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quinta-feira, 27 de junho de 2019

JÁ REINICIOU SEU SMARTPHONE HOJE?

A TOLERÂNCIA É A MELHOR DAS RELIGIÕES.

Quando desembarcaram aqui por estas bandas, no final do século passado, os telefones celulares eram trambolhos caríssimos e de utilidade prática próxima de zero. Mas não há nada como o tempo para passar, e não demorou para que a privatização do nauseabundo Sistema Telebras transformasse os telefones portáteis em dispositivos verdadeiramente úteis e utilizáveis. Eles se tornaram úteis quando a cobertura das operadoras nos desobrigou de fazer malabarismos para preservar sinal durante uma ligação, e utilizáveis quando a saudável concorrência propiciou o barateou as tarifas e a oferta de promoções que vão de chamadas ilimitadas por um preço fixo palatável a pacotes de dados que são verdadeiros latifúndios. 

Some-se a isso a evolução tecnológica dos diligentes telefoninhos — que Steve Jobs transformou em verdadeiros computadores de bolso ao lançar o iPhone — e obtenha-se como resultado aparelhos que substituem com vantagens os telefones fixos, já que os podemos levar conosco a toda parte, e, em grande medida, os PC convencionais, já que basta um plano de dados camarada para que possamos gerenciar emails, trocar mensagens instantâneas e fazer mais uma miríade de coisas em trânsito ou praticamente em qualquer lugar.

Como todo computador, o smartphone — que é um computador de dimensões reduzidas — utiliza memórias de diversas tecnologias, e a RAM precisa ser totalmente esvaziada de tempos em tempos, sob pena de o sistema operacional (seja ele o Android ou o iOS) ficar exageradamente lento, ou até mesmo travar. Isso sem mencionar que alguns apps malcomportados podem travar (e comprometer a estabilidade e/ ou a performance do próprio sistema operacional), e nem sempre fechá-los e reabri-lo basta para para resolver o problema. No entanto, por considerarem o smartphone como “dispositivo de primeiríssima necessidade”, a maioria dos usuários não só não desgruda do aparelho como tampouco o desliga ou reinicia, a não ser numa situação “in extremis”, quando a lentidão se torna penosa ou o sistema simplesmente deixa de responder.

Observação: Reiniciar um dispositivo computacional consiste basicamente em desligá-lo e tornar a ligar logo em seguida. O termo reinicializar não significa exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e eu não vou encompridar este texto discutindo questões semânticas. Mas tenha em mente que desligar o PC, o tablet ou o smartphone interrompe o fornecimento da energia que alimenta os circuitos e capacitores da placa-mãe e demais componentes, propiciando o "esvaziamento" das memórias voláteis. Na reinicialização, o intervalo entre o encerramento do sistema e o boot subsequente é de apenas uma fração de segundo, podendo não ser suficiente para permitir que as reservas de energia se esgotem completamente e, consequentemente, que as memórias voláteis sejam totalmente esvaziadas. Portanto, prefira desligar o aparelho e tornar a ligar depois de alguns minutos ao invés de se valer do comando reiniciar.

Se você não cultiva o saudável hábito de desligar o aparelho enquanto recarrega a bateria, sugiro que o adquira. Na impossibilidade — ou se tiver receio de não receber prontamente uma “mensagem importantíssima” de alguém que, na falta de coisa melhor para fazer durante uma madrugada insone, resolve compartilhar bobagens com seus grupos no WhatsApp —, reserve ao menos cinco minutos do seu dia (ou da sua noite) para dar um descanso ao seu amiguinho cibernético. Desligue o aparelho, vá tomar um café ou esvaziar a bexiga, e pronto, já pode ligá-lo novamente. Não doeu nada, doeu?

quinta-feira, 16 de maio de 2019

AINDA SOBRE SMARTPHONES

TODOS QUEREM VIVER NO TOPO DA MONTANHA, MAS A FELICIDADE E 0 CRESCIMENTO OCORREM QUANDO SE A ESTÁ ESCALANDO.
Os primeiros celulares eram burros (dumbphones). Para aumentar sua gama de recursos e funções, os fabricantes promoviam constantes aprimoramentos de hardware, e os novos modelos, lançados em intervalos cada vez mais curtos, vendiam feito pão quente. O primeiro celular inteligente (o iPhone), idealizado por Steve Jobs, foi lançado no final de 2007 e se tornou um paradigma para a concorrência.
Hoje, smartphones (smart = esperto) baseados no sistema operacional móvel desenvolvido pelo Google dominam o mercado, ainda que os modelos da Apple, por sua excelência, sejam o sonho de consumo da maioria dos usuários. Sem embargo, a maioria dos aparelhos que encontramos no mercado é capaz de tirar fotos, gravar vídeos, acessar a Internet via redes 3G/4G e Wi-Fi, e por aí afora. Claro que os aprimoramentos de hardware continuam sendo implementados, e telas de maiores dimensões e melhor definição, maior capacidade de armazenamento interno e quantidade de memória RAM, resolução da(s) câmera(s), autonomia da bateria e outros detalhes que tais continuam estimulando os consumidores a migrar para os modelos mais recentes, ainda que a “versatilidade” dos aparelhos dependa em grande medida do sistema operacional (Android e iOS) e dos aplicativos desenvolvidos para cada plataforma.
Smartphones de última geração costumam dividir espaço nas prateleiras com modelos não tão recentes, mas é bom ter em mente preço baixo e boa qualidade quase nunca andam de mãos dadas, e que uma escolha mal feita pode se tornar uma usina de arrependimentos. Quando comprarmos um aparelho, geralmente supervalorizamos a marca, o design e o tamanho da tela, por exemplo, e ignoramos detalhes como a capacidade de armazenamento (e a possibilidade de expandi-lo com um SD Card), a quantidade de RAM (detalhes nesta postagem) e a versão do sistema operacional
Ofertas “imperdíveis” quase sempre vêm com software ultrapassado, memórias em quantidade aquém do desejável, câmera de má qualidade, e assim por diante. Em última análise, quem paga mal paga duas vezes. A edição mais recente do Android é a Oreo (8), mas a anterior (Nougat) ainda dá bom caldo. Fuja, porém, de modelos ultrapassados: as limitações hardware podem inviabilizar a atualização do sistema de atualizar o sistema, e você pode descobrir tarde demais que entrou numa fria, ao tentar tentar instalar o app do seu banco, por exemplo, ou o popular WhatsApp, que só roda nas versões posteriores à 2.3.3. do Android e 6 do iOS.
Por mais convidativo que seja o preço, não é bom negócio comprar um smartphone novo com configuração de hardware superada — a menos que você tencione usá-lo como dumbphone, ou seja, apenas para fazer e receber ligações por voz em mensagens por SMS. E o mesmo se aplica ao software, que, se desfasado, não lhe dará acesso às melhorias de usabilidade implementadas nas edições mais recentes e o sujeitará a falhas de segurança corrigidas a posteriori.
Comprar smartphones com menos de 2 GB de RAM (o mínimo aceitável, atualmente, é de 3 ou 4 giga) é o caminho mais curto para amargar lentidão e/ou travamentos ao rodar determinados apps ou vários apps simultaneamente. Aliás, pouca memória também pode impedir updates de software, já que as versões mais recentes do Android são bastante gulosas. Quanto ao processador, mais importante que sua frequência de operação é o número de núcleos — quanto mais, melhor; se possível, opte por um modelo com chip quad-core ou superior.
No que concerne ao armazenamento interno, fuja de modelos com menos de 16 GB (se possível, opte por 32/64 giga), até porque o sistema operacional e os penduricalhos instalados de fábrica já consomem boa parte desse espaço. Mesmo com 32 GB, se não for possível adicionar um cartão de memória, é recomendável utilizar serviços de armazenamento em nuvem, sobretudo para salvar suas fotos e vídeos. E falando em fotos e vídeos, quem valoriza essa função do telefoninho deve analisar as características da câmera, sobretudo a quantidade de megapixels (não aceite nada menos que 8 MP), a qualidade do sensor e a abertura da lente (quanto maior a abertura — ou seja, menor o número “F” — mais clara ela é, o que garante mais qualidade, fotos melhores em ambientes com baixa luminosidade e até cliques mais rápidos).
Não atentar para as as limitações da bateria pode levá-lo a descobrir — da pior maneira possível — o quanto é chato ter de levar o carregador para toda parte e não poder ficar muito longe de uma tomada. Verifique se a capacidade nominal da bateria — expresso em mA (miliampere-hora) — é compatível com a eficiência energética do telefone, lembrando que esse valor é um submúltiplo do Ah (ampère/hora) e corresponde a 3,6 coulomb (ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora). Note que, tecnicamente, esse parâmetro não corresponde exatamente à "potência" da bateria, que que é expressa em joule ou watt/hora, mas a sua autonomia, ou seja, sua capacidade de fornecer energia ao aparelho que ela alimenta.
Confira atentamente as especificações técnicas na documentação do aparelho ou no site fabricante e não se deixe levar pela conversa-mole do vendedor, que não está ali para lhe servir de consultor (embora devesse), e sim para realizar a venda e embolsar a comissão.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — FINAL


