NÃO EXISTE O CERTO NEM O ERRADO; SÓ EXISTE A VERDADE.
Quem segue este blog sabe que a memória RAM é essencial para o funcionamento de qualquer dispositivo
computacional (de uma calculadora de bolso a um poderoso servidor), e que um
sistema com fartura de memória e um processador chinfrim pode ter melhor desempenho do que outro com uma CPU mais poderosa e pouca memória, porque é na RAM
que são carregados o sistema operacional, os aplicativos e todos os arquivos com
que trabalhamos no computador — claro não integralmente, ou não haveria RAM que bastasse; eles são divididos
em páginas (pedaços do
mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes).
Quando rodamos um programa qualquer, os respectivos
executáveis são copiados da memória de massa (disco rígido), que é persistente (ou seja, que mantém os dados
mesmo quando o computador é deligado) para a memória física (RAM), que é volátil, além de
algumas DLLs e os arquivos
de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é
uma memória eletrônica de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes
mais rápida que os discos eletromecânicos (nos quais a gravação e o acesso aos dados
são feitos por cabeças eletromagnéticas). Seu grande problema, por assim dizer,
é que os dados “evaporam” quando o fornecimento de energia elétrica é suspenso, daí ser necessário carregar tudo novamente quando religamos o computador. Além
disso, o megabyte de RAM custa muito mais caro do que a memória de massa, daí a razão de os PCs de entrada de linha contarem com até 1 terabyte (ou mais) de espaço no HDD e apenas 2 gigabytes de RAM.
A Microsoft,
modesta quando lhe convém, informa que o Windows
10 de 32 bits roda numa máquina com 1 GB de RAM (para a versão de 64 bits, a quantidade mínima é de 2
GB), mas o desempenho só será satisfatório com algo entre 6 e 8 GB — quantidade
que só vem de fábrica em máquinas mais caras. Volto a salientar que falta de
memória se resolve instalando mais memória. O resto é paliativo. Mas é possível
melhorar a performance de uma máquina de configuração chinfrim eliminando todos
os inutilitários e programas pouco usados, faxinando regularmente o disco rígido,
corrigindo erros e desfragmentando os arquivos. Tudo isso pode ser feito com as
ferramentas nativas do Windows (detalhes
nesta postagem), mas os resultados
serão melhores se você recorrer a suítes de manutenção como o CCleaner, o IObit Advanced System Care e outras, que estão disponíveis em
versões pagas e gratuitas, sendo estas últimas satisfatórias para o uso doméstico.
Outra maneira de espremer mais algumas gotas de desempenho de
um PC com pouca memória é habilitar o ReadyBoost
— recurso do Windows que utiliza um
dispositivo de memória externo para “acelerar” o sistema. Ele não faz milagres,
mas pode proporcionar ganhos de até 75% no carregamento de aplicativos em
máquinas algo entre 2 e 4 GB de RAM e HDD lento (como os de 5400 RPM usados em
notebooks).
O ReadyBoost usa
o dispositivo removível para ampliar o cache do Windows (por “cache”, entenda-se uma memória
“intermediária”, destinada a armazenar arquivos de forma inteligente,
deixando-os prontos para utilização na hora oportuna), além de liberar a
quantidade correspondente de memória RAM.
Para que haja um aumento significativo de desempenho, a Microsoft recomenda usar
dispositivos removíveis com capacidade de duas a quatro vezes maior que a
quantidade de memória física instalada (ou seja, se seu PC tem 4 GB de RAM, use um pendrive/cartão
de 16 GB).
Você pode usar qualquer tipo de memória flash, desde que seja compatível com o padrão USB 2.0 (ou superior) e que tenha
pelo menos 1 GB de espaço
livre. Melhores resultados serão obtidos formatando a unidade em NTFS, a menos que a capacidade seja
inferior a 4 GB, caso em que
você pode usar o sistema de arquivos FAT32
(para saber mais sobre formatação de pendrives e sistemas de arquivos, reveja a
sequência de postagens iniciada por esta aqui). Em tese, é possível
usar até oito dispositivos de até 32 GB cada, já que o limite do ReadyBoost é de 256
GB, mas, na prática, você dificilmente terá 8 portas USB livres
no seu computador, e o uso de hubs (multiplicadores)
não é recomendável.
Para ativar o ReadyBoost,
conecte a unidade externa na portinha USB (no caso do pendrive; o cartão requer
uma interface específica ou, na falta dela, um adaptador), clique em Este Computador (ou Computador, ou ainda Meu Computador, conforme a versão do
seu Windows), dê um clique
direito no ícone que representa o dispositivo removível e clique na aba ReadyBoost. Para usar todo o espaço
disponível no drive, marque a Dedicar
este dispositivo ao ReadyBoost; para configurar manualmente o espaço a ser
alocado, marque Usar este
dispositivo e mova a barra
deslizante para a direita até que a janelinha exiba o espaço desejado. Ao
final, é só clicar
em Aplicar e
em OK (vale reiniciar o
computador, embora isso não seja exigido explicitamente).
Para saber mais sobre o ReadyBoost, clique aqui.