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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

SEU PC NOVO DE NOVO — OU QUASE (PARTE 3)


AS PESSOAS NÃO MUDAM, NUNCA SE TORNAM NADA ALÉM DO QUE SEMPRE FORAM.

Uma das muitas funções do sistema operacional — que é tido e havido como o software-mãe do computador, já que sem ele o hardware e o software "não conversariam" — é dar suporte aos aplicativos que usamos nas tarefas do dia a dia. O Windows, no entanto, vai mais além. 

Além de integrar dois navegadores (o Edge e o obsoleto Internet Explorer), dois editores de texto (Bloco de Notas e WordPad), ferramentas de proteção (Windows Firewall e Windows Defender), diversos utilitários de manutenção e até um cliente de email nativo, o Win10 disponibiliza um sem-número de apps na Microsoft Store (muitos dos quais podem ser instalados gratuitamente). Mas muita gente não abre mão de navegar com Google Chrome, de proteger o computador com aplicativos de segurança da Symantec, de manter a máquina nos trinques com utilitários de manutenção como o CCleaner, de usar o MS Word para criar seus textos e o IncrediMail para gerenciar sua correspondência eletrônica, por exemplo.

Não há problema em instalar aplicativos, desde que limitados àquilo que seja realmente necessário. No entanto, como se não bastasse o crapware que o fabricante do PC instala junto com sistema (para embolsar alguns centavos a cada instalação), a maioria de nós não resiste ao canto da sereia dos programinhas freeware disponíveis na Web. E quanto mais aplicativos instalamos, maiores são as chances de incompatibilidades, mensagens de erro e travamentos, sem falar que muitos programinhas gratuitos nada mais são que veículos de transporte para pragas digitais (spyware, na maioria das vezes). Além disso, da feita que a maioria dos apps é instruída a pegar carona na inicialização do sistema, não demora para que a capacidade de processamento da CPU e o espaço na memória RAM se tornem insuficientes para os aplicativos úteis, ou seja, aqueles que realmente usamos em nossas tarefas cotidianas.

Para checar o que está instalado no seu computador, clique em Iniciar > Configurações > Aplicativos > Aplicativos e Recursos, revise a lista dos softwares instalados, selecione (um por vez) os que você deseja remover e clique em Desinstalar (note que melhores resultados serão obtidos com ferramentas de terceiros (pode até parecer um contrassenso, mas não é), como o Revo Uninstaller ou o IObit Uninstaller, que eliminam a maioria das sobras que o desinstalador nativo do Windows costuma a deixar para trás. Concluída a desinstalação, reinicie o computador e faça uma faxina em regra no HDD. Se quiser usar as ferramentas nativas do Windows, clique em Iniciar, expanda as Ferramentas Administrativas do Windows, clique em Limpeza do Disco e siga os passos indicados pelo assistente. Ao final, supondo que seu PC tenha um disco rígido convencional (eletromecânico), volte às Ferramentas Administrativas do Windows, clique em Desfragmentar e Otimizar Unidades, selecione a unidade em que o sistema se encontra instalado e dê início ao procedimento. 

Observação: A desfragmentação pode demorar de alguns minutos a horas, dependendo do tamanho do drive, da quantidade de arquivos gravados e do índice de fragmentação dos dados; se você executar o procedimento semanal ou quinzenalmente, as desfragmentações subsequentes levarão bem menos tempo para ser concluídas. Note que drives de memória sólida (SSD) não precisam — e nem devem — ser desfragmentados.

Da mesma forma que na desinstalação, melhores resultados podem ser obtidos com o Smart Defrag, que integra a suíte de manutenção IObit Advanced SystemCare mas pode ser baixado e instalado isoladamente. Mas note que, a despeito de ser possível continuar trabalhando com o computador durante a desfragmentação, é recomendável rodar a ferramenta quando a máquina estiver ociosa, a menos que você não se importe em amargar uma lentidão irritante — e, de quebra, aumentar o tempo que a ferramenta levará para concluir a desfragmentação.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

SEU PC NOVO DE NOVO — OU QUASE (CONTINUAÇÃO)

A MASSA MANTÉM A MARCA, A MARCA MANTÉM A MÍDIA E A MÍDIA CONTROLA A MASSA.

Ainda que os sistemas operacionais atuais sejam multitarefa, sua capacidade de executar várias coisas a um só tempo depende diretamente da configuração de hardware, sobretudo da quantidade de RAM disponível (na verdade, o processador alterna de um processo para outro, só que o faz tão rapidamente que parece estar fazendo tudo ao mesmo tempo).

O problema é que apenas máquinas top de linha (e preços nas alturas) vêm com mais de 4 gigabytes de RAM, o que é pouco para quem quer jogar games radicais, trabalhar com aplicações mais exigentes (como editores de vídeo), ou mesmo continuar operando o PC enquanto o antivírus faz uma varredura completa ou o defrag bota ordem no disco rígido.

Além do próprio sistema operacional, os aplicativos que executamos e os arquivos abrimos são carregados na RAM (mais detalhes no capítulo anterior, no tópico sobre o disco rígido). Quando essa memória é pouca, o processador recorre a um estratagema criado pela Intel nos tempos de antanho — e conhecido desde sempre como memória virtual —, mas a questão é que essa "memória adicional" corresponde a um espaço no drive de disco rígido, que é milhares de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM.

Observação: Falta de memória se resolve instalando mais memória — mas há paliativos que ajudam a minimizar o problema, caso você não queira (ou não possa) fazer um upgrade de RAM (acesse esta postagem para mais detalhes).

Netbooks e notes de entrada de linha se desincumbem das tarefas mais corriqueiras, da mesma forma que um carro "popular" 1.0 leva você ao trabalho, seu filho à escola e sua avó à igreja, por exemplo, mas não se pode esperar dele desempenho parecido com o do Mustang Shelby GT 500 V8 32v, cujo propulsor gera inacreditáveis 770 cv que leva o esse muscle car de 1.730 kg a 100 km/h em apenas 3 segundos.

Quando tiramos da caixa um PC novinho em folha e o ligamos pela primeira vez, somente o sistema operacional e uns poucos programinhas adicionados pelo fabricante ocupam o latifúndio de espaço disponível no HDD. Depois que configuramos e personalizamos o Windows, instalamos nossa suíte de segurança preferida, o MS Office (completo, mesmo que só precisemos  do Word), o Chrome e o Firefox (embora o Edge e o IE sejam componentes nativos do Windows 10), o Adobe Reader (a despeito de qualquer navegador ser capaz, atualmente, de exibir documentos .PDF) e mais uma profusão de inutilitários gratuitos, o sistema, antes veloz como um guepardo, ora se arrasta como um cágado perneta.