ESQUERDISTAS SE DIVIDEM EM DUAS CATEGORIAS: A DOS QUE TÊM MERDA NA CABEÇA E A DOS QUE TOMARAM LAXANTE. 

Falta de RAM se resolve com upgrade ou com a troca do computador por outro mais adequado a suas expectativas e necessidades. Ainda que as dicas que eu venho publicando sejam úteis e possam ajudar um bocado, não espere milagres de gerenciadores de memória, ReadyBoost, reconfiguração do arquivo de paginação, etc., porque tudo isso é paliativo.

Fazendo uma analogia com o contexto automotivo, a motorização chinfrim de um Fiat Mille faz o carro andar, e ainda que ande melhor sem passageiros e bagagens, o carrinho jamais terá um desempenho brilhante como o do Mustang Shelby GT 500, que alcança os 100 km/h em 4 segundos e atinge absurdos 323 km/h de velocidade máxima. Como é do couro que sai a correia, o muscle car da Ford custa “um pouquinho mais caro” que o modelo popular da Fiat, mas isso é apenas um detalhe.

Feita essa breve introdução, vejamos mais uma dica para conviver melhor com um PC defasado até ser possível trocá-lo por um Mustang, digo, por um modelo de configuração mais robusta, com desejáveis 8 GB de RAM. Destas vez, o “truque” consiste em reconfigurar o Windows para aproveitar integralmente a memória física instalada. Veja como:

— Digite msconfig no campo de buscas da barra de tarefas do Windows e clique em "Configurações do Sistema";

— Clique na aba "Inicialização do sistema" e pressione em "Opções avançadas";

— Desmarque a caixa da opção "Memória máxima" (oriente-se pela ilustração acima) fazendo com que o computador utilize toda a RAM instalada, e não apenas o limite estipulado por padrão nessa configuração;

— Clique em OK e, de volta à janela principal das configurações do sistema, clique em Aplicar e  depois em OK;

— Na caixa de diálogo que será exibida em seguida, clique em Reiniciar.

Aproveite o embalo para reconfigurar o número de processadores, que, por padrão, vem limitado a 1, mesmo em máquinas com CPU multicore (a maioria, hoje em dia). Na tela das Opções avançadas — que você acessou para reconfigurar a RAM —, marque a caixa ao lado de Número de processadores (oriente-se pela imagem acima) e selecione a quantidade desejada, lembrando que as opções disponíveis variam de acordo com as características da sua CPU. Feito isso, é só confirmar em OK e reiniciar o computador. Note que esse ajuste não atua sobre a memória, mas reduz o tempo de boot e deixa o sistema mais ágil.

Outra dica funcional é inibir a inicialização automática de aplicativos que pegam carona (desnecessariamente) com o Windows, de modo a evitar que eles fiquem rodando em segundo plano, consumindo ciclos de processamento e espaço valioso na RAM. Para fazer esse ajuste, dê um clique direito num ponto vazio da Barra de Tarefas, clique em Gerenciador de Tarefas e, na aba Processos e identifique entre mais “glutões” aqueles que não são imprescindíveis. Em seguida, clique na aba Inicializar do Gerenciador, selecione os ditos-cujos (um por vez) e pressione o botão Desabilitar

Observação: Além do antivírus e do firewall, contam-se nos dedos os apps que precisam realmente iniciar junto com o sistema. A maioria pode ser removida da lista sem problema algum, até porque os programas não deixarão de funcionar, apenas demorarão um pouquinho mais para abrir quando você os convocar.

Ainda sobre a inicialização automática dos aplicativos, há casos em que desejamos incluir programinha qualquer. Um bom exemplo é o CopyQ (já abordado aqui no Blog), cujo menu de configurações deixou de exibir a opção que ativa/desativa sua inicialização automática. Sem esse ajuste, somos obrigados a iniciá-lo manualmente sempre que ligamos o computador, sob pena de somente último item copiado ou recortado ser armazenado no clipboard (área de transferência) do Windows

Para configurar esse programinha (ou outro qualquer que não inclua a opção de configuração em sua interface):

1) Abra o menu Iniciar e localize o app desejado na lista de programas;

2) Dê um clique direito sobre o ícone respectivo, clique em Mais e selecione a opção Abrir local do arquivo (se ela não for exibida, é porque o aplicativo não pode ser executado no momento da inicialização); 

3) Com o local do arquivo aberto, pressione Win+R, digite shell:startup na caixa do menu Executar e clique em OK

4) Na pasta Inicialização, copie e cole o atalho para o aplicativo a partir do local do arquivo, feche a janelinha;

5) Para conferir o resultado, torne a abrir o Gerenciador de Tarefas (ou o msconfig, caso seu Windows não seja o Ten), clique na aba Inicializar e veja se programa em questão foi incluído na lista de inicialização automática.

