quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM


DIZEM QUE O TEMPO CURA TODAS AS FERIDAS, MAS O QUE NÃO DIZEM É QUE ELE TAMBÉM CRIA FERIDAS NOVAS.

A despeito de toda a a evolução tecnológica havida nas últimas décadas, a performance dos PCs continua umbilicalmente ligada à memória RAM. Ainda que o processador seja considerado o cérebro do computador, nenhuma CPU é capaz de mostrar todo o seu “poder de fogo” sem fartura de memória física, pois é na RAM que os programas são carregados e as informações, processadas, do sistema operacional a um simples documento de texto. Errou feio, portanto, a segunda maior fortuna do mundo quando, no início dos anos 1980, profetizou que 640 KB seria mais memória do que qualquer PC viria a precisar (Bill Gates nega a autoria dessa pérola, mas ela lhe é insistentemente atribuída)

Reminiscências à parte, a despeito de o preço do megabyte da RAM ter despencado ao longo últimos anos, os fabricantes de PCs insistem em oferecer modelos de entrada com 2 ou 3 gigabytes de memória. Fuja deles se você puder, pois o desempenho muda da água para o vinho quando se dobra ou triplica esses valores.

Observação: Para rodar o Win95, bastavam 8 MB de RAM, mas o Windows 10 de 32-bit requer 1 GB e o de 64-bit, 2 GB. Note que rodar é uma coisa e rodar com desenvoltura, outra bem diferente. Portanto, ao escolher um PC, assegure-se de que ele disponha de algo entre 4 GB e 6 GB de RAM — se seu orçamento não estiver muito apertado, invista um pouco mais e leve para casa um modelo com 8 GB.

Claro que nada o impede de fazer um upgrade de memória a posteriori. Demais disso, as placas-mãe atuais suportam mais RAM do que você provavelmente irá instalar. E o mesmo vale para o Windows 10, que é capaz de reconhecer e gerenciar até 512 GB de RAM (no XP de 32-bit, que muita gente usa até hoje, instalar mais de 4 GB de RAM era jogar dinheiro fora).

Para driblar a escassez de memória física (que nos tempos de antanho resultava nas incomodativas mensagens de erro que obrigavam o usuário a encerrar um ou mais aplicativo para poder abrir outro programa), a Intel desenvolveu a memória virtual. Grosso modo, esse recurso aloca um espaço no disco rígido para funcionar como uma extensão da RAM. Quando vários programas são executados simultaneamente e memória não é suficiente para comportá-los, tudo que não é essencial naquele momento é despachado para esse espaço — e trazido de volta quando necessário.

Com o posterior advento do swap file dinâmico e do gerenciamento mais racional dos recursos do sistema, os arquivos acessados com maior frequência passaram a ser mantidos na RAM — ou na memória cache, conforme o caso —, e os menos acessados, no arquivo de troca. Mesmo assim, a memória virtual não passa de um paliativo, sobretudo porque é baseada no HDD, que é milhares de vezes mais lento do que a já relativamente lenta memória RAM. Assim, quanto mais o sistema recorre ao swap, mais lento ele se torna, e a coisa é ainda pior quando há pouco espaço disponível no HDD e os dados estão excessivamente fragmentados.

Investir num PC com fartura de RAM é a melhor solução, já que o upgrade acaba saindo mais caro e dando mais trabalho, notadamente quando se recorre a uma assistência técnica ou a um computer guy. De qualquer modo, se você está enfrentando problemas decorrentes de falta de memória e trocar o PC ou instalar mais RAM não estiver nos seus planos de curto prazo, existem manerias de contornar esse problema. Claro que não passam de paliativos, mas é sempre melhor pingar do que secar...

Vermos isso em detalhes nos próximos capítulos.