Um computador sem software é como um corpo sem alma, e o Windows, mesmo sendo pródigo em recursos, não oferece tudo de que precisamos para realizar nossas tarefas do dia a dia (até porque isso não se inclui na lista de funções de um sistema operacional). A questão é que muita gente instala todo tipo de freeware que encontra na Web, e a maioria desses programinhas tem o péssimo hábito de modificar a homepage e o mecanismo de buscas padrão e adicionar ao navegador barras de ferramentas e outros penduricalhos, e isso quando não servem também como meio de transporte para programinhas espiões (spyware) que monitoram a navegação, capturam informações de login, senhas, números de cartões de crédito etc., e ao cabo de meses (ou semanas) o computador que era veloz como um guepardo passa a se comportar como um cágado perneta.

Amanhã eu conto o resto.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

SEU PC NOVO DE NOVO — OU QUASE


DETESTO POLÍTICA. ODEIO POLÍTICOS.

Por uma série de razões (que eu já detalhei em diversas oportunidades), o passar do tempo e o uso normal do computador impactam negativamente o desempenho do Windows, até que um belo dia o usuário se vê obrigado a reinstalar o sistema do zero.

Desligar e religar a máquina de tempos em tempos limpa a memória RAM, e rodar regularmente softwares de manutenção (como o CCleaner ou o IObit Advanced System Care) posterga a inevitável reinstalação, mas as dicas que veremos a seguir também podem ajudar.

EXTENSÕES DO NAVEGADOR

Quando navegamos na Web, somos frequentemente concitados a adicionar toda sorte de extensões que ampliam os recursos do browser, mas muitos desses plugins não são indispensáveis ou, pior, mascarar programinhas maliciosos (geralmente spyware). A despeito de os apps antimalware não garantirem 100% de proteção contra essas pestes, ninguém ainda inventou uma opção melhor, de modo que não deixe instalar um arsenal de segurança responsável e mantê-lo atualizado. Se você suspeita que a lentidão do navegador (ou do sistema como um todo) tem a ver com extensões problemáticas, acesse as configurações do browser, desative todos os plugins e reinicie o aplicativo. Se o sistema voltar ao normal, torne a habilitá-las, uma de cada vez, e veja como o computador se comporta. Quando o problema voltar a se manifestar, você terá encontrado o responsável e poderá se livrar dele de vez removendo o plugin mal comportado.

DISCO RÍGIDO

O HDD (sigla em inglês para drive de disco rígido) é a "memória de massa" do computador, onde ficam armazenados de maneira "persistente" (não confundir com "permanente") o sistema operacional, os aplicativos e os demais arquivos, e a partir de onde eles são carregados para a RAM, que é a "memória física". Claro que eles não transferidos inteiros, mas divididos em páginas ou em segmentos (pedaços do mesmo tamanho e pedaços de tamanhos diferentes, respectivamente), ou não haveria RAM que bastasse.

Drives eletromecânicos são milhares de vezes mais lentos que a já relativamente lenta memória RAM, e seu desempenho tende a piorar quando os dados estão muito fragmentados e o espaço ocupado se aproxima dos 80%. A menos que seu PC conte com um SSD (drive de memória sólida), que utiliza memória flash e não é afetado pela fragmentação dos dados, habitue-se a rodar o desfragmentador do Windows a cada 15 dias ou ao menos uma vez por mês.

No Win10, clique em Iniciar > Ferramentas Administrativas do Windows > Desfragmentar e Otimizar Unidades, selecione a unidade que abriga o sistema (geralmente C:) e realize o procedimento (que pode demorar de alguns minutos a horas e horas para ser concluído dependendo do tamanho do drive, da quantidade de arquivos gravados e do índice de fragmentação dos dados.

ObservaçãoMelhores resultados poderão ser obtidos com ferramentas de terceiros, como o Smart Defrag — que integra a suíte de manutenção IObit Advanced System Care, mas pode ser baixado e instalado isoladamente.
  
Convém ter em mente que vida útil do HDD não é infinita. Por outro lado, é provável que seu computador fique ultrapassado — e você o troque por um modelo novo — antes de do drive em questão dar defeito. Como o imprevisto pode ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos, ao primeiro sinal de problemas recorrentes que possam ter a ver com o disco rígido, faça um backup de todos os arquivos importantes e de difícil recuperação e salve-os em um drive externo ou na nuvem (OneDrive, Google Drive, Dropbox etc.).

Observação: Há mais de uma década que praticamente todos os HDDs contam com o S.M.A.R.T. — sistema que gera um relatório e o armazena numa área de memória não volátil do disco. Embora não tenha o condão de prever defeitos súbitos — como os causados por picos de tensão, por exemplo —, ele costuma alertar para defeitos mecânicos no drive. Note que acessar o relatório exige o uso de softwares específicos, como os gratuitos HDTune e SmartExplorer.

Amanhã eu conto o resto.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

CONHEÇA MELHOR SEU PC — PARTE V

QUEM RI POR ÚLTIMO RI MELHOR OU É RETARDADO.

Aplicativos que pegam carona desnecessariamente na inicialização do sistema devem ser inibidos.

Com exceção do antivírus e do aplicativo de firewall, os demais não precisam ficar sempre em standby, consumindo memória e ciclos do processador. Todavia, como eles costumam ser listados pelo nome do executável, nem sempre é fácil identificar a que programa cada arquivo se refere, sendo recomendável fazer uma busca no Google ou pesquisar neste site antes de desabilitar o que quer que seja. 

Até o Windows 7, usava-se o msconfig para fazer esse ajuste (mais detalhes nesta postagem). A partir do Windows 8, ele passou a ser feito via Gerenciador de Tarefas, que você pode convocar teclando Ctrl+Shift+Esc ou clicando com o botão direito num ponto vazio da Barra de Tarefas e escolhendo a opção respectiva. 

Na tela do gerenciador, a aba Processos permite organizar os itens em execução por consumo de memória (o que facilita a localização dos mais gulosos e a finalização dos que não fazem falta); na aba Desempenho, clicando em Memória, pode-se avaliar a quantidade de RAM alocada e disponível, e a aba Detalhes lista os processos e serviços que estão rodando em segundo plano (e consumindo recursos preciosos do computador).

Para inibir a inicialização automática dos apps, que é o mote desta dica, selecione a aba Inicializar, dê um clique direito sobre o item desejado e clique em Desabilitar. A partir de então, o programa deixará de ser carregado durante o boot, mas continuará disponível, embora possa demorar um pouco mais para responder quando for convocado.

Observação: Suítes de manutenção como o Advanced System Care, da IObit, e o CCleaner, da Piriform, não só facilitam o gerenciamento da inicialização como oferecem um leque de ferramentas para manter o sistema nos trinques. Ambas são disponibilizadas em versões pagas e gratuitas, sendo estas últimas mais que suficientes para uso doméstico.