ObservaçãoVocê pode inibir o carregamento automático desse programa a qualquer momento, bastando para isso clicar sobre ele com o botão direito e selecionar a opção Desabilitar.

Espero ter ajudado. Abraços a todos e até a próxima.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 6



DEPOIS DA CHEGADA, VEM SEMPRE A PARTIDA, PORQUE NÃO HÁ NADA SEM SEPARAÇÃO.

Um PC abastecido com uma quantidade razoável RAM (entre 6 e 8 gigabytes) costuma ter desempenho superior ao de outro que tenha um processador mais parrudo e disponha de menos de 4 GB de memória. E ainda que a Microsoft estabeleça como requisitos mínimos 1 GB de RAM para rodar o Windows 10 de 32-bit e 2 GB para o de 64-bit, tão pouca memória faz da máquina uma “carroça”, até porque ninguém usa só o sistema operacional.

Não bastasse o próprio Windows e outros arquivos essenciais (drivers, DLLs, etc.) consumirem boa parte da RAM, cada aplicativo instalado, quando em execução, aloca a sua quota-parte, e muitos têm o péssimo hábito de “pegar carona” na inicialização do sistema, mesmo que isso não seja necessário — com exceção do antivírus e do firewall, contam-se nos dedos de uma só mão os apps que precisam realmente ficar rodando em segundo plano o tempo todo.

Com pouca RAM, basta você abrir seu cliente de email, duas ou três abas do navegador e um editor de imagens, por exemplo, para que o desempenho do computador entre em colapso. Como paliativo, a memória virtual emula RAM quando o consumo chega a cerca de 90% da memória física disponível. Isso evita o travamento do sistema por falta de memória, mas degrada o desempenho, já que o arquivo de paginação é baseado disco rígido, e o disco rígido é milhares de vezes de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM.

Há quem sugira ajustar manualmente os parâmetros do arquivo de paginação para melhorar a performance do computador. Eu, particularmente, não recomendo até recomendava nas edições vetustas do Windows, mas não no Windows 10. Todavia, se você quiser experimentar (por sua conta e risco):

— Abra o Explorador de Arquivos, dê um clique direito em Este Computador, clique em Propriedades, depois em Configurações avançadas do sistema.

— Na janelinha das Propriedades do Sistema, clique na aba Avançado e, no campo Desempenho, pressione o botão Configurações...,

— Clique novamente em Avançado e, no campo Memória Virtual, clique em Alterar...

— Desmarque a opção Gerenciar automaticamente o tamanho do arquivo de paginação de todas as unidades, selecione a unidade que contém o arquivo de paginação — geralmente a partição em que o sistema está instalado —, marque a opção Tamanho personalizado e preencha os campos Tamanho inicial e o Tamanho máximo com os valores desejados e confirme em Definir.

Desde os tempos do velho XP que os palpiteiros de plantão sugerem configurar ambos os campos com o valor (em megabytes) correspondente a uma vez e meia a quantidade de RAM instalada, mas há quem sugira usar o valor total da memória física no campo Tamanho inicial e o quíntuplo desse valor inicial no campo Tamanho máximo

Note que não costuma ser necessário reiniciar o computador ao aumentar o tamanho do swap-file (arquivo de troca), mas a reinicialização é necessária em caso de redução. Note também que basta seguir os passos acima para desabilitar o arquivo de paginação. Embora a Microsoft não recomende fazê-lo, PCs com 8 ou mais GB de RAM ficam mais rápidos sem o arquivo de paginação, mas desde que você não trabalhe com programas pesados, como de edição de vídeos ou manipulação de gráficos em alta resolução.

Continua na próxima postagem.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 5


LULA É COMO UMA MELECA QUE A GENTE NÃO CONSEGUE DESGRUDAR DO DEDO.

Usuários de computador menos familiarizados com hardware tendem a confundir a capacidade do HDD com o tamanho da RAM, já que a unidade de medida utilizada em ambos os casos é um múltiplo do byte (MB, GB, TB). Isso porque tudo é memória — termo que, no jargão da informática, designa qualquer meio destinado ao armazenamento de dados —, a exemplo dos pendrives e SD Cards, das mídias ópticas (CD/DVD), etc.

Um PC utiliza memórias de diversas tecnologias e finalidades distintas. A ROM, por exemplo, é uma espécie de RAM não volátil, daí ela ser usada no armazenamento permanente de dados (como no BIOS). Ou a memória cache*, que também é um tipo de RAM, só que estática (e ultrarrápida), o que a torna ideal para o armazenamento de dados acessados com maior frequência (visando otimizar o desempenho do sistema como um todo.

(*) Quando falamos em memória cache, logo nos vem à mente o processador, que se vale dessa tecnologia desde os jurássicos 386.Inicialmente formado por chips soldados à placa mãe, a partir dos 486 o cache passou a ser embutido (sempre em pequenas quantidades, devido ao preço elevado) no núcleo da CPU, dando origem à distinção entre os caches L1 L2 (este último continuava fazendo parte da placa mãe). Alguns chips da AMD, como o K6-III, incluíam ainda um terceiro nível de cache (L3), mas, por motivos que ora não vêm ao caso, essa solução não se popularizou. Mais adiante, o cache passou a ser usado também em HDsservidoresplacas de sistema, e até mesmo em softwares.

Há ainda a memória de vídeo, as mídias removíveis, e por aí vai, mas o mote desta postagem são as memórias física e de massa do computador, representadas respectivamente pela RAM e pelo drive de HD — que será substituído pelo de memória sólida (SSD) assim que os modelos de grandes capacidades forem comercializados a preços palatáveis (para mais informações, clique aqui).

Sempre que falamos “genericamente” em memória, estamos nos referindo à RAM, que é a memória física do computador e a principal ferramenta de trabalho do processador. É nela que o sistema, os aplicativos e os demais arquivos são carregados e processados — note que eles não são carregados integralmente, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes), do contrário não haveria RAM que bastasse. E se são carregados na RAM, eles provém de algum outro lugar, e esse lugar é a memória de massa, responsável por armazenar o software de modo “persistente” — não confundir com “permanente”; embora os dados salvos na memória de massa sobrevivam ao desligamento do computador, eles não são imutáveis.

