mais sobre os diversos tipos e tecnologias de memória utilizadas por essas máquinas maravilhosas, clique aqui; para ler toda a sequência desde o primeiro capítulo, clique aqui e, ao final de cada post, clique no link Postagem mais recente até encontrar o capítulo subsequente.
Pelo fato de nosso tempo de vida também ser limitado, é virtualmente impossível esgotar as (mais de 1 trilhão) conexões que nossos (cerca de 1 bilhão) neurônios são capazes de formar. Se cada neurônio pudesse carregar uma única lembrança, teríamos um sério problema de espaço. Felizmente, as combinações que eles conseguem criar expandem substancialmente nossa capacidade de armazenar recordações.
Observação: Valendo-nos da comparação com a memória do computador, o “espaço” disponibilizado pelo cérebro humano ficaria em torno de 2,5 Petabytes (cada Petabyte corresponde a 1.000.000 de Gigabytes), o que seria suficiente para gravar a programação transmitida por um canal de TV, ininterruptamente, por cerca de 300 anos.
Claro que tudo isso são especulações. Mensurar a capacidade de chips, módulos e drives de memória é possível, mas o mesmo não se aplica à capacidade do cérebro humano, até porque algumas lembranças envolvem mais detalhes — e, portanto, ocupam mais espaço —, enquanto outras são “deletadas”, visando desocupar espaço para o armazenamento de novas lembranças.
Diferentemente do que se imaginava até pouco tempo atrás, nossa memória não está localizada num determinado local do cérebro, mas é na verdade um processo que ocorre em todo o cérebro. Ela é formada por um grupo de sistemas onde cada qual tem seu papel na criação, armazenamento e lembrança das informações, e todos trabalham em conjunto para fornecer um pensamento coeso.
É difícil encontrar um indivíduo com mais de 50 anos que não pague mico, por exemplo, por esquecer o número do telefone de casa ao preencher um cadastro qualquer. Até porque esses lapsos são inerentes ao processo de envelhecimento, e mais recorrentes em fumantes, consumidores contumazes de bebidas alcoólicas e pacientes tratados à base de ansiolíticos, hipnóticos de longa ação, antipsicóticos e antidepressivos. Mas não é porque você não se lembra uma vez na vida do que comeu no almoço do dia anterior — ou mesmo se almoçou no dia anterior —  que está fadado inexoravelmente a engrossar as estatísticas do Mal de Alzheimer.
Observação: O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa incurável que afeta inicialmente a memória, depois segue pelas habilidades espaciais e visuais e acaba levando à demência cerca de 10% dos sexagenários (melhor idade o cacete!) e 25% dos octogenários.
Até aqui eu não disse nada, mas ocupei um bocado de espaço. Mais tarde, caso ainda me lembre do que estamos tratando, escreverei a continuação e a publicarei amanhã. Até lá, se você se lembrar de aparecer.