Pode acontecer de você querer incluir um aplicativo na lista de inicialização automática e não encontrar na interface do dito cujo (sob Ferramentas ou Configurações) a opção que lhe permita fazê-lo. Embora a solução natural fosse remover e reinstalar o programa, é mais fácil e rápido fazer o seguinte:

1) Digite “Shell:Startup” (sem as aspas) no campo Abrir do menu Executar e tecle Enter (ou clique em OK). Uma nova janela do Explorer com o nome de Startup será exibida (deixe-a aberta, pois você vai precisar dela mais adiante).

2) Clique em Iniciar, localize na lista de programas o aplicativo cuja inicialização automática você quer habilitar, aponte o mouse para ele e, mantendo o botão esquerdo pressionado, arraste-o para a Área de Trabalho. Isso criará um atalho para o programa no seu desktop.

3) Clique com o botão direito sobre o atalho recém-criado, selecione a opção Copiar no menu suspenso.

4) Clique com o botão direito no interior da janelinha Startup e, no menu suspenso, selecione a opção Colar. E pronto. Para inibir a inicialização automática desse programa (ou outro qualquer que você tenha incluído na lista dessa maneira), refaça os mesmos passos, dê um clique direito sobre o ícone na tela Startup e selecione a opção Desabilitar.  

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

AINDA SOBRE MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA DO CLICO OTTO (CONTINUAÇÃO)

TUDO QUE SOBE TEM QUE DESCER.

Destrinchando melhor o que vimos nos capítulos anteriores, motores de quatro tempos (ciclo Otto) dividem-se, grosso modo, em três partes: Cabeçote, bloco e cárter.

O número de cilindros — que ficam no bloco — varia conforme o projeto; aqui pelas nossas bandas, a maioria dos veículos de fabricação recente utiliza motores com 3 ou 4 cilindros, mas isso não significa que não existam modelos com 5, 6, 8 e até 12 cilindros.

No interior cada cilindro, um pistão (ou êmbolo), ligado ao virabrequim por uma biela, sobe e desce milhares de vezes por minuto, conforme o regime de rotações (RPM) do motor. À distância que ele percorre do ponto morto superior (PMS) ao inferior (PMI) e vice-versa dá-se o nome de "curso", e esse curso é determinado pelo tamanho da biela.

Como o êmbolo sobe e desce duas vezes a cada volta do virabrequim, são quatro as fases (ou tempos) do ciclo Otto: admissão, compressão, explosão e descarga, mas apenas a fase de explosão (ou combustão) que produz energia — daí ela ser considerada como o ciclo de força ou ciclo ativo do motor (mais detalhes na postagem anterior).

Para sincronizar o movimento dos pistões com a abertura e o fechamento das válvulas, engrenagens posicionadas nas extremidades dianteiras do eixo-comando de válvulas e do virabrequim trabalham interligadas por uma correia sincronizadora (feita de borracha combinada com cintas de aço). Alguns fabricantes optam pela "corrente de sincronização", que, por ser de metal e trabalhar com lubrificação, têm vida útil superior, mas costuma ser barulhenta e custar mais caro na hora da troca. 

Tanto num caso como no outro, deve-se substituir esse componente e seu respectivo atuador de tempos em tempos (consulte o manual do seu veículo para saber a frequência indicada pelo fabricante). Em caso de quebra, o sobe e desce dos pistões e o abre e fecha das válvulas perdem o sincronismo. Além de deixar o motorista a pé, isso pode causar entortamento de válvulas, empenamento do cabeçote e danos a outros componentes internos do motor.

Voltando às válvulas nos quatro tempos do ciclo Otto:

1) Na fase de admissão, somente as válvulas de admissão se abrem, fazendo com que a mistura ar-combustível seja aspirada para o interior do cilindro pelo movimento descendente do pistão;

2) Na fase de compressão, tanto as válvulas de admissão quanto as de escapamento se fecham, garantindo que o movimento ascendente do êmbolo comprima a mistura dentro da câmara de combustão (por câmara de combustão, entenda-se o espaço que sobra entre a base do cabeçote e cabeça do pistão quando este último alcança o PMS);

3) Na fase de combustão, as válvulas de admissão e de descarga permanecem fechadas enquanto a centelha produzida pela vela de ignição inflama a mistura e a "explosão" resultante empurra o êmbolo de volta ao PMI, produzindo a energia mecânica que é transmitida pela biela ao virabrequim;

4) Na fase de exaustão (ou descarga), as válvulas de escapamento se abrem, fazendo com que o movimento novamente ascendente do pistão expulse do cilindro as sobras dos gases produzidos pela combustão, dando início a um novo ciclo, e assim sucessivamente.

Amanhã continuamos daqui.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

COMO AUTOMATIZAR O DESLIGAMENTO DO PC E ALGUMAS NOÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO DO COMPUTADOR, OS PADRÕES AT, ATX E DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO DE DADOS.


IDEOLOGIA MATA. BURRICE TAMBÉM.

As sutilezas do desligamento do computador foram assunto das últimas 3 postagens. Minha ideia era explicar na de hoje como configurar o Windows para automatizar esse processo, que só se tornou possível depois que o padrão ATX para placas de sistema, gabinetes e fontes de alimentação aposentou o obsoleto AT e introduziu o conceito de fonte inteligente, permitindo o desligamento do aparelho por software — isto é, sem que seja preciso mudar o Power Switch (botão liga/desliga) da posição ligado para desligado depois de o Windows ser finalizado. No entanto, achei por bem tecer algumas considerações conceituais, que eu convido o caro leitor a acompanhar.

Anos-luz de evolução tecnológica separam os desktops e notebooks atuais dos primeiros PCs. Quem trabalhou com os pré-históricos 286, 386 e 486 das décadas de 80/90 mal lhes reconhece o DNA, sobretudo nos smartphones, que são comandados por um sistema operacional, acessam a Internet e rodam aplicativos, o que os torna computadores pessoais ultraportáteis. Raras vezes paramos para pensar nisso, mas, quando o fazemos, custa acreditar que os monstruosos "cérebros eletrônicos dos anos 1950, que ocupavam prédios inteiros e tinham menos poder de processamento que uma calculadora de bolso xing ling atual, diminuíram de tamanho a ponto de caber no bolso ou na bolsa. Isso sem mencionar que seus recursos crescerem em progressão geométrica.