Explicando melhor: Quando rodamos um programa, seus executáveis são copiados do disco rígido para a memória RAM, juntamente com algumas DLLs e os arquivos de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é uma memória de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes mais rápida que o drive de disco rígido (embora não tão mais rápida que os SSD, mas isso já é outra conversa). O grande “problema” da RAM, por assim dizer, é sua volatilidade, ou seja, o fato de ela só preservar os dados enquanto estiver energizada. Além disso, o megabyte de RAM custa bem mais do que o megabyte de espaço no HDD, daí os fabricantes de PC serem miseráveis com a RAM (somente modelos de configuração superior e preço idem contam com desejáveis 8 GB dessa memória), mas integrarem HDDs de 500 GB a 1 TB mesmo nos modelos de entrada de linha (leia-se mais baratos)

Voltando aos drives de memória sólida (SSD na sigla em inglês), eles ainda não aposentaram seus antecessores eletromecânicos porque unidades de grande capacidade custam muito caro. Mas as vantagens são muitas. Por eles serem compostos basicamente de células de memória flash e uma controladora — que gerencia o cache de leitura e gravação dos dados, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, etc. —, a ausência de motor, pratos, braços, agulhas eletromagnéticas ou qualquer outra peça móvel os torna menores, mais resistentes e milhares de vezes mais rápidos que o disco rígido tradicional, sem mencionar que, por consumirem menos energia, são uma excelente opção para equipar notebooks.

Continua na próxima postagem.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 4


SÃO OS VENCEDORES QUE CAVAM AS SEPULTURAS.

Vimos que o monitor de desempenho do Advanced System Care nos permite acompanhar o consumo de RAM em tempo real e liberar memória mediante um clique no ícone do foguetinho — que fica à esquerda da barrinha do monitor. No entanto, como ele é parte integrante da suíte e não pode ser instalado separadamente, a conclusão é óbvia. 

A boa notícia é que esse recurso é oferecido tanto na versão paga do Advanced System Care quanto na gratuita (para uso pessoal), e que esta última atende perfeitamente as necessidades da maioria dos usuários domésticos. Se, todavia, você preferir a versão comercial, sugiro instalar o Advanced System Care Ultimate 12, que acrescenta uma excelente ferramenta antimalware.

Se por algum motivo você preferir não instalar a suíte — e abrir mão de uma vasta gama de recursos pra lá de interessantes —, basta vasculhar a Web para encontrar dezenas “gerenciadores de memória”. Um bom exemplo é o Minimem, desenvolvido para moderar o apetite pantagruélico do Mozilla Firefox, mas que passou a atuar também nos demais aplicativos. Ele é gratuito, oferece opção de interface em português e roda no Windows 10/8.1/7/Vista de 32/64-bit (para fazer o download, siga este link). 

Outros gerenciadores dignos de nota são o Wise Memory Optimizer e o PGWare SuperRam, igualmente gratuitos e compatíveis com Windows 10, 8.1, 7, Vista e XP, tanto de 32 quanto de 64 bits (para mais informações e download, clique aqui e aqui), mas tenha em mente que eles não passam de meros paliativos, pois falta de memória se resolve instalando mais memória. Por outro lado, você pode obter resultados mais significativos ativando o ReadyBoost, que se vale de um pendrive ou cartão de memória para “ampliar” a RAM

Esse recurso foi introduzido no Windows Vista e mantido nas edições subsequentes, inclusive no Windows 10. Embora não faça milagres, ele proporciona resultados superiores aos da tradicional memória virtual, pelo simples motivo de a memória flash ser muito mais rápida do que o HDD eletromecânico.

Observação: Em linhas gerais, o ReadyBoost usa o espaço disponível no pendrive ou cartão de memória para aumentar o tamanho do cache do Windows (uma memória intermediária que armazena arquivos de forma inteligente, deixando-os prontos para utilização na hora oportuna), além de liberar a quantidade de memória RAM que era utilizada antes de você o implementar.

Para habilitar o ReadyBoost, você só precisa conectar o dispositivo removível numa portinha USB (no caso do pendrive; o cartão requer uma interface específica ou, na falta dela, um adaptador), abrir a pasta Este Computador (ou Computador, ou ainda Meu Computador, conforme a sua edição do Windows), dar um clique direito no ícone que representa a unidade removível em questão e clicar na aba ReadyBoost. Para usar todo o espaço disponível no drive, marque a Dedicar este dispositivo ao ReadyBoost; para configurar manualmente o espaço a ser alocado, marque Usar este dispositivo e mova a barra deslizante para a direita, até que a janelinha exiba o espaço desejado. Ao final, é só clicar em Aplicar e em OK (vale reiniciar o computador, embora isso não seja exigido explicitamente).

O ReadyBoost funciona com qualquer tipo de memória flash (cartões SD, micro SD, pendrives e HDs externos), desde que suportem o padrão USB 2.0 (ou superior) e contem com pelo menos 1 GB de espaço livre. Melhores resultados serão obtidos se você formatar a unidade em NTFS, a menos que a capacidade seja inferior a 4 GB (caso em que você pode usar o sistema de arquivos FAT32, para saber mais sobre formatação de pendrives e sistemas de arquivos, reveja a sequência de postagens iniciada por esta aqui).

É possível usar até oito dispositivos de até 32 GB cada, já que o limite do ReadyBoost é de 256 GB note que esse limite é teórico, até porque seu PC dificilmente terá 8 portas USB livres, e o uso de hubs (multiplicadores) não é recomendável.

Para que haja um aumento significativo na performance do sistema, a Microsoft recomenda usar pendrives/SD Cards com capacidade de duas a quatro vezes maior que a quantidade de memória física instalada (ou seja, se seu PC tem 4 GB de RAM, use um pendrive/cartão de 16 GB).

Para saber mais sobre o ReadyBoost, clique aqui.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 3


LEIS INÚTEIS DEBILITAM AS NECESSÁRIAS.

Como vimos, o Windows 10 é capaz de rodar em máquinas com 1 GB de memória RAM — na versão de 32-bit; a de 64-bit requer pelo menos 2 GB —, mas a experiência do usuário será bem mais satisfatória se o computador contar com algo entre 4 GB e 8 GB de RAM.

No âmbito da informática, o termo "memória" designa qualquer meio destinado ao armazenamento de dados, e o PC utiliza uma porção deles (volto a essa questão oportunamente). Todavia, sempre que falamos em memória sem especificar o tipo, fica subentendido que estamos nos referindo à RAM, que é a memória física do sistema e principal ferramenta de trabalho do processador.

Observação: RAM é o acrônimo de Random Access Memory, o que significa “memória de acesso aleatório”. Trata-se de um tipo de memória volátil ou seja, que só retém os dados enquanto permanecer energizada (daí o boot precisar ser refeito toda vez que ligamos o computador) , mas que permite acessar qualquer dos seus endereços aleatoriamente, o que lhe confere tempos de resposta e taxas de transferência que deixam os drives de HDD eletromecânicos no chinelo. Tanto o sistema operacional quanto os aplicativos e demais arquivos são carregados na RAM a partir da memória de massa (HDD ou SSD, conforme o caso), onde os dados são armazenados de forma persistente, e para lá retornam depois que os manipulamos, de modo a preservar as alterações a que foram submetidos durante a sessão do Windows.

