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quinta-feira, 7 de novembro de 2019

SEU PC NOVO DE NOVO — OU QUASE (CONTINUAÇÃO)

A MASSA MANTÉM A MARCA, A MARCA MANTÉM A MÍDIA E A MÍDIA CONTROLA A MASSA.

Ainda que os sistemas operacionais atuais sejam multitarefa, sua capacidade de executar várias coisas a um só tempo depende diretamente da configuração de hardware, sobretudo da quantidade de RAM disponível (na verdade, o processador alterna de um processo para outro, só que o faz tão rapidamente que parece estar fazendo tudo ao mesmo tempo).

O problema é que apenas máquinas top de linha (e preços nas alturas) vêm com mais de 4 gigabytes de RAM, o que é pouco para quem quer jogar games radicais, trabalhar com aplicações mais exigentes (como editores de vídeo), ou mesmo continuar operando o PC enquanto o antivírus faz uma varredura completa ou o defrag bota ordem no disco rígido.

Além do próprio sistema operacional, os aplicativos que executamos e os arquivos abrimos são carregados na RAM (mais detalhes no capítulo anterior, no tópico sobre o disco rígido). Quando essa memória é pouca, o processador recorre a um estratagema criado pela Intel nos tempos de antanho — e conhecido desde sempre como memória virtual —, mas a questão é que essa "memória adicional" corresponde a um espaço no drive de disco rígido, que é milhares de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM.

Observação: Falta de memória se resolve instalando mais memória — mas há paliativos que ajudam a minimizar o problema, caso você não queira (ou não possa) fazer um upgrade de RAM (acesse esta postagem para mais detalhes).

Netbooks e notes de entrada de linha se desincumbem das tarefas mais corriqueiras, da mesma forma que um carro "popular" 1.0 leva você ao trabalho, seu filho à escola e sua avó à igreja, por exemplo, mas não se pode esperar dele desempenho parecido com o do Mustang Shelby GT 500 V8 32v, cujo propulsor gera inacreditáveis 770 cv que leva o esse muscle car de 1.730 kg a 100 km/h em apenas 3 segundos.

Quando tiramos da caixa um PC novinho em folha e o ligamos pela primeira vez, somente o sistema operacional e uns poucos programinhas adicionados pelo fabricante ocupam o latifúndio de espaço disponível no HDD. Depois que configuramos e personalizamos o Windows, instalamos nossa suíte de segurança preferida, o MS Office (completo, mesmo que só precisemos  do Word), o Chrome e o Firefox (embora o Edge e o IE sejam componentes nativos do Windows 10), o Adobe Reader (a despeito de qualquer navegador ser capaz, atualmente, de exibir documentos .PDF) e mais uma profusão de inutilitários gratuitos, o sistema, antes veloz como um guepardo, ora se arrasta como um cágado perneta.

Um computador sem software é como um corpo sem alma, e o Windows, mesmo sendo pródigo em recursos, não oferece tudo de que precisamos para realizar nossas tarefas do dia a dia (até porque isso não se inclui na lista de funções de um sistema operacional). A questão é que muita gente instala todo tipo de freeware que encontra na Web, e a maioria desses programinhas tem o péssimo hábito de modificar a homepage e o mecanismo de buscas padrão e adicionar ao navegador barras de ferramentas e outros penduricalhos, e isso quando não servem também como meio de transporte para programinhas espiões (spyware) que monitoram a navegação, capturam informações de login, senhas, números de cartões de crédito etc., e ao cabo de meses (ou semanas) o computador que era veloz como um guepardo passa a se comportar como um cágado perneta.

Amanhã eu conto o resto.