Em meados dos anos 1960, Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, profetizou que o número de transistores dos chips dobraria a cada 18 meses sem que isso aumentasse o custo de produção. Já o primeiro HDD (drive de disco rígido) de que se tem notícia, construído pela IBM em 1956, era uma monstruosidade composta de 50 pratos de 24 polegadas de diâmetro, que apesar de ter o tamanho de uma geladeira doméstica e pesar mais de uma tonelada, armazenava míseros 4.36 MB (espaço que mal dá para armazenar uma faixa musical no formato .MP3) e custava mais de US$ 30 mil dólares.

Ao longo das últimas três décadas, o custo do gigabyte de armazenamento despencou de US$ 100 mil para apenas alguns centavos. O tamanho do hardware também diminuiu: em 2005, 0 Toshiba MK2001MTN entrou para o Guinness como "o menor HD do mundo", com capacidade de 2 GB e discos de menos de 2 cm de diâmetro — no ano seguinte, quando ele começou a ser produzido em escala comercial, sua capacidade já havia dobrado. Mais adiante, os pendrives (dispositivos de armazenamento removíveis baseados em memória flash) aposentaram os obsoletos floppy disks (discos flexíveis, mais conhecidos como disquetes) e os SSD prometeram fazer o mesmo como os drives de HD eletromecânicos — se ainda não o fizeram, é porque o preço dos modelos de altas capacidades continua proibitivo. O primeiro disco de estado sólido foi desenvolvido em 1976, mas a tecnologia só começaria a se popularizar mais de 3 décadas depois. Em 2006, a coreana Samsung lançou sua primeira unidade de 2.5 polegadas e 32 GB de capacidade, que podia substituir diretamente o HDD em notebooks, sendo seguida pela norte-americana SanDisk, que lançou um produto semelhante cerca de um ano depois.

Rápidos e silenciosos, esses dispositivos são sopa no mel para quem não se incomoda em pagar mais para ter o que há de melhor: enquanto um drive eletromecânico de 7.200 RPM lê dados a 200 megabits por segundo, modelos de memória sólida podem alcançar taxas de leitura de 550 Mbps ou mais, reduzindo à metade o tempo de carregamento do sistema e dos aplicativos. Demais disso, por não possuírem partes móveis, modelos SSD são menos sujeitos a danos decorrentes de quedas acidentais ou vibrações e não precisam de manutenção frequente — desfragmentação, algo comum em HDs com sistema operacional Windows, não são necessários e podem até prejudicar o drive sólido.

Substituir um HD de 1 TB por um SSD de igual capacidade pode custar mais do que um computador de configuração mediana. Uma alternativa é comprar SSD com algumas dezenas de gigabytes de espaço e instalar nele somente o sistema e os aplicativos mais usados. Outra opção é recorrer a um drive híbrido, que alia o melhor dos dois mundos com uma parte em memória flash e outra que funciona como um disco rígido comum. A vantagem é aliar a velocidade do SSD à grande capacidade de armazenamento do HDD convencional. Modelos com 128 GB em memória sólida e 1 TB em discos magnéticos já são encontrados por menos de R$ 1 mil. Antes de sacar seu poderoso cartão de crédito, assegure-se de que o tamanho do novo drive é compatível com o gabinete do seu desktop ou notebook, bem como se o formato do SSD ou do drive híbrido é suportado pela placa-mãe.

O resto fica para a próxima postagem.

terça-feira, 23 de abril de 2019

SPECTRE, MELTDOWN E RETPOLINE — COMO ATIVAR A CORREÇÃO E MELHORAR O DESEMPENHO DO PROCESSADOR


NÃO EXISTE DINHEIRO BOM OU DINHEIRO RUIM. EXISTE APENAS DINHEIRO.

Uma falha de projeto descoberta nos processadores Intel, em janeiro do ano passado, permitia que cibercriminosos tivessem acesso a blocos de memória protegidos pelo sistema operacional e, consequentemente, a informações sensíveis dos usuários (tais como senhas e outros dados pessoais/confidenciais). Em parceria com a Microsoft, a Apple e as comunidades GNU/Linux, a Gigante dos Processadores criou uma correção, mas o problema é que ela reduzia em até 30% o desempenho do processador (o impacto variava conforme o modelo do chip e a atividade realizada durante a medição).

A boa notícia é que uma correção desenvolvida originalmente pelo Google e introduzida pela Microsoft na build 1809 do Windows 10 (atualização abrangente de recursos liberada no segundo semestre do ano passado) pode melhorar em até 25% a performance global do computador. Sua ativação é um tanto trabalhosa, e eu não percebi qualquer mudança para melhor no meu PC — embora tampouco tenha percebido qualquer mudança para pior depois de instalar a correção que a Microsoft disponibilizou no ano passado.

Antes de compartilhar o caminho das pedras, cumpre relembrar que você pode "dar um gás" num PC de configuração chinfrim habilitando todos os núcleos do processador — desde que o chip seja multi-core, naturalmente. E se houver suporte ao multiprocessamento lógico, tanto melhor, pois aí será possível habilitar também os núcleos virtuais.

Observação: Quando a frequência de operação dos processadores alcançou 3 GHz, os fabricantes se deram conta de que seria impraticável aumentar ainda mais o número de transistores e a velocidade de operação sem elevar o custo de produção a ponto de os microchips se tornarem comercialmente inviáveis. Para contornar o problema, eles recorreram inicialmente ao multiprocessamento lógico tecnologia mediante a qual um único processador funciona como duas CPUs virtuais — e, mais adiante, aos processadores multicore com dois ou mais núcleos físicos.

Para ativar todos os núcleos da CPU no Windows 10:

— Tecle Win+R para abrir o menu Executar, digite msconfig na respectiva caixa de diálogo e pressione Enter.

— Na tela das configurações do sistema, clique em Inicialização do sistema, em Opções avançadas... Na janelinha que se abre em seguida, marque a caixa ao lado de Número de processadores e selecione a quantidade desejada (as opções disponíveis variam conforme as características da sua CPU).

Observação: Aproveite o embalo para forçar o uso da memória total disponível; basta desmarcar a caixa de verificação ao lado de Memória máxima.

— Ao final, confirme em OK e reinicie o computador para validar a reconfiguração.

Para não estender demais esta postagem, o resto fica para a próxima.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

DE VOLTA AO READYBOOST


NÃO EXISTE O CERTO NEM O ERRADO; SÓ EXISTE A VERDADE.

Quem segue este blog sabe que a memória RAM é essencial para o funcionamento de qualquer dispositivo computacional (de uma calculadora de bolso a um poderoso servidor), e que um sistema com fartura de memória e um processador chinfrim pode ter melhor desempenho do que outro com uma CPU mais poderosa e pouca memória, porque é na RAM que são carregados o sistema operacional, os aplicativos e todos os arquivos com que trabalhamos no computador — claro não integralmente, ou não haveria RAM que bastasse; eles são divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes).