A RAM é comercializada em pentes (ou módulos) compostos por chips soldados numa placa de circuito. Diversas tecnologias foram criadas desde o alvorecer da informática (FPM, EDO, SDR, RAMBUS, DDR, DDR2, DDR3 e DDR4) e disponibilizadas em módulos de vários formatos (SIMM, DIMM, RIMM, etc.). O padrão atual é o DDR4, lançado em 2014, cujos módulos têm 240 pinos, mas o DDR5, que promete ser duas vezes mais rápido, deve chegar ao mercado já no ano que vem.

Observação: Ao comprar memória avulsa (para fazer um upgrade), é recomendável remover um módulo do computador e levá-lo à loja para servir de modelo. Igualmente importante é atentar para as limitações impostas pela placa-mãe; às vezes o PC vem com um único pente, mas dispõe de dois ou mais slots, o que facilita o upgrade. Demais disso, há que levar em conta também o “dual channel”, que dobra a velocidade de transferência dos dados entre a RAM e a placa-mãe, lembrando que isso só funciona com dois módulos idênticos. Em sendo possível, prefira utilizar dois ou mais módulos que concentrar toda a memória num único pente. Assim, se um deles der problema, seu computador continuará a funcionar, mesmo que com perda de desempenho, até que você substitua a peça defeituosa.
  
Para saber de quanta memória seu PC dispõe, dê um clique direito num espaço vazio da Barra de Tarefas, clique em Gerenciador de Tarefas e, em seguida, na aba Desempenho da janela do gerenciador. Ela exibirá não só o total de memória instalada e o percentual livre, mas também o consumo em tempo real.

Se você instalou o excelente Advanced System Care, da IObit, clique no menu Opções (representado pelas três barrinhas no canto superior esquerdo da tela), depois em Configurações, e então marque a opção Ativar Monitor de Desempenho e carregar na inicialização do Windows. Com o monitor visível na área de trabalho, você poderá acompanhar em tempo real o consumo de memória (bem como o uso da CPU e o acesso ao HDD) e liberar RAM sempre que desejar, bastando clicar no ícone do foguetinho.

Ao serem encerrados, os aplicativos deveriam liberar a memória que alocavam quando em execução, mas alguns não o fazem, o que pode ser um problema quando se dispõe de pouca RAM. Claro que basta reiniciar a máquina — ou mesmo sair do Windows e tornar a se logar em seguida — para limpara a RAM, mas clicar no foguetinho é mais simples e rápido.

Veremos na próxima postagem alguns programinhas que se propõem a melhorar o desempenho do sistema gerenciando o uso da RAM e liberando espaço sempre que necessário.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — CONTINUAÇÃO


O PASSADO É HISTÓRIA, O FUTURO, UM MISTÉRIO.

Se seu computador está lento, a causa pode ser a memória RAM — ou da falta dela, mais exatamente. E se comprar uma máquina mais parruda ou partir para um upgrade de RAM não está nos seus planos de curto prazo, você pode minimizar esse desconforto removendo inutilitários e apps pouco usados. Aliás, diversos programas residentes podem perfeitamente ser substituídos por webservices, que rodam diretamente do navegador (dispensando, portanto, instalação e futura remoção), não ocupam espaço no disco nem consomem desnecessariamente recursos preciosos do sistema.

Observação: Todo programa residente (aquele que você instala) ocupa espaço no HDD — que é onde ele fica armazenado — e na RAM — que é onde ele é executado. Muitos fabricantes configuram seus produtos para pegar carona na inicialização do sistema (o que, por óbvio, faz o Windows demorar mais para carregar). Demais disso, uma vez iniciados, esses apps ficam rodando em segundo plano, consumindo ciclos do processador e espaço na memória física do sistema.

Aproveite o embalo e transfira para um pendrive, HD externo ou mídia óptica aquela monstruosa coleção de músicas e filmes que você só ouve ou assiste na véspera do dia de São Nunca e a montoeira de fotos que você guardou por alguma razão incerta e não sabida. Terminada a faxina, reinicie o computador, abra o Explorador de arquivos, clique em Este computador, dê um clique direito sobre o ícone que representa a unidade em que seu Windows está instalado (geralmente C:), clique em Propriedades e pressione o botão Limpeza de Disco

Depois que a ferramenta calcular a quantidade de espaço que pode ser recuperada, pressione o botão Limpar Arquivos do Sistema, aguarde o novo cálculo, marque as opções desejadas (ou todas elas), confirme em OK, clique em Excluir arquivos e deixe espere até o processo ser concluído (caso novas solicitações apareçam, clique nelas para prosseguir).

Ao final, torne a abrir o Explorador de arquivos, clique novamente em Este computador e dê um clique direito sobre a unidade do Windows, selecione em Propriedades, abra o separador Ferramentas e execute a verificação de erros e a desfragmentação da unidade.

Suítes de manutenção conceituadas — como os festejados Advanced System Care e CCleaner (clique aqui para acessar um comparativo que eu publiquei há cerca de 2 anos) — facilitam e agilizam esse serviço, podendo, inclusive, ser mais rápidos e eficientes que os utilitários nativos do Windows. Além disso, elas costumam oferecer recursos adicionais, como a limpeza e desfragmentação do Registro do Windows.

Segundo a Microsoft, o sistema não inclui utilitários para limpar e compactar o Registro porque não é recomendável utilizá-los, mas isso é controverso, como veremos numa abordagem dedicada. Na próxima postagem, veremos como limpar e até mesmo expandir a RAM sem precisar adicionar módulos de memória. Até lá.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM


DIZEM QUE O TEMPO CURA TODAS AS FERIDAS, MAS O QUE NÃO DIZEM É QUE ELE TAMBÉM CRIA FERIDAS NOVAS.

A despeito de toda a a evolução tecnológica havida nas últimas décadas, a performance dos PCs continua umbilicalmente ligada à memória RAM. Ainda que o processador seja considerado o cérebro do computador, nenhuma CPU é capaz de mostrar todo o seu “poder de fogo” sem fartura de memória física, pois é na RAM que os programas são carregados e as informações, processadas, do sistema operacional a um simples documento de texto. Errou feio, portanto, a segunda maior fortuna do mundo quando, no início dos anos 1980, profetizou que 640 KB seria mais memória do que qualquer PC viria a precisar (Bill Gates nega a autoria dessa pérola, mas ela lhe é insistentemente atribuída)

Reminiscências à parte, a despeito de o preço do megabyte da RAM ter despencado ao longo últimos anos, os fabricantes de PCs insistem em oferecer modelos de entrada com 2 ou 3 gigabytes de memória. Fuja deles se você puder, pois o desempenho muda da água para o vinho quando se dobra ou triplica esses valores.