Quando rodamos um programa qualquer, os respectivos executáveis são copiados da memória de massa (disco rígido), que é persistente (ou seja, que mantém os dados mesmo quando o computador é deligado) para a memória física (RAM), que é volátil, além de algumas DLLs e os arquivos de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é uma memória eletrônica de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes mais rápida que os discos eletromecânicos (nos quais a gravação e o acesso aos dados são feitos por cabeças eletromagnéticas). Seu grande problema, por assim dizer, é que os dados “evaporam” quando o fornecimento de energia elétrica é suspenso, daí ser necessário carregar tudo novamente quando religamos o computador. Além disso, o megabyte de RAM custa muito mais caro do que a memória de massa, daí a razão de os PCs de entrada de linha contarem com até 1 terabyte (ou mais) de espaço no HDD e apenas 2 gigabytes de RAM.

A Microsoft, modesta quando lhe convém, informa que o Windows 10 de 32 bits roda numa máquina com 1 GB de RAM (para a versão de 64 bits, a quantidade mínima é de 2 GB), mas o desempenho só será satisfatório com algo entre 6 e 8 GB — quantidade que só vem de fábrica em máquinas mais caras. Volto a salientar que falta de memória se resolve instalando mais memória. O resto é paliativo. Mas é possível melhorar a performance de uma máquina de configuração chinfrim eliminando todos os inutilitários e programas pouco usados, faxinando regularmente o disco rígido, corrigindo erros e desfragmentando os arquivos. Tudo isso pode ser feito com as ferramentas nativas do Windows (detalhes nesta postagem), mas os resultados serão melhores se você recorrer a suítes de manutenção como o CCleaner, o IObit Advanced System Care e outras, que estão disponíveis em versões pagas e gratuitas, sendo estas últimas satisfatórias para o uso doméstico.

Outra maneira de espremer mais algumas gotas de desempenho de um PC com pouca memória é habilitar o ReadyBoost — recurso do Windows que utiliza um dispositivo de memória externo para “acelerar” o sistema. Ele não faz milagres, mas pode proporcionar ganhos de até 75% no carregamento de aplicativos em máquinas algo entre 2 e 4 GB de RAM e HDD lento (como os de 5400 RPM usados em notebooks).

ReadyBoost usa o dispositivo removível para ampliar o cache do Windows (por “cache”, entenda-se uma memória “intermediária”, destinada a armazenar arquivos de forma inteligente, deixando-os prontos para utilização na hora oportuna), além de liberar a quantidade correspondente de memória RAM. Para que haja um aumento significativo de desempenho, a Microsoft recomenda usar dispositivos removíveis com capacidade de duas a quatro vezes maior que a quantidade de memória física instalada (ou seja, se seu PC tem 4 GB de RAM, use um pendrive/cartão de 16 GB).

Você pode usar qualquer tipo de memória flash, desde que seja compatível com o padrão USB 2.0 (ou superior) e que tenha pelo menos 1 GB de espaço livre. Melhores resultados serão obtidos formatando a unidade em NTFS, a menos que a capacidade seja inferior a 4 GB, caso em que você pode usar o sistema de arquivos FAT32 (para saber mais sobre formatação de pendrives e sistemas de arquivos, reveja a sequência de postagens iniciada por esta aqui). Em tese, é possível usar até oito dispositivos de até 32 GB cada, já que o limite do ReadyBoost é de 256 GB, mas, na prática, você dificilmente terá 8 portas USB livres no seu computador, e o uso de hubs (multiplicadores) não é recomendável.

Para ativar o ReadyBoost, conecte a unidade externa na portinha USB (no caso do pendrive; o cartão requer uma interface específica ou, na falta dela, um adaptador), clique em Este Computador (ou Computador, ou ainda Meu Computador, conforme a versão do seu Windows), dê um clique direito no ícone que representa o dispositivo removível e clique na aba ReadyBoost. Para usar todo o espaço disponível no drive, marque a Dedicar este dispositivo ao ReadyBoost; para configurar manualmente o espaço a ser alocado, marque Usar este dispositivo e mova a barra deslizante para a direita até que a janelinha exiba o espaço desejado. Ao final, é só clicar 
em Aplicar e em OK (vale reiniciar o computador, embora isso não seja exigido explicitamente).

Para saber mais sobre o ReadyBoost, clique aqui.

quarta-feira, 27 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO (SEXTA PARTE)


NÃO DEIXE SUA LÍNGUA SE TORNAR SEU PIOR INIMIGO.

Concluído o particionamento da unidade do sistema (geralmente C:) e a formatação da nova partição (D: ou qualquer que seja a letra designada para identificá-la), você já pode usar a unidade suplementar para desafogar o Windows e melhorar o desempenho do computador como um todo. 

Para explorar melhor as vantagens do particionamento do disco, o ideal é manter separados, ou seja, em unidades diferentes, o Windows e os aplicativos que você usa com frequência do restante do conteúdo salvo no computador. Mas transferir seus arquivos pessoais (músicas, vídeos, fotos, backups, etc.), que costumam ocupar um bocado de espaço, já pode ser suficiente para desafogar a partição do sistema e, consequentemente, dar mais fôlego ao computador como um todo. Para fazer isso você pode copiar e colar manualmente os arquivos ou pastas  selecione-os e pressione Ctrl+C para copiar, depois clique no local de destino e pressione Ctrl+V para colar  ou abir as janelas de origem e de destino e arrastar os itens desejados com o mouse. Como a transferência é feita entre duas unidades distintas, os arquivos originais são preservados, mas você deve apagá-los manualmente, ou não haverá grandes vantagens em transferi-los de uma partição para a outra.

Observação: Se quiser acessar mais rapiadamente um arquivo ou pasta que você transferiu para a unidade suplementar, basta dar um clique direito sobre ele e clicar em Enviar para > Área de trabalho (criar atalho)

Para modificar o local dos programas já instalados, abra o menu Iniciar, clique em Configurações > Aplicativos e recursos, selecione o app que você quer mudar, clique em Mover e siga as instruções na tela. Para que os novos programas passem a ser instalados na partição suplementar, clique no botão Iniciar, selecione Configurações (na coluna à esquerda), clique em Sistema > Armazenamento > Alterar onde o novo conteúdo é salvo e faça os devido ajustes. A partir daí, os apps que você e instalar a partir Loja do Windows irão automaticamente para a unidade que você redefiniu como padrão.

Observação: Se o botão Mover não estiver disponível, é porque se trata de um aplicativo padrão do Windows; nesse caso, pressione o botão Desinstalar, aguarde a conclusão do processo, baixe novamente o aplicativo a partir da Loja do Windows e torne a instalá-lo depois de reconfigurar a localização padrão, naturalmente.