Observação: Para rodar o Win95, bastavam 8 MB de RAM, mas o Windows 10 de 32-bit requer 1 GB e o de 64-bit, 2 GB. Note que rodar é uma coisa e rodar com desenvoltura, outra bem diferente. Portanto, ao escolher um PC, assegure-se de que ele disponha de algo entre 4 GB e 6 GB de RAM — se seu orçamento não estiver muito apertado, invista um pouco mais e leve para casa um modelo com 8 GB.

Claro que nada o impede de fazer um upgrade de memória a posteriori. Demais disso, as placas-mãe atuais suportam mais RAM do que você provavelmente irá instalar. E o mesmo vale para o Windows 10, que é capaz de reconhecer e gerenciar até 512 GB de RAM (no XP de 32-bit, que muita gente usa até hoje, instalar mais de 4 GB de RAM era jogar dinheiro fora).

Para driblar a escassez de memória física (que nos tempos de antanho resultava nas incomodativas mensagens de erro que obrigavam o usuário a encerrar um ou mais aplicativo para poder abrir outro programa), a Intel desenvolveu a memória virtual. Grosso modo, esse recurso aloca um espaço no disco rígido para funcionar como uma extensão da RAM. Quando vários programas são executados simultaneamente e memória não é suficiente para comportá-los, tudo que não é essencial naquele momento é despachado para esse espaço — e trazido de volta quando necessário.

Com o posterior advento do swap file dinâmico e do gerenciamento mais racional dos recursos do sistema, os arquivos acessados com maior frequência passaram a ser mantidos na RAM — ou na memória cache, conforme o caso —, e os menos acessados, no arquivo de troca. Mesmo assim, a memória virtual não passa de um paliativo, sobretudo porque é baseada no HDD, que é milhares de vezes mais lento do que a já relativamente lenta memória RAM. Assim, quanto mais o sistema recorre ao swap, mais lento ele se torna, e a coisa é ainda pior quando há pouco espaço disponível no HDD e os dados estão excessivamente fragmentados.

Investir num PC com fartura de RAM é a melhor solução, já que o upgrade acaba saindo mais caro e dando mais trabalho, notadamente quando se recorre a uma assistência técnica ou a um computer guy. De qualquer modo, se você está enfrentando problemas decorrentes de falta de memória e trocar o PC ou instalar mais RAM não estiver nos seus planos de curto prazo, existem manerias de contornar esse problema. Claro que não passam de paliativos, mas é sempre melhor pingar do que secar...

Vermos isso em detalhes nos próximos capítulos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

COMO DEIXAR SEU SMARTPHONE MAIS SEGURO (CONTINUAÇÃO)


HÁ LIVROS ESCRITOS PARA EVITAR ESPAÇOS VAZIOS NA ESTANTE.

Nenhum programa de computador — de um simples plugin para navegador a um monstruoso sistema operacional — está livre de bugs (erros de programação que podem ou não ter a ver com segurança). A própria indústria do software considera “aceitável” a ocorrência de uma falha a cada 10 mil linhas de código, e como os sistemas e programas atuais são monstruosas obras de engenharia computacional — o Office 2013 é composto de 50 milhões de linhas e o Mac OS X Tiger, de quase 90 milhões —, não é difícil imaginar o tamanho da encrenca.

O Windows sempre foi considerado inseguro, sobretudo pelos linuxistas — notórios defensores do software livre, de código aberto —, mas seu maior problema é justamente a popularidade, pois é sempre mais produtivo desenvolver malwares ou exploits para um produto que abocanha 90% do seu segmento de mercado do que para outro que mal chega a 10%, como o Mac OS, ou a míseros 1,7%, como as distribuições Linux. E o mesmo raciocínio vale para smartphones baseados no sistema móvel Android, embora o iPhone não seja imune a ameaças digitais.

Não caia na conversa de que atualizações de software servem apenas para ocupar espaço no HDD do computador — e, por extensão, na memória interna do smartphone. Manter o sistema o os aplicativos up to date é fundamental. E em se tratando de aplicativos, volto a lembrar que menos é mais: instale somente aquilo que você realmente vai usar e faça o download a partir de fontes confiáveis, como a Google Play e a App Store, conforme o seu aparelho (mais detalhes na postagem anterior).

Diversos websites e webservices permitem que o internauta faça logon usando a conta do Facebook ou do Gmail, mas comodidade não combina com segurança: se por um lado essa facilidade poupa tempo e trabalho, por outro permite que terceiros tenham acesso, ainda que parcialmente, aos dados da conta. E só Deus sabe o que eles farão com suas informações. Evite, portanto.

Originalmente, os sistemas operacionais eram monotarefa — isso significa que você mandava um documento para impressão, por exemplo, e ficava esperando o processo terminar para poder realizar outra atividade qualquer no computador. No Windows, esse problema começou a ser solucionado com o lançamento do Win 95, que já era um sistema operacional autônomo (até então, o Windows era uma interface gráfica baseada no DOS) e suportava a multitarefa real — embora em máquinas com pouca RAM essa função provocasse lentidão e obrigasse o usuário a encerrar um ou mais aplicativos para poder rodar outro (embora isso seja "coisa do passado", rodar múltiplos aplicativos ao mesmo tempo continua sendo um problema em dispositivos com pouca memória RAM). 

Interessa mesmo é dizer que você até pode fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas dificilmente conseguirá prestar atenção a tudo que estiver fazendo. No PC ou no smartphone, manter diversas abas do navegador abertas pode levá-lo a clicar em algo inapropriado ou enviar mensagens em massa quando a ideia era encaminhá-las para um destinatário específico, por exemplo. Barbas de molho, portanto.

Amanhã a gente conclui.

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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

SMARTPHONE TRAVANDO? LIMPE A MEMÓRIA RAM (PARTE 3)


A VELOCIDADE DO VENTO É PROPORCIONAL AO PREÇO QUE VOCÊ PAGOU PELO PENTEADO.

Como vimos, desligar e religar o computador (e um smartphone nada mais é que um computador em miniatura) “limpa” a memória RAM e melhora o desempenho geral do aparelho, embora os ganhos possam ser menos ou mais expressivos conforme uma série de fatores cuja discussão não vem ao caso neste momento.

Vimos também uma dica voltada aos iPhones que faz basicamente o mesmo efeito da reinicialização, mas que tem como principal vantagem levar menos tempo. Agora, veremos o que fazer quando a performance do telefoninho está degradada a tal ponto que desligá-lo e religá-lo já não faz grande diferença. 

Como também já foi dito (tanto nesta sequência quanto em outras postagens), lentidão, travamentos e reinicializações aleatórias num dispositivo computacional podem ser minimizados com a reversão às configurações originais. A boa notícia é que nos smartphones, embora esse processo equivalha a formatar o HDD e reinstalar o Windows nos PCs, a execução é bem mais simples e rápida, embora também apague todos os dados armazenados na memória interna do aparelho e, portanto, requer a realização de um backup prévio dos arquivos pessoais do usuário. Feita essa ressalva, sigamos adiante.

Se seu smartphone for baseado na plataforma Android, faça o seguinte:

1 - Acesse as configurações do aparelho.

2 - Toque em Sistema, em Redefinir e em Configuração original.

3 - Desça até o último item da lista e toque em Redefinir telefone (a nomenclatura e outros detalhes podem variar de uma versão do sistema para outra, mas o roteiro é basicamente o mesmo).

Observação: Para usuários do iPhone, basta seguir orientações elencadas pela Apple nesta página.

Convém ter em mente que um aparelho totalmente divorciado das exigências atuais — e isso vale tanto para iPhones quanto para aparelhos baseados no Android — deve ser substituído com a possível urgência, pois não há mágica ou upgrade capaz de salvá-lo. Se você acha que seu smartphone ainda tem muita lenha para queimar, há alguns truques que ajudarão a resgatar parte do desempenho que o aparelho tinha quando você o tirou da caixa.

Independentemente da marca, modelo e plataforma utilizada, os smartphones vêm recheados de apps que nem sempre são úteis, mas que invariavelmente ocupam espaço tanto na memória interna (onde são armazenados de forma persistente) quanto na RAM (para onde são carregados quando convocados pelo usuário). Desinstalá-los seria a solução natural, não fosse o fato de muitos deles só poderem ser removidos com poderes de superusuário. Como fazer root no telefoninho é um procedimento delicado, experimente simplesmente desativar esses inutilitários, que assim deixarão de figurar nos menus e de consumir memória RAM em tarefas como atualizações automáticas e notificações. Para tanto (no sistema Android), faça o seguinte:

1- Toque no ícone das Configurações (representado por uma pequena engrenagem).

2 - Na sessão Dispositivos, toque em Aplicativos.

3 -Toque em cada um dos apps que você deseja desativar (um de cada vez, naturalmente), toque no botão Desativar e confirme em OK

4 - Quando o sistema perguntar se você deseja substituir o app pela versão de fábrica, confirme novamente em OK e repare que, no lugar do botão Desativar, será exibido o botão Ativar, mostrando que o programinha está inativo.

Continuamos na próxima postagem.

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terça-feira, 11 de setembro de 2018

SMARTPHONE TRAVANDO? LIMPE A MEMÓRIA RAM (PARTE 2)


É PRECISO ESCOLHER UM CAMINHO QUE NÃO TENHA FIM, MAS, AINDA ASSIM, CAMINHAR SEMPRE NA EXPECTATIVA DE ENCONTRÁ-LO.

Se seu smartphone está mais lento do que de costume, ou trava, ou reinicia aleatoriamente, o problema pode estar no alto consumo da memória RAM — sobretudo em modelos de entrada de linha, que costumam dispor da terça parte dos 3 GB recomendáveis (veja mais detalhes na postagem anterior). 

Qualquer programa em execução ocupa espaço na memória, mas alguns não o liberam quando são finalizados, e outros se apoderam de mais e mais memória ao longo da sessão. Então, ao primeiro sinal de lentidão, reinicie o aparelho — e isso vale iPhones, para smartphones baseados no Android e para tablets.  Aliás, convém desligar o telefoninho uma vez por dia e tornar a ligá-lo depois de alguns minutos. Se você não tem esse hábito ou se acha isso trabalhoso, faça-o ao menos quando for recarregar a bateria, por exemplo (quando mais não seja, o tempo de recarga será menor).

Observação: Reiniciar um aparelho consiste em desligá-lo e tornar a ligá-lo depois de algum tempo (um ou dois minutos, por exemplo). O termo reinicializar não significa exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e eu não vou encompridar este texto com discussões semânticas. Só tenha em mente que desligar o computador (ou o smartphone, ou o tablet, que são computadores em miniatura) interrompe o fornecimento da energia que alimenta os circuitos internos, propiciando o total “esvaziamento” das memórias voláteis. Com a opção reiniciar, o intervalo entre o encerramento do sistema e o religamento subsequente pode não ser suficiente para que os capacitores esgotem totalmente suas reservas de energia.

Se você não tira os olhos da tela do celular — ou se não tem uma linha fixa em casa, situação em que manter o smartphone ligado pode ser fundamental —, um sem-número de aplicativos prometem melhorar o desempenho limpando a memória RAM, mas a maioria é igual a político em campanha: só promete.

Enfim, se você tem um iPhone (ou iPad) e reluta em desligá-lo para limpar a memória, a dica a seguir pode ser útil:

1 - Pressione e mantenha pressionado o botão de “power” (liga/desliga); 

2 - Quando a tela de deslizar para desligar for exibida, solte o “power” e mantenha o botão “home” pressionado até a tela de aplicativos seja exibida. 

O ganho de desempenho é real, mas será mais perceptível em aparelhos com pouca memória e muitos apps em execução.

Amanhã eu conto o resto.

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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

SMARTPHONE TRAVANDO? LIMPE A MEMÓRIA RAM


É PERMISSÍVEL A CADA UM MORRER POR SUAS CRENÇAS, MAS NÃO MATAR POR ELAS.

Memórias de diversas tecnologias são utilizadas em computadores. Para armazenamento persistente do sistema operacional, programas e arquivos, os PCs contam com a memória de massa, que geralmente é representada por um disco rígido a partir do qual o sistema é carregado na memória física (RAM) quando o aparelho é ligado e os programas, por por demanda do usuário, caso não pequem pegam carona na inicialização do sistema.

Observação: Nos computadores modernos, sobretudo nos portáteis, o SSD (drive de memória sólida) vem substituindo com vantagens o HDD convencional. Compostos basicamente por células de memória flash e uma controladora ― que gerencia o cache de leitura e gravação dos dados, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória etc. —, esses dispositivos não têm motor, pratos, braços, agulhas eletromagnéticas nem qualquer outra peça móvel, o que os torna menores, mais resistentes e milhares de vezes mais rápidos que os modelos eletromecânicos, sem mencionar que, por consumirem menos energia, aumentam a autonomia da bateria dos notebooks.

Smartphones são computadores miniaturizados e, portanto, também contam com memórias física e de massa. A diferença é que sua memória interna (que corresponde ao disco rígido dos PCs) é eletrônica, o que é bom, mas não costuma passar dos 256 GB (e isso no caso dos modelos de configuração top), o que é ruim — qualquer PC atual, mesmo de entrada, conta com o dobro desse espaço no HDD.