No caso de softwares de terceiros, pode acontecer de o botão Modificar estar indisponível. Nesse caso, o jeito é desinstalar o programa e instalá-lo novamente, definindo, durante o processo de instalação, sua nova partição como local de destino.

Se o seu perfil de usuário está inflado, vale a pena você o transferir para a nova partição (para mais detalhes, reveja a sequência de postagens iniciada no último dia 8). Em muitos casos, porém, mover somente algumas pastas (como Documentos, Downloads, Imagens, Vídeos, por exemplo, que tendem a acumular uma grande quantidade de arquivos). Para isso, primeiro é preciso criar uma nova pasta na partição suplementar. Abra o Explorador de Arquivos, selecione Este Computador, dê duplo clique no ícone que representa a partição que você criou, dê um clique direito num ponto vazio dentro da janela e, no menu suspenso, aponte para Novo e selecione Pasta). 

Feito isso, volte à tela do Explorador de Arquivos e, sob Este Computador, abra a pasta C:, dê um clique direito sobre Downloads, Área de Trabalho ou Documentos, por exemplo (essas pastas tendem a acumular uma grande quantidade de arquivos) e clique em Propriedades, clique na aba Local, informe a localização da nova pasta e siga as instruções na tela.

O resto fica para o próximo capítulo.

terça-feira, 26 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO (QUINTA PARTE)


CHI FA DA SÈ, FA PER TRE.

Se você achou complicado usar o Gerenciamento do Disco para particionar seu drive de disco, o MiniTool Partition Wizard é mel na chupeta. Só tenha em mente que o “pré-operatório” sugerido nas postagens anteriores deve preceder a cirurgia, sempre, use você o centro cirúrgico nativo ou o agregado. Dito isso, vamos em frente.  

Baixe Mini-Tool Partition Wizard Free a partir do site do fabricante, salve os arquivos de instalação na sua área de trabalho, de um clique duplo sobre o ícone respectivo e proceda à instalação do programa da maneira convencional. Para saber como usar o programa, o tutorial em inglês pode ser acessado a partir deste link, mas você pode também se orientar pelo passo-a-passo a seguir:

— Na tela inicial do app, dê um clique direito sobre o drive a ser particionado e selecione a opção Move/Resize (mover/redimensionar). No campo Partition Size (tamanho da partição), defina o tamanho da nova partição (digitando o valor na caixa correspondente ou usando o mouse para arrastar a extremidade direita da barra). Ao final, clique em OK.

ObservaçãoO programinha não permite que a partição seja reduzida a ponto de se tornar insuficiente para conter os dados que já estão gravados (o espaço ocupado é exibido em amarelo na barra da ferramenta), mas é importante que, ao dividir o espaço, você deixe uma boa sobra na partição do sistema, não só para permitir a execução do Defrag, mas também para instalar novos aplicativos de uso frequente. Caso a ideia seja usar a nova partição para instalar outro sistema operacional em dual-boot, altere, em Create as:, o tipo de partição para Primária; se for usar a partição apenas para armazenar arquivos, mantenha a configuração padrão. Se for criar mais unidades (o limite é de 4 primárias ou 3 primárias e uma estendida), altere o tipo de partição para Estendida e torne a executar o MiniTool.

— A barra acinzentada que aparece na janela do Mini-Tool, à direita da partição que você redimensionou, corresponde ao espaço não alocado (unalocated). Clique  ali, selecione a opção Create (criar) e clique em OK na janela Create New Partition (criar nova partição). Uma nova partição lógica será criada e identificada por uma letra que varia conforme os drives instalados no computador. Se você tiver apenas o HDD, que, por padrão, é identificado como C:, a nova partição receberá a letra D (mais detalhes na postagem anterior).

— No canto superior esquerdo da próxima tela, clique no botão Apply (aplicar) para que as alterações sejam efetivadas. O programa recomenda fechar todos os aplicativos e desabilitar a economia de energia antes de prosseguir; faça-o e responda Yes (sim) à pergunta Apply Changes? Se quiser desistir do particionamento, a hora é agora: clique em No (não) e encerre o aplicativo.

— Se for seguir adiante, clique em Yes. Na mensagem dando conta de que as alterações não podem ser levadas a efeito porque o drive C: está sendo usado, clique em Restart Now (reiniciar agora). Uma nova tela o instruirá a não desligar o computador e informará que o sistema será reiniciado automaticamente após a conclusão do particionamento. Enquanto espera, você pode acompanhar a evolução do processo através das barras de progressão.   

Se tudo correr bem, em alguns minutos seu PC será reiniciado com as modificações efetivadas. Clique em Iniciar > Configurações > Este Computador e confira o resultado.

Agora o seu HDD está dividido, mas, como no caso do particionamento feito com a ferramenta nativa do Windows, ainda é preciso formatar a partição recém-criada com o sistema de arquivos (FAT32 ou NTFS), que permitirá ao Windows “enxergar” e gerenciar o novo volume. O procedimento é simples e pode ser feito tanto com o Gerenciamento do Disco quanto com o Mini-Tool Partition Wizard. Para evitar repetições desnecessárias, sugiro reler a postagem anterior e seguir as instruções ali expostas.

O resto fica para a próxima postagem. Até lá.

sexta-feira, 22 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO (TERCEIRA PARTE)


NUNCA SAQUE A ARMA SE VOCÊ NÃO FOR ATIRAR. SE ATIRAR, ATIRE PARA MATAR (OU A VÍTIMA VOLTARÁ PARA SE VINGAR).

Concluído o pré-operatório (vide postagem anterior), podemos dar início à cirurgia, ou seja, redimensionar a unidade do sistema e utilizar parte do espaço livre para uma segunda partição ― e uma terceira e uma quarta, se for o caso, pois cada drive de disco rígido pode ser dividido em até quatro partições primárias ou em três partições primárias e uma estendida, sendo que esta última pode ser subdivida em múltiplas unidades lógicas.

Cada unidade é identificada por uma letra do alfabeto. Por convenção, as letras A e B eram reservadas para os drives de disquete de  e  polegadas (que há muito deixaram de existir), de modo que o volume do sistema geralmente recebe a letra C e o drive de mídia óptica (se houver), a letra D. As demais partições partem da letra E  a menos que você tenha configurado um pendrive ou um SD Card para “ampliar” a RAM através do ReadyBoost, situação em que a nova partição receberá a letra F, e assim sucessivamente.

ObservaçãoNote que é possível alterar as letras em questão a posteriori, tanto pelo Gerenciamento do Disco do Windows quanto pelo programinha da MiniTool.

A "cirurgia" a seguir foi minuciosamente explicada em outras oportunidades, mas agora veremos como realizá-la usando o Gerenciador do Disco do Windows 10 (não existe grande diferença em relação às edições anteriores, mas enfim...). Na sequência, veremos com como fazer o mesmo com a ferramenta da MiniTool, que, como eu já mencionei, é mais intuitiva e fácil de usar.

Para ter uma ideia de quanto espaço livre há na sua unidade de sistema (ou em outra unidade que você queira reparticionar, mas vamos tomar como exemplo a unidade C:), abra o Explorador de Arquivos, clique em Este Computador, dê um clique direito ícone que representa a unidade em questão e clique em Propriedades.

Depois de decidir qual será o tamanho da nova partição note que é importante não “estrangular” o sistema operacional, pois ele precisa de, no mínimo, 20% de espaço livre para trabalhar com alguma folga —, dê um clique direito no botão que abre o menu Iniciar e selecione Gerenciamento do Disco

Na janela da ferramenta, selecione a unidade C: e dê um clique direito sobre ela. No menu suspenso, clique em Diminuir volume... e siga as instruções do assistente. Ao final, você verá que o tamanho da unidade foi reduzido e que o espaço remanescente aparece como espaço não alocado. Para criar a nova partição, clique com o botão direito sobre esse espaço não alocado, selecione a opção Novo Volume Simples, clique em avançar na tela do assistente e siga as instruções. 

Basicamente, você só precisa definir a quantidade de espaço desejada — por padrão, o Windows utiliza todo o espaço não alocado disponível, mas você pode alterar esse valor, se for criar mais partições —, escolher a letra que designará a nova unidade, formatar a dita-cuja e lhe atribuir um nome (o nome é opcional, se você fizer questão, digite-o no campo Rótulo do Volume).

Ao final, se tudo estiver nos conformes, clique em Concluir e aguarde até que o espaço anteriormente marcado como não alocado fique pronto para ser usado como uma nova partição.

Continua na próxima postagem.

quinta-feira, 21 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO (CONTINUAÇÃO)



PRIMEIRO CHEGAM OS SORRISOS; DEPOIS, AS MENTIRAS; POR ÚLTIMO, O TIROTEIO.

Recapitulando: Antes de a Microsoft introduzir o Gerenciamento de Disco (no Windows 7), só era possível particionar a unidade do sistema reinstalando o Windows ou usando ferramentas de terceiros. No entanto, ainda que o gerenciador nativo continue existindo nas edições mais recentes do sistema, inclusive no Windows 10, eu prefiro o MiniTool Partition Wizard Free, por achá-lo mais intuitivo e fácil de operar.

Tanto num caso como no outro, é importante submeter o paciente à um pré-operatório. Comece por desinstalar os inutilitários e demais apps pouco usados — isso pode ser feito com a ferramenta nativa do Windows 10 (abra o menu Iniciar e clique em Configurações > Aplicativos > Aplicativos e recursos), mas melhores resultados serão obtidos com o Revo Uninstaller ou o IObit Uninstaller, que eliminam a maioria das sobras que o desinstalador nativo tende a deixar para trás. Concluída a faxina, reinicie o computador.

Abra o Explorador de Arquivos e a pasta Este Computador, dê um clique direito no ícone que representa sua unidade de sistema  geralmente C: (*, selecione Propriedades, pressione o botão Limpeza de Disco, aguarde o cálculo do espaço que pode ser recuperado e confirme em OK. Ao final, torne a pressionar o botão Limpeza de Disco, clique em Limpar arquivos do sistema, marque as opções desejadas (ou todas elas), confirme e aguarda a conclusão do processo.

(*) Partição de sistema e partição de inicialização são nomes atribuídos às unidades (ou volumes) que o Windows usa ao ser iniciado. Isso pode gerar confusão, pois a partição do sistema contém os arquivos usados para inicializar o Windows, enquanto que a partição de inicialização contém os arquivos do sistema. Como o uso consagra a regra, partição do sistema, para os efeitos desta sequência de postagens, é aquela que contém o Windows (geralmente a unidade C:).

Se seu computador estiver “redondo” clique na aba Mais Opções e exclua também os pontos de restauração do sistema (também nesse caso é melhor usar o CCleaner, que permite selecionar individualmente os pontos de restauração que você quer apagar). Ao final, reinicie a máquina, torne a abrir o Explorador de Arquivos e a pasta Este Computador, dê um clique direito no ícone que representa sua unidade de sistema, selecione a aba Ferramentas e, no campo Verificação de Erros, clique em Verificar Agora. Assinale as duas caixas de verificação e reinicie o computador (a reinicialização é necessária porque a ferramenta precisa ter acesso a arquivos de sistema que o Windows bloqueia quando está carregado).

Concluída a verificação e corrigidos eventuais erros (seja paciente, pois o processo pode levar de muitos minutos a algumas horas), volte à tela das Propriedades da Unidade C: e, no campo Otimizar e desfragmentar unidade, pressione o botão Otimizar, selecione a unidade C: (desde que não seja SSD), clique em Analisar e aguarde o resultado. 

Em circunstâncias normais, um percentual de fragmentação inferior a 2% dispensa a otimização; no procedimento pré-operatório, porém, é melhor pecar por ação do que por omissão. Portanto, clique em Otimizar e aguarde a conclusão do processo (que também pode demorar um pouco).

Observação: Se você dispõe da suíte de manutenção Advanced System Care, clique em Toolbox e rode o Smart Defrag em vez do desfragmentador nativo do Windows.

Continua na próxima postagem.

terça-feira, 19 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO


SOFREMOS MUITO COM O POUCO QUE NOS FALTA E GOZAMOS POUCO O MUITO QUE TEMOS.

Manter numa única unidade o latifúndio de espaço disponível nos discos rígidos atuais (que pode ultrapassar 10 TB em alguns modelos top de linha) é abrir mão das muitas vantagens que o particionamento proporciona. Ainda assim, os fabricantes de computadores nem sempre criam uma segunda partição ao pré-instalar o sistema, e a maioria dos usuários não o faz por achar que é preciso reinstalar o Windows. Só que não.

Nos primórdios da era PC, o particionamento tinha de ser feito obrigatoriamente durante a instalação do sistema, mas um “gerenciador” de disco nativo, introduzido pela Microsoft no Seven e mantido nas edições posteriores, permite realizar esse trabalho com o Windows carregado, de modo a preservar arquivos do sistema, dos aplicativos e do usuário (detalhes nesta postagem), coisa que até então só era possível com a ajuda de programas de terceiros.

Seja como for, na hora de criar/redimensionar/mover/dividir/unir/formatar partições no Windows 10, eu uso recomendo o MiniTool Partition Wizard Free — não devido a alguma cisma com a ferramenta nativa, mas porque acho a solução da MiniTool mais intuitiva e fácil de usar (clique aqui para acessar o tutorial que eu criei em 2015 com base na versão 9, mas que você pode usar como referência, uma vez que o procedimento continua basicamente o mesmo).