Sobre a memória interna dos smartphones — ou a falta dela —, a gente conversou nas postagens anteriores. Quanto à RAM, inexiste a possibilidade de ampliá-la através de um micro SD ou assemelhado, seja nos smartphones Android, seja nos iPhones. Portanto, ao escolher seu próximo aparelho, não compre nada que venha com menos 1 GB de RAM (ainda é possível encontrar smartphones com míseros 512 MB de RAM). Se não puder pagar por um modelo com 4 GB, escolha uma opção mediana, 2 ou 3 GB (existem opções com até 8 GB).

RAM é como dinheiro: só é importante quando falta. Em outras palavras, fartura de memória não necessariamente significa melhor desempenho, e sim maior capacidade de executar múltiplos apps simultaneamente. Por outro lado, pouca memória, combinada com muitos aplicativos rodando ao mesmo tempo, é a receita infalível para o telefoninho ficar lento e instável, podendo mesmo travar ou reiniciar sozinho. A solução, naturalmente, é trocar o modelito chinfrim por outro mais parrudo, mas até lá você pode se valer dos paliativos que veremos na próxima postagem.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

VOCÊ CONHECE SEU PC? Parte VIII

ENQUANTO OS CARIOCAS E OUTROS PRAIANOS DESCANSAM A METADE DA SEMANA, OS BAIANOS VÃO TRABALHANDO E DESCANSANDO AO MESMO TEMPO.

Voltando por um instante ao tema da postagem anterior, memórias DDR3 continuam sendo amplamente utilizadas, embora algumas máquinas, notadamente as de configuração mais “robusta”, integrem módulos DDR4

Fisicamente, os pentes são diferentes ― o padrão DDR4 tem 284 contatos, 44 a mais que o DDR3, sem mencionar que, na região central do pente, os pinos são alongados, razão pela qual só é possível instalar essas memórias em placas-mãe que já lhes ofereçam suporte (às vezes, durante transições dessa natureza, os fabricantes disponibilizam slots compatíveis com ambos os padrões, mas isso não é regra geral).

Em relação a frequência, a frequência de operação das memórias DDR3 fica entre 800 MHz e 2.400 MHz, ao passo que, nas DDR4, ela varia de 2.133 MHz a 4.266 MHz. É uma grande diferença, pois permite mais transferências num mesmo intervalo de tempo. E além do melhor desempenho ― que pode chegar ao dobro em relação ao padrão anterior ― as DDR4 operam com tensões menores (1,2v contra 1,5v do DDR3), o que pode não parecer muita coisa, mas ajuda a aumentar autonomia das baterias em notebooks (em até 40%).

Outro diferencial importante entre esses dois padrões remete à maior capacidade dos chips, que facilita a construção pentes de 2 GB a 16 GB nas memórias DDR4, contra 512 MB a 8 GB no padrão anterior. Esse aspecto é importante quando se trata de grandes servidores ou máquinas de alto desempenho, como as usadas por gamers fanáticos ou por quem trabalha com aplicativos mais exigentes (designers gráficos e companhia), nos quais a quantidade de memória costuma ser de 16 GB ou mais.

Volto a lembrar que as memórias DDR5 não tardam a chegar ao mercado (a previsão é de que sejam postas à venda em meados do ano que vem). Elas prometem dobrar a largura de banda e a densidade do padrão DDR4, aumentando significativamente o desempenho e propiciando um melhor gerenciamento de energia em uma grande variedade de aplicações.

Para não espichar demais este texto, vamos deixar para abordar a placa-mãe no próximo capítulo. Até lá.


NOTÍCIA EM EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA:

Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá, investigado no âmbito da Operação Lava Jato.

Também são réus no caso o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, os executivos da empresa Agenor Franklin Medeiros, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Ferreira, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, todos acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A ex-primeira-dama
Marisa Letícia teve o nome excluído da ação após a sua morte, em fevereiro passado.

Confira mais detalhas ao longo das próximas postagens na nossa comunidade de política.


SEGUE A NOVELA DA DENÚNCIA CONTRA TEMER NA CCJ

Como eu adiantei no post anterior, o relator da denúncia contra Michel Temer na CCJ da Câmara, Sergio Zveiter, recomendou o prosseguimento do processo contra o presidente da República ― embora pertença ao PMDB, que é o partido de Temer, a postura “independente” do deputado carioca preocupava o Planalto. E não sem razão, como se vê agora.

Zveiter disse que a acusação é grave, e recomendou a necessária autorização para que o processo seja instaurado: “O que está em discussão não é o direito individual do presidente, mas Presidência da República, daí a necessidade de se fazer uma análise criteriosa do conjunto dos indícios colhidos no inquérito. Por tudo o que vimos e ouvimos, não é fantasiosa a acusação. É o que temos e o que deve ser apurado”, disse.

A patuleia festejou, naturalmente, mas é bom lembrar que essa caterva é contra Temer por revanchismo. O PT e seus afins querem o fim do governo porque têm o presidente na conta de “golpista”, “traíra”, e por aí afora. Daí obstruírem votações importantes no Congresso, como a reforma trabalhista e da Previdência, por exemplo, que interessam ao país, independentemente de quem o governa neste momento.

A título de ilustração: ontem, Eunício Oliveira, presidente do Senado, foi impedido pelas senadoras de oposição de se sentar em sua cadeira para presidir a votação da reforma trabalhista. Quando suspendeu a sessão, foi acusado por Gleisi Hoffmann, a chefe da gangue vermelha, presidente do PT e ré na Lava-Jato, de impedir que as mulheres expusessem seu ponto de vista sobre as reformas. O fato é que dá para contar nos dedos os parlamentares isentos, avessos à corrupção e demais práticas espúrias de governantes e políticos de toda espécie. Ninguém parece preocupado em esclarecer as suspeitas que pairam sobre a pessoa do presidente (que não são poucas) e defender os interesses da nação. Triste Brasil.

Temer afirmou que respeitará a decisão da CCJ, e que o momento não é para dúvidas ou receios, mas para respostas rápidas. A discussão será retomada nesta quarta-feira e deve se prolongar até o final da semana. Para ser aprovado, o parecer precisa do apoio de 34 dos 66 titulares da comissão. Qualquer que seja o resultado, a denúncia seguirá para o plenário da Casa, onde a votação será nominal (como no impeachment de Dilma, cada parlamentar terá de declarar seu voto abertamente, ao microfone). Para barrar o processo, são necessários os votos de, pelo menos, 172 dos 513 deputados.
Para ler a íntegra da denúncia da PGR, clique aqui; para ler a íntegra do relatório de Zveiter, clique aqui; e para ler a defesa do presidente, clique aqui.

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