A título de curiosidade, os primeiros PCs não tinham disco rígido — na verdade, eles não tinham sequer sistema operacional, mas isso é outra conversa. Mais adiante, o DOS e as primeiras Winchester (como eram chamados os discos rígidos de então) facilitaram sobremaneira a vida dos usuários, ainda que o espaço que os drives de então ofereciam era equivalente ao de algumas dezenas de disquetes de 3 ½” (naquela época, 1 MB de espaço custava US$ 200). Lá pela virada do século, depois de o Windows ter sido promovido de interface gráfica a sistema operacional e o acesso à internet se tornar popular, mesmo que através da jurássica conexão discada (rede dial-up), a gente ainda tinha de se virar com algumas centenas de megabytes (MB). Mas não nada como o tempo para passar.

Depois de levar décadas para romper a barreira do gigabyte, os fabricantes foram dobrando a capacidade dos HDDs em intervalos cada vez mais curtos — na primeira metade da década passada, modelos de entrada de linha ofereciam de 10 a 20 gigabytes, e logo surgiriam modelos com 40 a 80 gigabytes. Claro que as exigências de espaço dos sistemas e programas de antigamente eram bem menores — os arquivos de instalação das edições vetustas do Windows, por exemplo, vinham em disquetes, e nos anos 1990 não havia volumosos arquivos multimídia (músicas, fotos, filmes etc.) para armazenar. 

Hoje, qualquer máquina chinfrim dispõe de bons 500 GB de espaço em disco, e assim os compactadores de arquivos e desktops com duas ou três unidade de disco adicionais (o máximo de dispositivos padrão IDE suportados pelas placas-mãe até o surgimento do padrão SATA eram 4 unidades, mas aí era preciso abrir mão do leitor/gravador de mídia óptica) se tornaram coisa do passado — um passado não tão remoto, mas do qual a maioria de nós já nem se lembra mais. Mas nem tudo são flores, nesse jardim.

É certo que drives do tamanho de galáxias estão presentes em PCs de configuração mediana e preços acessíveis, e é igualmente certo que o particionamento desse espaço gigantesco pode ser feito a qualquer momento, sem que para isso seja preciso reinstalar o Windows. Mas também é certo que uma falha de hardware irreversível pode mandar para o espaço (se o leitor me concede o trocadilho) tanto o sistema e os aplicativos quanto os arquivos pessoais do infeliz proprietário da máquina, mesmo que ele tenha particionado o disco e separado uma coisa da outra.

Como se não bastasse, nos notebooks — substitutos naturais do volumoso computador de mesa para 9 de 10 usuários de PCs — não há espaço físico para acomodar um segundo disco — em alguns casos a instalação até pode ser feita, desde que se abra mão da unidade de mídia óptica, mas pode-se contar nos dedos, atualmente, os notes de entrada ou medianos que ainda trazem gravador/leitor de CD/DVD. Felizmente, é possível suprir essa lacuna com uma unidade de disso externa (USB), que pode não ser tão rápida nem tão prática quanto um modelo interno, mas até aí morreu o Neves.  

Continua na próxima postagem.

segunda-feira, 18 de março de 2019

USO EXCESSIVO DO HDD NO WINDOWS — COMO REPARAR SEU PERFIL DE USUÁRIO (CONCLUSÃO)


SE VOCÊ ACHA QUE ESTE GOVERNO ESTÁ UM PORRE, ESPERE PARA VER A RESSACA.

Se você acha que dividir o disco rígido em duas ou mais partições só faz sentido se a ideia for instalar dois sistemas operacionais em dual boot, saiba que as vantagens do particionamento vão muito além disso.

Os drives de HD atuais oferecem um “latifúndio” de espaço, e manter o Windows e os aplicativos numa partição e os arquivos pessoais (documentos, fotos, vídeos, músicas etc.) em outra facilita a reinstalação do sistema — e mesmo que você não esteja com a menor vontade e reinstalar o Windows, nunca se sabe quando isso será necessário, seja para resolver problemas de arquivos corrompidos, seja para neutralizar a ação de malwares, seja para resgatar o desempenho que seu computador tinha quando você o tirou da caixa.

Nos primórdios da era PC, o particionamento era feito obrigatoriamente durante a instalação do Windows. A partir do Seven, se não me falha a memória, a Microsoft introduziu uma ferramenta que permite criar novas partições a qualquer tempo, preservando os arquivos do sistema (detalhes nesta postagem), mas eu recomendo usar o MiniTool Partition Wizard Free, que é mais amigável (detalhes nesta postagem).

Observação: Volto a lembrar que a degradação da performance é uma consequência natural do uso do computador, e que, em situações extremas, requer a reinstalação Windows, mas você pode postergar esse incômodo com manutenções preventivas, seja usando os utilitários nativos, seja com o auxílio de programas de terceiros (detalhes no capítulo anterior). Para ter uma ideia melhor de como manter seu PC nos trinques, clique aqui para acessar a primeira de uma sequência de 7 postagens sobre esse assunto.

Passemos sem mais delongas à questão do perfil de usuário, ou jamais terminaremos esta novela:

Para verificar o “tamanho” dos perfis cadastrados no sistema, abra o menu Executar (tecle Win+R), digite sysdm.cpl, clique em OK (ou tecle Enter). Em Propriedades do Sistema, clique na aba Avançado e, na seção Perfis de Usuário, pressione o botão Configurações.

Se o tamanho do seu perfil estiver próximo do gigabyte, é provável que ele seja o causador da lentidão que o aporrinha toda santa vez que você liga o computador (mais detalhes nos capítulos anteriores desta sequência). E se as alternativas que eu sugeri para “desidratar” seu perfil não produzirem os resultados esperados, o melhor a fazer excluí-lo de vez (embora você possa excluir e recriar sua conta de usuário, sugiro tentar primeiro excluir somente o perfil).  

Desde a edição 2000 que o Windows salva os dados dos perfis dos usuários em C:\Users\Nome-da-Conta-de-Usuário\Pasta, mas não adiante abrir o Explorador de Arquivos e simplesmente excluir o conteúdo da pasta (ou a própria pasta). A maneira correta de excluir seu perfil é através da tela das Propriedades do Sistema, e, para que isso seja possível, você terá de se logar com uma conta administrativa que não seja a conta ligada ao perfil que será excluído. Note ainda que a exclusão do perfil eliminará todos os arquivos relacionados ao usuário (fotos, vídeos, músicas, etc.), de modo que você deve providenciar um backup de tudo aquilo que não quer perder e salvá-lo num pendrive, HD externo, ou mesmo em mídia óptica (caso seu PC conte com um gravador de CD/DVD).

Amanhã eu conto o resto.